sexta-feira, 2 de outubro de 2009

EM DEUS NÓS CONFIAMOS O RESTO TÊM QUE PAGAR A VISTA.

EM DEUS NÓS CONFIAMOS
O RESTO TÊM QUE PAGAR A VISTA.





Eu sempre recebo em minha caixa de e-mails, notificações bem humoradas.
Esta semana deparei com um melancólico de um leitor que acha que a crise o atingiu,
bem como a muitos de seus amigos brasileiros e que o nosso governo
parece não querer sequer pensar no assunto.
Trata um câncer como se fosse um simples resfriado e que um dia a bomba vai estourar.
Certamente, segundo ele, na próxima administração.

Meu caro leitor, sinto dizer que você está certo e sua profecia pode se tornar realidade.

A crise está bombando, como diriam os moderninhos. Até no Brasil, que segundo nosso presidente não seria afetado. Pobre observação... destituída de lógica e legitimidade. No mundo inteiro, basófias como estas, o fariam cair nas pesquisas de opinião populares. No Brasil, ao contrário, o faz crescer, dia a dia. Afinal como diria o Joãozinho trinta, pobre gosta de luxo e ninguém parece querer ouvir as más noticias. O lema é gastar, fazer a máquina da economia girar e um dia veremos no que vai dar. Nosso famoso jogo de cintura.

Noto a existência de uma nada saudável ausência de fidedignas informações por parte de nossos principais dirigentes e mais do que isto, sinto a inexistência de genuínos debates que possam exigir das autoridades brasileiras, a geração de discussões que induzam nossa grande massa popular a pensar e decidir quem está ou não com a razão.

De um lado existe a venda do sonho. Do outro a critica acerbada sobre a realidade. No intervalo entre as mesmas, um enfrentamento. Mas falta-nos o meio. Aquele recheio, que faz uma empada ter sabor: a troca de idéias. O recheio que o eleito presidente norte-americano Barack Obama está tentando incutir na mente de um país, ora dividido por ideologias democratas e republicanas.

Sem união, não existirá fuga para esta crise. Haverá sim gente se suicidando, como no caso de três executivos aqui nos Estados Unidos logo no inicio desta crise, e oportunistas, aqueles detentores do capital, que na hora da recessão, o triplicam, pois, são os únicos a poder se deliciar das barganhas colocadas à seus pés.

Neste último item, o mercado de cavalos de corrida, se enquadra qual uma luva. Existem os suicidas que se escondem em sua inatividade e aqueles que se prevalecem de um momento impar no mercado do hemisfério norte. Este mercado do qual participo apenas como agente, é povoado de gente de muito dinheiro. Mas muito dinheiro mesmo. E pasmem, caiu quase 50%.

Recentemente participei das vendas de Keeneland, em Lexington, Kentucky. São as mais importantes do mercado. Em Setembro de 2007, antes do inicio da crise, em 14 dias de vendas foram arrecadados cerca de US$500 milhões de dólares. Ano passado, no inicio da crise a coisa caiu para US$328 milhões de dólares. E semana passada fechou em menos de US$192 milhões de dólares. É muita perda de grana, acreditem.

Pode parecer um supérfulo, se ater a um mercado de cavalos de corrida, mas não é. Pois, lembrem-se, quando o rico do hemisfério norte para de gastar em seus gagets, é porque que vem paulada por ai, na cabeça dos menos abonados.

A bolsa de New York vem crescendo aos poucos. Mas seria uma real recuperação, ou o governo está injetando óleo na máquina para não deixá-la parar?

NÚMEROS SERÃO SEMPRE NÚMEROS. NADA MAIS DO QUE ISTO! Afirmou com a certeza catastrófica de uma Cleópatra, um outro leitor, demonstrando ser um verdadeiro detrator do óbvio. Os números não são apenas números meu caro senhor. Eles falam alto, principalmente em uma economia claudicante. O que este outro leitor não conseguiu ver, talvez ofuscado por sua baba viscosa que escorrega-lhe pelos cantos da boca abaixo, é que os que números, na frieza de sua essência, quando bem observados demonstram uma tendência e toda tendência pode se transformar em regra. Diria que dois mais dois sempre dá quatro e por este motivo acabou virando regra.

Não acredito que o Brasil tenha maiores pendências com o FMI. Isto é muito bom. Tenho certeza que estamos bem na produção daquilo que consumimos e exportamos. Outrossim, para exportar, temos que ter o comprador. E se este comprador estiver mal, estaremos mal, com um excesso de produção sem possibilidade na demanda. Achar que a crise mundial não nos afeta é coisa para bêbado discutir em botequim numa tarde de chuva. É como imaginar que exista um tsunami e justamente no cantinho da praia que você está, o problema não passará de uma pequena marola.

Numa economia mundial é certo que somente em Deus todos podem confiar, mas todo o resto terá que pagar a vista o que deve.