segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

NÃO DÁ PARA ESTRANGULAR 27 EM CINCO MINUTOS


Mais um ano que se finda, e com ele realizações, sonhos e realidades. É o meu de ano 62, e o vigézimo quinto de moradia nos Estados Unidos, pois, para aqui me mudei praticamente em 87, e em forma definitiva em 90.

Vim por Estados Unidos para aprimorar aquilo que já fazia no Brasil. Achava que era coisa de uma temporada. Cinco, dez anos no máximo. E que um dia voltaria, ou iria para outro canto do mundo. Outrossim, depois de três anos de moradia, fui, pouco a pouco, descobrindo esta terra em todos os seus meandros e passando a ter consciência, do por que ela é, sempre foi, e provavelmente continuara sendo, o sonho de muitos, mas infelizmente a realidade dos poucos.

Hoje desconheço um pouco o pais que passei a respeitar, viver e gostar. Coisas acontecem, sem que um explicação lógica possa ser concebida. De 2006 para cá, 175 aberrações foram aferidas pelo FBI como aquilo que este orgão norte-americano rotula de mass killings. Isto é, quando quatro ou mais pessoas são mortas em um mesmo atentado. Ao todo foram 775 vidas perdidas, sendo 112 de crianças, abaixo dos 12 anos de idade.

Sei que para nós brasileiros estes números não parecem tão grandes. Morrem, anualmente, mais do que isto nas favelas do rio de Janeiro e quem hoje frequenta a noite de São Paulo, sabe dos perigos que pode sofrer, se estiver na hora certa, mas no lugar errado, quando bandidos encarcerados resolvem provar a sociedade que são ainda eles que realmente comandam a cidade.

O que se nota na versão norte-americana é que estes mass killings, são impetrados normalmente por uma pessoa. Alguns com pertubações mentais, todavia, em sua grande maioria por gente que se suicida e não têm uma explicação plausível para o que fizeram. A facilidade com que se tem acesso as armas aqui nos Estados Unidos auxilia o fato, embora tenha ainda gente que acredite que são as pessoas e não as armas, as culpadas. Eu penso que ambos, pois, sem a arma, fica mais dificil se estrangular 27 seres humanos em cinco minutos, como o acontecido recentemente em Connecticut, na Sandy Hook Elementary School. Aliás este nome Sandy aterrorizou aos habitantes de New York e estados limitrofes, este final de ano.

Michael Bloomberg, é o prefeito de New york há 12 anos. New York é uma cidade bastante dificil de se administrar. Ele, por sua vez, teve a dificuldade de vir a substituir a um dos melhores prefeitos que esta grande cidade já teve, Giuliani, que saneou a cidade e teve que reconstrui-la depois do atentado das torres gêmeas. Porém, ele aceitou o desafio e posso afirmar, sem medo de estar errado, que nos últimos 12 anos, provou que sabe o que faz e principalmente o que diz. Ele, deste 2006, vem encabeçando uma briga pessoal contra as armas nos Estados Unidos. Trata-se de um bilionário, sem ligações partidárias, que pode se dar ao luxo de encarar e bater de frente com um dos maiores trusts financeiros deste pais; a industria das armas. Ele ao contrário do presidente e do congresso, exige uma solução imediata e não paulatina. A doença que está tomando conta desta nação tem que ser tratada com fortes antibióticos e não com medicina de longo prazo. Pois, a coisa está virando moda.

Em Abril de 1999 na Colombine High School, Littletown, Colorado, foram assassinados 13. No campus da Virginia Tech, Blacksburg, Virginia, em Abril de 2007 foram 32. Em Novembro de 2009, em Fort Hood Texas, foi mais uma vez o fatidico número de 13. E chegamos ao negro ano de 2012, onde em em Julho, em um cinema, em Aurora no Colorado, na estréia do filme de Batman, pereceram 12, com mais 57 feridos. No templo de Sikh, em Oak Creek, no estado de Wisconsin, foram 6. E agora em Connecticut a chacina dos 27, que deixou a todos estupefatos.

O que está acontecendo? Cada dia estas mass kilings estão se tornando mais constantes. Nos seis últimos meses, foram três. Estaremos vivendo uma nova era? Escrevo pela manha do último dia do ano, após vislumbrar o nascer do sol, naquela que um dia foi parte do grande império dos Maias. Estes preveram que o inicio de uma nova era se daria no dia 12 de dezembro. Espero que eles estejam certos, e que a nova era seja melhor do que antiga. E que esta última, que foi boa em alguns sentidos e muito má em outras, tenha definitivamente terminado


E ademais o que vira moda nos Estados Unidos, anos depois, pega no Brasil...

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

QUE VEIO ANTES O oVO OU A GALINHA

Tenho verdadeira ojeriza daqueles que tentam mascarar a verdadeira face da realidade. Esta semana, menos de 24 horas depois do massacre de 27 seres humanos, sendo 20 crianças, em uma escola de Connecticut, vem uma pessoa a televisão dizer que a culpa do massacre não pode ser atribuída as armas e sim a aquele à porta. Bizarro, para não se dizer pueril.

Voltamos ao período corinto, onde as primeiras imagens desta ave, apareceram em cerâmicas e que creio que a grande dúvida reinante, era o que veio antes: o ovo ou a galinha? Eu particularmente não tenho uma opinião formada sobre o aparecimento da raça Gallus Gallus Domesticus. O que sei é que se não houver ovo, não haverá galinha. E que se não houver galinha não haverá ovo. E onde entra o galo nesta história? Bem isto é uma outra história.

o que sei, é que se não houver arma, não haverá alguém que possa fazer mal proveito dela. Isto é simples de se entender. Ter acesso a armas deveria ser apenas acesso a militares, policiais e outras classe - que não marginais - que necessitam delas para manter a ordem.

Nos Estados Unidos, principalmente fora dos grandes centros metropolitanos, existe muito uso de armas, para fins de esporte. Embora eu não considere esporte, matar-se qualquer tipo de ser que respire. O controle maior sobre este aspecto deveria ser algo a nem ser discutido. Outrossim, grandes conglomerados de industrias que vivem deste artefato irão usar de toda a sua força política para tentar vender a idéia, que o culpado é apenas, aquele que faz mal uso dela. Da mesmo forma que a heroína e a cocaína. Produzi-las não deveria ser problema, pois, o problema está naquele que a consome e faz mal uso da mesma.

Creio que isto deva ser considerado uma piada.

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

O FATOR FUNDAMENTAL


Existe uma erro quando as vezes, para se tentar defender um ponto de vista, nos atemos ao uso do termo provincianismo. Termo este sempre usado no sentido pejorativo. Termo que define atraso ou pouca visão da modernidade. Considero isto um exagero. Já que provincianismo, é derivado de província, e não creio que todos que moram em uma província, podem ser taxados de atrasados ou retrógrados. Existem sim, diferentes modos de vida, e pessoas que lhe agradam mais o bucolismo da província, que a efervescência da metrópole.

E aqui entre nós, eu que nasci e vivi grande parte de minha existência sob o ar frenético do Rio de Janeiro, sinto que mesmo aqueles que comigo habitam e labutam diariamente na grande metrópole, quando ganham dinheiro, qual são as primeiras coisas que fazem? Compram um barco, uma fazenda ou uma casa de praia. Logo, a solidão do mar, o bucolismo da fazenda ou a paz de uma praia distante, atraem mesmo aqueles que melhor podem desfrutar dos prazeres metropolitanos. Falar de provincianismo é falar da boca para fora.

Lexington, onde morei por mais de 20 anos, outro dia foi taxada de provinciana, por um brasileiro, que no bar de Keeneland, discursava para um pequeno grupo. Sabemos que quanto mais fraco é o cérebro de alguém, mais fortes são seus discursos. O pobre de espírito prefere discursar a falar, para então tentar de forma cada vez mais desesperada, dar algum ênfase as suas ideias e criar em volta delas, aquilo que elas pouco tem, respeitabilidade. E quem nada conhece, num raio de ação de 5 quilômetros, tendo como centro Keeneland, não está apto a dizer coisa alguma, sobre qualquer coisa que seja.

Meu pai me dizia, que no tempo dos seus pais, a moda era fraque e discurso. Nós brasileiros acabamos por abolir o fraque, mas nunca os discursos, e quanto mais ignorante seja o interlocutor, mais ele apelara para o nunca na história deste pais... e de preferência fazendo-o com a mão dentro do bolso alheio.

Vó Adelina sempre me disse que falar é muito fácil, pois é grátis e exige apenas as cordas vocais. Falar o que tenha nexo - ou seja construtivo -, já é um mais difícil, pois, exige um mínimo de cérebro. Pois é, grande parte dos brasileiros, são reconhecidos, por ter uma acentuada ausência de uma importante parte da massa cefálica. Logo é capaz de falar muita besteira. Principalmente depois de algum incentivo alcoólico. Nosso ex-presidente que o diga...

Entre suas desvairadas observações, o indivíduo citado, clamava que o único edifício alto existente no centro de Lexington - o do banco 53th - era negro e desprovido de qualquer arte arquitetônica. Não estava de todo errado, embora para falar a verdade tenho sérias dúvidas sobre seus gostos arquitetônicos, mas mesmo assim, desde quando um edifício tem que primar por seus dotes arquitetônicos? Como arquiteto que um dia fui, creio que uma edifício deva primar por sua funcionalidade. O Pantheon é baixinho, logo suas colunas tem uma função arquitetônica. A funcionalidade das mesmas, era simplesmente nenhuma.

Se vocês pensarem bem o prédio é uma fatalidade econômica, decorrente da valorização do metro quadrado. Quanto maior for a cidade, mais importante deva ser somado ao custo do prédio, seu benefício. E entre os benefícios, o que menos terá peso, será o do fator arquitetônico. Quanto mais caro for o metro da frente, mais alto o prédio haverá de subir. E mais desproporcional ele há de ficar. Outrossim, não acho que o prédio de muitos andares seja um marco da modernidade, ou prova contundente do avanço intelectual de uma comunidade. Mesmo em Manhattan, no upper east - para mim a zona mais charmosa para se viver naquela ilha - não são os prédios altos que mais atraem os abastados, e sim as casas geminadas de três andares, ou mesmo os pequenos edifícios de mesma altura, que povoam a região das ruas 70 a 90.

Falta de senso estético e desconhecimento de certas gradações de valores é que formam os grandes idiotas, como aquele que declamava. Hábito este muito comum, naqueles que como papagaios, repetem aquilo que um dia lhes foi dito e que principalmente habitam em um ambiente, pobre em conhecimento, acontecimentos, em recursos e até em inteligências. O que na verdade, não lhes permite outra conduta, quando se sentem adaptados e envolvidos a estes ambientes.

Qualquer lugar, atividade ou arte, para mim só é válida, ou assim dizer comovente, se houver uma forma expressão. Não é seu tamanho, ou seu valor financeiro que determinam sua qualidade. Será sempre a expressão que o comove. Seja na pintura, ou na leitura. Na música ou em qualquer projeto. Na criação de cavalos de corrida, que aceito como sendo uma expressiva forma de arte, você como no arranha céu, tem que preservar o caro metro quadrado envolvente na atividade, com uma solução cuja funcionalidade e expressão futura em pista, lhe tragam não apenas prazer, mas também, algum retorno financeiro. 

O Brasil é exemplo de algo bonito, mas hoje tão mal dirigido, tão roubado, que temo por sua funcionalidade futura, pois, a conta as vezes tarda, mas sempre chega. E vocês sabem por que? Por que beleza quase sempre conta, mas não creio ser o fator fundamental. 

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

UMA NAÇÃO ACÉFALA... A FLOR DA PELE

Imaginem: 17 Mortes diretamente ligadas a torcidas organizadas, só este ano aqui no Brasil. Existirão nos outros mercados, números iguais? Você habitante de Recife, o que acha dos torcedores de Nautico e Sport fazerem das ruas de Recife, uma praça de guerra?

Você habitante da grande São Paulo, conseguiu sobreviver a noite de ontem? Que coisa perigosa está se transformando, aquela que considero a mais importante cidade de nosso pais. Está até parecendo o Rio de Janeiro de anos atrás. E agora com o PT administrando a cidade, como ficarão as coisas? As duas ultimas prefeitas do PT, quebraram a cidade ao meio. Será que o novo prefeito veio para terminar o serviço?

Isto me faz me lembrar, uma piada que anda correndo pela Internet. Dizem as más línguas, que a senhora Marta Suplici, ex-prefeita de São Paulo e atualmente ministra do faz de conta, já na saída de sua visita ao Papa, a quem deu santinhos com a imagem do ex-presidente Lula, demonstrou a necessidade de ir ao banheiro para fazer pipi. Perguntando ao papa, onde estaria o banheiro feminino mais próximo, obteve de sua santidade a resposta, que infelizmente o Vaticano estava equipado com apenas banheiros masculinos, mas que se ela atravessasse a praça, atrás da imagem de São Pedro, ela poderia fazer suas necessidades, sem que fosse notada. Ela arregalou os olhos e perguntou: mas isto não seria pecado mortal? Sua santidade sorriu e complementou: para quem já cagou em São Paulo, fazer pipi em São Pedro é no máximo pecado venial... 

Você habitante de Santa Catarina se sente seguro em usar um transporte público? Ou usar um caixa eletronico em qualquer ponto do país, mesmo durante a luz do dia?

Você habitante de Brasilia e cercanias dentro Estado de Góias, se sente seguro como o senhor Cachoeira em liberdade? Os juizes e policiais que analisam seu caso, parecem que não. Afinal por que se utilizam de guardas pessoais? E com um ministro que afirma preferir a morte, a ir para uma prisão brasileira?

Você habitante do Rio de Janeiro, realmente acredita que as favelas brasileiras estão pacificadas? Se acredita, por que não passar o seu fim de semana subindo a Rocinha ou fazendo um picnic na Favela da Maré?

Você que preza a vida humana, acha que a situação do indio brasileiro está segura? Houve um entendimento e uma pacificação entre poceiros e indigenas?

Pois é, cada vez mais vejo o nosso Brasil como um palco de uma má ópera bufa. Dirigida por gente cega, que não consegue sequer ver que houve uma coisa horrenda chamada mensalão. E imaginando que nossa sociedade é burra, tenta tapar o sol com a peneira, com histórias de caixa dois, dividas de campanha e outras mentirinhas a mais. 

Vendemos a imagem de um pais em desenvolvimento. Mas o que se sente é um total descompromentimento com as normas minimas de sobrevivência. Somos uma nação acéfala a quase uma década. Vivemos do jeitinho que o senhor Lula quer. Na escuridão e debaixo da merda, qual cogumelos. Nunca na história deste pais, nossa população foi tão orfã. Repaginando, a população que raciocina...

Será tudo isto um reflexo da impunidade que impera no Brasil estes últimos 10 anos? Ou aquela música aqui se aplica a cada segundo vivido no Brasil hoje administrado pelo PT e bases aliadas

o que não tem governo nem nunca terá, 
o que não tem vergonha nem nunca terá, 
o que não tem juizo, 
o que será, o que será?

Nós que não temos guerras étnicas, como está agora acontecendo neste exato momento no oriente, fazemos de nossa maior diversão um inferno. Onde isto vai nos levar? espero que não para onde eu penso que estamos indo...

sábado, 17 de novembro de 2012

POR QUE SE VIAJA?

Uma das crônicas mais lidas de meu blog, Planeta Chamado Terra foi indubitavelmente uma que escrevi sobre os meus quatro quarteirões. E vocês sabem por que? Por que ela mexeu com a essência de cada um. Todos os leitores de alguma forma se reconheceram dentro dela. Diria ainda mais. Penso que qualquer ser "respirante" quer demarcar seu território e poder se aproveitar do mesmo num raio de ação, não superior a quatro quarteirões. Não adianta nada você passar 72 horas em Paris ou Londres. É como vislumbrar a Gisela Bunchen por um minuto, no saguão do hotel e achar que com ela teve um envolvente relacionamento amoroso. Em uma oportunidade entrei no elevador do Alvear em Buenos Aires e dei de cara com a Melanie Griffith - a mulher do Antônio Bandeiras. Como se sabe ela é um estouro. Fiquei mudo. Eu era capaz de cumprimentar, todo e qualquer hóspede e empregado daquele hotel. O fizera enumeras vezes, durante aquela semana. Mas fiquei mudo perante ela. Ela sorriu e soltou um Buenos Dias, com aquela voz desafinada que só ela tem - a de gralha rouca. Respondi, e juro que me senti a partir dali ligado a ela, por toda uma eternidade. A porta do elevador se abriu e eu voltei a minha realidade.

Você tem que interagir com o lugar que vive. É o dia a dia que faz, os amigos, seu território, o seu ano. E são os anos que constituem uma década e as décadas, uma vida. Seu mundo, são sua casa, seus amigos, seus vizinhos, suas esquinas, a padaria e o supermercado que o alimentam, o cinema e o bar que o diverte. Este na verdade é o seu mundo. Aquele em que você confia. Mesmo São Paulo ou New York, que quando você olha para frente, e descobre que seu horizonte não é superior a mais do que míseros cinco metros, pois, já dá de cara com uma parede, tem em cada quarteirão um mundo distinto. E são estes pequenos mundos, formados pelos quarteirões que o cercam, que emolduram a sua vida. Fazem de sua vida, algo seguro e melhor. Evidentemente que se sua cidade não for administrada pelo PT...

Sei que o mundo está cheio de intempéries. Se o mundo fosse perfeito, não se falaria tanto do paraíso. Aposto que lá, no centro da utopia, a gente não precisa de galocha nem guarda chuva. Não se resfria, não é atropelado, nem tem que usar carro blindado. Assim sendo, é fácil de se entender que cada lugar tem as características próprias, seus bugs, suas intempéries particulares, enfim seu modus vivendi. Você tem que aprender, para poder conviver com elas.

Por que então se viaja? Tirando a necessidade que certos negócios exigem, diria, que a viagem nada mais é que o exílio de sua própria realidade. Uma forma de conhecer seus mundos e valorizar ou não o seu. A melhor maneira de se sentir melancolia e saudades é viajando. E não há melhor remédio do que voltar a seu ponto de partida.

Tiro as coisas por mim. Quando era carioca, morador da zona sul do Rio de Janeiro, o simples fato de cruzar o túnel do Pasmado, já me deixava desolado. Quando atingia o aterro do Flamengo, já sentia saudades de Ipanema e quando no Galeão chegava, mandava o meu primeiro cartão postal. Imaginem ao acordar, no dia seguinte do outro lado do planeta e ter que comer bacon e ôvo mexido. Hoje moro em Hallandale Beach, em um edifício que me dá tudo que necessito e ainda por cima estou a menos de dois quarteirões de tudo que ainda mais possa desejar. Isto me dá as forças e a mente limpa, necessários, para poder enfrentar os problemas e achar soluções para os mesmos. Acreditem, sempre é mais fácil se ter uma grande idéia na segurança de seu chuveiro, do que apertado, dentro de um avião "chaqualhando", embalado pela trilha sonora do comandante Aranha dizendo, para você manter seus cintos afivelados, pois, "estamos passando por uma zona de extrema turbulência".

Resumindo, não há nada melhor que dar um sonoro bom dia a um vizinho. Ser reconhecido por uma amigo na farmácia. Jogar conversa fora com gente que você acredita ter muitas coisas em comum. Saber onde está o pão mais quentinho, o chopp mais gelado, o assento mais confortável para ler o seu jornal ou conferir seu Iphone e onde se sentar no seu canto de praia. Pasmem, mas todos nós demarcamos nossos respectivos territórios. Fazemos isto todo o santo dia. Apenas não atentamos para o fato. Isto se chama interação. Conhecimento de seu mundo. Afinal, quem pode fazer amor dentro de uma avião que parece estar prestes a se partir ao meio, ou rufiar a mulher a ser amada, a 30 graús abaixo de zero?


Por que então se viaja? Como disse, por vários motivos. Outrossim, um é certo: Para se dar mais valor aquilo que se tem, quando se está longe.

A convivência estimula o senso de segurança, da mesma forma que demonstra as possíveis inequabilidades. Enfim, lhe ajuda a ter certeza do que realmente você quer. Qualquer casamento é bom, pelos primeiros 15 minutos. A convivência é que vai determinar sua solidez ou volatilidade.

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

E PARA FRENTE QUE SE ANDA


Quem quiser entender os Estados Unidos, terá que vir aqui morar. Mas não exatamente em New York, California, Boston, ou Florida. Tem que ir para aqueles estados reconhecidamente vermelhos. Isto é, bem republicanos. Ai você terá o que chamo um fidedigno perfil do que é na realidade este pais. Vou contar três histórias que representam bem, a imagem que estes chamados estados vermelhos fazem de nós, brasileiros.

Num almoço, sentei-me do lado do editor da Revita Blood-Horse, que é gostando ou não, a mais importante publicação equina do pais. Ele sabedor que eu estava comprando mais de 100 cavalos ano para o Brasil, perguntou meio sem jeito, se nós tínhamos hipódromos. isto é, o cara que teoricamente devia entender mais do que acontecia no mercado de cavalo de corrida, não tinha a menor noção se tínhamos hipódromos ou não. Respondi humoradamente que futebol e corridas de cavalos, nós praticávamos na praia. E como senti que ele chegou a acreditar, tive dizer tratar-se de uma brincadeira.

A segunda história, foi com um casal de médicos em Kentucky, que quando fomos nós apresentados, se espantaram que eu e Cristina fossemos brancos, pois, para ele, o brasil, era como a África, habitado apenas por negros. E estamos falando do inicio dos anos 90. Não do século XIX.

E a terceira, a que mais me deixou impressionado, foi um estudante que trabalhava em um supermercado, perto de minha casa, que quando ouviu eu e Cristina falando, perguntou que língua estávamos nos comunicando. Quando respondi que português ele simplesmente veio abaixo e confessou que o Brasil era o lugar que mais sonhava em conhecer. Pensei que pela imagem do Rio de janeiro com seu carnaval. Ledo engano. Quando lhe perguntei o por que de seu interesse, ele respondeu que por causa da Anaconda. Certamente por eu ter arregalado os olhos, e Cristina se mostra petrificada, ele veio com uma pergunta ainda mais sui generis: se eu alguma vez tinha visto uma cobra gigante. Respondi que não, mas que ele não me tomasse como exemplo, pois, eu era um cara de pouca sorte. Já estivera em New York mais de 20 vezes, e nunca tivera o ensejo de ver o King Kong no topo do Empire Stakes.

E é este o pais que lidera o mundo. Que tenta ditar as normas de vivência. Mais com todos estes pormenores que pouco ajudam a se ter uma boa impressão dos que aqui nasceram e habitam eu diria que como pais, os Estados Unidos é uma comunidade impressionante.

Vocês sabem o que mais me impressiona nos Estados Unidos? É que depois de qualquer tempestade, por pior que ela possa ser, o sol sempre volta, aquece a todos e tudo passa a ser igual ou melhor do que antes. É a sua capacidade de reação, que me enebria. Por isto resolvi me mudar para este pais. Eles verdadeiramente acreditam serem o número 1. E vocês querem saber por que, existe esta maneira de ser, mesmo em um povo até certo ponto conservador e em muitos casos tacanho? Por que os norte-americanos e aqueles que aqui investem e habitam, sabem que é para frente que se anda.

E as eleições presidenciais assim o provaram. Hoje é um pais dividido, mas que não obriga as pessoas a votarem. Que não faz do dia da eleição um feriado obrigatório. Que dá o ensejo das pessoas votarem com antecedência. Que o voto de um estado como o de New York tem muito mais peso do que um de Utah. Enfim, um pais que sabe do valor do voto, mas dá a cada um que vota a liberdade de decidir o que realmente quer. E eles quiseram pelo segundo mandato consecutivo a Barak Obama.

Time que está ganhando não se mexe. Concordo que o atual time norte-americano não está vencendo. Longe disto. mas mudar o almirante no meio da tempestade, é uma coisa de pais de terceiro mundo, onde se ya govierno, so contra!

Acho que as pessoas antes de emitirem opiniões sobre os Estados Unidos, deviam aqui morar, para então conhece-lo. Ir uma vez a Disneyworld e outra a Broadway, não faz de ninguém um expert em coisas norte-americanas.

sexta-feira, 26 de outubro de 2012


QUE PAIS É ESTE?

Tim Maia foi sem dúvida alguma um dos expoentes de nossa música e por que não dizer de nossa cultura. Aliás, diria que não chegamos cuturalmente ao estágio da terra de Sheakespeare. Não importa, temos nossas origens, nossos peconceitos e agimos de uma forma realmente distinta. Isto não há como duvidar. Somos no minimo diferentes. Duas de suas frases, refletem muito bem sua visão sobre o Brasil. "Este país não pode dar certo. Aqui prostituta se apaixona, cafetão tem ciúme e traficante se vicia" ... Todo jornalista gostaria de ser artista, todo redator é aquele que não conseguiu ser escritor e todo mundo quer ser cantor"

Pois é só faltou ele complementar nesta excelente dissecação, com uma alusão ao esquerdista brasileiro. Aquele que prega o socialismo, mas vive numa cobertura e passa o fim de tarde tomando chopp no bar que se tornou da moda. O muro ruiu, o comunismo caiu, Marx zuniu e tem gente ainda discutindo o sexo dos anjos com falsas ideias de igualdades sociais.

Hoje nas novelas da TV Globo, está caracterizado, seja no inicio da Republica, em uma situação de comunidade pacificada, com empreguetes ou mesmo no Divino, o rico é sempre o libertino e o falso, enquanto o pobre é o moralista e o único honesto na questão. Será que a coisa é assim. É necessário esta demagogia de porta de botequim para se manter a audiência? Qual alta estima alguém pode nutrir por aquele que o contrata e paga seu salário, se diariamente você é empregnado que o mal sempre vem de cima. E aquele malandro que enprenou várias mulheres no morro, cada uma com 10 filhos e muitas ainda “de menor”? Ele virou santo? Não seriam todos estes temas globais, uma tentativa subjetiva de separar as classe sociais, tornando-as no subconsciente de cada um, antagônicas?

A esquerda brasileira sempre foi uma piada, e o PT, que se propala como um representante deste pensamento politico, mais ainda. Joãozinho trinta outro exemplo de nossa grande cultura popular, já havia previsto esta forma de ser nossa, muito antes, quando frisou que “o povo gosta de luxo, quem gosta de miséria é intelectual”

O mensalão é a maior prova que no Brasil, aqueles que se dizem representantes dos trabalhadores, são os mais ávidos pelo dinheiro alheio. se apropriam do mesmo e o usam para disseminar sua fobia pelo poder. E ainda temos que ouvir a deslavada ideia, que o ‘homi” em exércicio, não tinha a menor noção da sua existência e ainda mais, que era dirigido por um “cumpanheiro”, seu chefe da casa civil. O que somos todos nós? Vaquinhas de prezépio?

Temos uma cultura distinta das demais nações. O desfile de escolas de samba é nossa ópera - frase aliás um dia dita pelo próprio Joãozinho Trinta. Trazemos para os estádios de futebol, todas as nossas taras e frustações. Hoje é um teste de vida comparecer a um grande clássico. Nossa televisão consegue seus maiores indices de audiência, quando o nivel moral chega ao ponto mais baixo possível. Nosso teatro morreu. O absurdo foi instituído como viga mestra em nossa politica. O endividamento é aqui chamado de crédito. O marginal opera de dentro do presidio seus negócios, com casa comida e roupa lavada, pagas pelo contribuinte. E se isto não bastasse, vivemos a mentira de uma falsa economia forte, num pais onde inexiste educação básica, segurança mínima ou mesmo saúde publica. E hoje, acostumados com os escandalos e violências diárias, não fazemos mais caso, afinal tudo parece tão simples à nossos olhos que cabe em um cartão postal, como diria o Cazuza

E a pergunta que a meu ver n’ao pode calar: Que país é este?

domingo, 14 de outubro de 2012


OS COSTUMES NORTE-AMERICANOS 
E OS VICIOS BRASILEIROS

Frequento os Estados Unidos já não é de hoje. E como também não sou de hoje... faz muito tempo. E sinto como os costumes mudaram neste pais, do qual passei a residir a partir de 1987. Posso garantir que sempre foi um pais aberto, a todas as culturas e matizes. Assim ele se formou como nação poderosa, após a revolução industrial. Mas quem para aqui vinha, tinha um intuito. vencer na vida. Isto que afirmei era pelo menos, o retrato do que acontecia na costa Este, onde exerci a maior parte de minhas experiências. Faço esta ressalva, pois, a parte central dos Estados Unidos, e alguns estados do sul, sempre se mostraram reticentes, com toda e qualquer mudança de comportamento. Estrangeiro para eles é um E.T. E, aqui entre nós, gente de outras origens, - principalmente latinos e árabes - querendo ou não, sempre acaba alterando, o funcionamento natural de qualquer sociedade, já sedimentada. Bin Laden, que o diga... 

Pois é, graças a ele, que de Setembro de 2000 para cá, as coisas mudaram. E mudaram bastante, principalmente em relação ao recebimento de gente de fora. Viajar, mesmo que dentro dos Estados Unidos é um suplício. Antigamente você parava seu carro à frente do terminal de sua companhia no aeroporto, desenbarcava suas malas e ali mesmo, em questão de segundos fazia seu check in, com o despachante de plantão. E só a partir de então, ia estacionar seu veículo. Tudo feito na calma e na mais absoluta boa fé. Agora mais não. Onde você vai vai tem que levar as suas malas. Tem que checá-las à frente de policiais e praticamente despir-se aos olhos dos mesmos. E quando há suspeitas, você é apalpado e recebe toda e qualquer carga radioativa, para captar o que passa por sua alma. Imaginem como isto afetou aos chamados seniors. Seu modus vivendi, foi alterado. E como agora sou um deles, afeto-me.

Em relação as viagens internacionais, diria serem ainda mais complicadas. Tanto para sair quanto para chegar. E dependendo do pais, que tenha sido a origem de sua viagem, mais lamentáveis poderão se tornar os acontecimentos. Mesmo Dubai, que tem tanto de um pais árabe, quanto eu de Brad Pitt. Mas o que há de se fazer?

A crise atual financeira, que hora assola este pais, pelo menos fez com que os negócios locais - e digo desde a venda de apartamentos a de vestuário - sentissem muito o baque. O consumo interno retraíu-se, pois, o norte-americano diferentemente de nós brasileiros, em momentos de crise, encolhe. Limita seus gastos ao que seja essencial à sua sobrevivência. Nós ao contrário, somos incentivados - vide os apelos do ex-presidente Lula - a gastar, com um crédito de juros absurdos e que um dia será cobrado. O importantes é que os bancos e a industrias progridam e o mensalão pague o luxo dos politicos. Mas  com tudo isto, pelo menos ele provou-se que nunca na história deste pais, as pessoas se mostraram tão endividadas, e os politicos tão bem financeiramente... 

Os Estados Unidos é um pais que costuma enfrentar a maioria de suas crises , combatendo-as com soluções rápidas. Eles acionam mecanismos capazes de equilibar o “inquelibrável”. Mas para tal, aqueles que investiram e que estão sofrendo na pele as agruras de uma velada receção, pressionam Washington e as coisas vão se abrindo, pouco a pouco. Principalmente para nós brasileiros, que somos os turistas que mais gastamos neste pais. Miami e New York, estão sempre abarrotadas de gente que fala alto e em português, que não respeita fila, que tem pressa, que vive se comunicando via rádio com alguém de sua cidade e que pensa que todo elemento que aqui nasce, é um trouxa em potencial. E pensar que anos atrás o fato de ser mulher e solteira, já por si só inviabilizava a chance de um visto de turista. As grávidas, nem pensar...

Como também, era impossível de se imaginar que há pouco mais de 20 atrás, que russos pudessem sequer por aqui aportar. Eles eram considerados os inimigos. Imaginem as mulheres russas grávidas de 7 e 8 meses. Total nonsense. Pois, os tempos mudaram, meus amigos. Hoje, pasmem, os russos são os maiores investidores no mercado norte-americano e as grávidas são até incentivadas a vir para aqui, terem seus filhos. Vão produzir americaninhos. Com o Japão acontece o mesmo fato. Um dia o presidente Trumman, teve que mandar duas bombas atômicas, para arrazarem as cidades de Hiroshima e Nagasaki. Hoje os norte-americanos vendem tudo que podem para as corporações nipônias, inclusive grande parte do Estados da California. E a China? Mao Tse Tung era sinônimo de demônio. Mais execrado que Saddam  ou Omar. Hoje 90% do que se vende nos Estados Unidos é made in China. E o pais da turma dos olhos puxados cada dia se transforma num dos mais importantes parceiros comercias daqui. Até o City Bank lhes pertence. E a gasolina que no inicio do governo Obama, custava menos de US$2,00 o galão, hoje já passa de US$4,00. Tudo heranças das guerrinhas inventadas por Little George.

Mas existem coisas ainda mais supreendentes. Na 57 street, entre a sexta e sétima avenidas, está sendo construíndo um arranha céu de 90 andares. Vai ser um dos mais altos prédios da ilha, que tem o metro quadrado mais caro do planeta. A cobertura deste prédio, que certamente dominará visualmente toda Manhattan, acaba se ser vendida por US$110,000,000. Sim milhões. E sabem quem a adquiriu? Um cara da Árabia Saudita, como Osama Bin Laden, ou como alguns dos rapazes que prptagonizaram aquele ataque de 11 de Setembro. Pergunto estupefato, como se uma criança de 6 anos fosse: não seria esta cobertura, um excelente ponto de controlhe para alguém que queira atingir Manhattan por uma segunda vez? 

Isto é os Estados Unidos. Um país cheio de regras, mas que se afroxam, ao simples tilimtar do vil metal. meu sogro dizia que o deus do norte-americano é o Dolar. estava certo. Aqui o dinheiro, não tem nacionalidade e sempre fala mais forte.  E para quem ainda duvide, sempre é bom lembrar, que uma companhia de formação de pilotos, ministrou aulas de pilotagem para aqueles que pilotaram os aviões que em 11 de Setembro, avançaram contra alguns pontos de Manhattan e Washington D.C. Na verdade a escola nem se preocupou com o fato que os citados, todos alunos de origem árabe, não tivessem demontrado o menor interesse, nas aulas de pouso. E vejam no que deu...

A América do Sul, diferentemente dos Estados Unidos, é mais constante. Sofre uma crise eterna. Na Venezuela reelegem o Hugo Chaves, o que prova que o povo venezuelano sofre uma crise de sonambulismo. Na Argentina, continua-se a se eleger marido e mulher, como se países fossem tão simples de administrar  como situações dométicas. É a crise  da inépcia. Na Bolivia, a crise é de se colocar no poder caciques e não administradores. É uma crise indigena. No Brasil, sofremos uma crise aguda, chamada impunidade. E até quando ela irá durar? 

Pelo menos agora, a televisão, teve um papel de suma importância  na transparência, quando resolveu transmitir o voto dos juízes do supremo tribunal, que julgam aquilo, que segundo o ex-presidente Lula nunca existiu. Coisa criada pelas mentes malígnas da oposição: o mensalão. O que vai acontecer? Talvez nada. Acordem, estamos no Brasil! Todavia, agora, pelo menos depois do desfecho da novela Avenida Brasil, a gente entende que se o Tufão foi incapaz de sacar o que a Carminha andava fazendo, debaixo do seu nariz, o ex-presidente Lula, bem que poderia também não saber o que o Dirceu, o Delubio, o Jesuíno e o Valério faziam, a poucos metros dele, sob o mesmo teto. Não é mesmo?

E a dona Dilma? Isto é uma outra novela...

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

SOU UM PLUGADO


Sou do tempo que o latim era matéria no colégio. Pelo menos no Santo Ignácio, uma colégio dirigido por jesuítas, onde estudei do primeiro primário ao terceiro científico, pois, era assim que as divisões eram feitas: quatro anos de primário, um de admissão, quatro de ginasial e ai a opção para os últimos três anos, clássico ou científico. Vestibular e a tão sonhada faculdade.

Hoje acredito que os caminhos sejam outros. Mas em meu tempo era assim, e o latim combinava tanto com Rio de Janeiro, como  o azeite com o café. Mas hoje tenho consciência que o latim era uma ginástica para o meu cérebro. Esta língua, básicamente morta, me fez aprender a raciocinar. Uma vez, logo depois que o presidente Kennedy soltou aquela sua celebre frase, não pense o que o seu país possa fazer por você e sim o que você pode fazer por seu pais, lembro-me de o ter plagiado, uma vez ao dizer para uma namoradinha que ela não se preocupasse com o que faria com o latim que era obrigada a aprender e sim o que o latim iria fazer para ela. Verinha tinha 15 anos e naturalmente não entendeu e talvez ela estivesse certa, embora o raciocínio não fosse o seu forte. e sim o bambolê.

Esta linha de circunstancias que permeiam a vida de cada um entre os de minha geração, já nos faziam ignorar tudo aquilo que parecia a primeira vista, não ter uma utilidade aparente. Hoje, na era da comunicação, mais ainda. A descritiva, que era a matéria básica, se você quisesse passar no vestibular para arquitetura. Mas para que ela servia? Dar-lhe a visão espacial.

Hoje o existencial é menos importante que o transitório. Afinal, estamos na era do fui! O elemento pessoal não é mais intransferível. Hoje ele pertence a uma rede social. Impor suas repugnâncias e suas mais tenras necessidades passou a ser, quase que obrigatoriamente, de domínio público. Taca na rede! O mistério se dissipou. As pessoas não mais conversam. Trocam textos. Ninguém ouve sequer os passarinhos. Preferem estar "plugados" a algum I-alguma coisa. E ai eu me pergunto. O que serão dos poetas?

Foi extinto o pacto de cumplicidade com a vida? O que será de suas descobertas se tudo que é descoberto, segundos depois está na net? Para que raciocinar, se tudo já foi raciocinado para você? isto acabará com os inventores? Não sei como as pessoas se sentirão felizes, daqui para a frente. Talvez dentro de uma bolha...evidentemente que ligado a uma rede de Wifi...

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

TRISTE CONSTATAÇÃO: TORNEI-ME UM IDOSO ESTE FIM DE SEMANA!


Existem dias que você não tem sorte. São aqueles que você pode marcar como nada bons  se possível esquecê-los para todo o sempre.. Porém, como estou atualmente muito longe de meu período zodiacal, que diga-se de passagem, sempre é um inferno, achei que aquela viagem iria cair bem. Ledo engano...
Viajei para o Brasil pela TAM. Miami, via Belo Horizonte sendo o destino final São Paulo e final Bagé. Logo, odisseia. Mas isto não é nada. Entre o primeiro e segundo destino quatro noites para visitar amigos, rever lugares e colocar as coisas em seus devidos lugares. Quando fiz o check in, a atendente local me perguntou se eu não queria o acento conforto. A principio não entendi, mas como já tenho experiência anteriores em vôos internacionais da TAM e tenho plena consciência que  tudo é desconfortável, perguntei quanto aquilo iria me custar. E ela com aquele sorriso funcionária de empresa aérea, respondeu: nada, afinal o senhor é idoso.
Estarreci-me, como houvesse acabado de ouvir a mais inesperada novidade. Mas nada melhor que o tempo para recuperar um estarrecido. E estarrecido deixei de ficar numa questão e segundos, pois, tanto a dúvida quanto a ansiedade, permeadas de tristeza, perplexidade, angustia e incerteza, tinham passado. Faziam agora parte, de um passado longínquo. Agora deixara de ser uma impressão. Era uma realidade. Eu era um idoso, perante aquela menina e a empresa que ela representava. Uma realidade nojenta, aspera, como lingua de um gato - e vocês não tardarão a entender o porque da analogia - afinal não se podia nega-la, pois, a mesma era tangível e em sendo tangível, "enfrentável". E tudo que possa ser "enfrentável" se torna "derrotável", dependendo apenas de você.
Devo ter feito uma expressão estranha, ao ouvir dela a inevitável constatação a respeito de minha idade, pois, imediatamente emendou uma segunda mas de uma forma pouca convica: se bem que não parece...
Agradeço, mas não mereço, pensei com meus botões da camisa que agora parecia ainda mais velha. Mas, como achei negócio um upgrade grátis, fiquei quieto,pois, mesmo não sendo daqueles que coadune com a ideia que de graça, até injeção na testa é factível, um melhor acento sem custo algum, mal não iria fazer. A coisa poderia ter parado por ali, todavia, ela não sossegou e tentando melhorar  uma situação, que para mim já estava enterrada, piorou ainda mais o caldo: são as vantagens de se ter idade...
Olhei-a com certo desprezo. Verdadeiramente ela não merecia uma resposta objetiva, que tudo naquele instante me autorizava, mas a transmutação efetivada em minha expressão, talvez tenha acendido nela uma lâmpada de há muito em desuso em seu diminuto e inativo cérebro. Afinal, passavam um pouco das 5 da manhã, e na véspera viajara praticamente o dia todo, até chegar em casa as 11 da noite e tendo que fazer a mala e deixar prontos alguns cheques, quando consegui me deitar, já passavam das 3. Imaginem meu estado de humor. E ademais, enfrentar aquele intelecto, com pouco mais de uma hora de sono, nas últimas 24 horas, era dose. 
Olhei-a novamente com aquele olhar de escrutilho nada enigmático, respirei fundo e deixei claro meu ponto de vista como só o vampiro de Dusseldorf o faria, ao ser arguido por um idiota do porque daquela sua insana necessidade de se prover de sangue alheio: minha queria, primeiramente eu diria que idoso é a sua digníssima progenitora, que se não estiver viva que Deus a tenha longe de si. Segundo que se pareço que tenho ou não a idade que carrego, não é da sua conta. E por último, mas ainda não terminando existem outras vantagens de se ter a idade que tenho, e a principal delas, e ficar calado quando nada de útil há para se dizer. Que no seu caso parece ser um desafio insano e impossível de ser alcançado - e com uma expressão possivelmente "transmutável" ao citado vampiro de Dusseldorfe, arematei - E agora sim terminando, diria que depois da senhorita ter provado a mim que sua experiência no contato com o publico  é exemplarmente nulo, que tudo na vida é fácil, antes de ser tentado. Logo acelere o processo, antes que eu chame seu superior e lhe alerte do perigo que sua empresa corre, ao mante-la sobre o regime salarial.
Ela, atolada na jaca em que se metera, demonstrou mais uma vez, que o que lhe sobrava de peitos, evidentemente faltava-lhe em massa cefálica. Tentou ser mais viva que a vivacidade e perguntou: o senhor precisa de alguma ajuda para chegar a aeronave? Sorri e lhe respondi: com certeza. Que a senhorita me de o boarding pass e se mantenha, se possível calada pelos próximos segundos, até eu me afastar deste balcão e me arrastar até a sua aeronave. Afinal com minha idade, as chances de chegar vivo as mesmas, não são muitas.
Evidentemente que aquela guria, tratava-se de uma caso de carcinoma no canal anal! E tentando desviar-me do entulho de malas de uma senhora brasileira que era atendida ao lado, dei inicio, a mais uma viagem internacional com “aqueles que gostam de voar”, mas nem sempre sabem como atender.

Uma das fileiras do tal do acento conforto é a inicial da classe turista. Aquela que tem três incoveniências: primeiro de não se poder colocar uma das malas em baixo do banco à sua frente, segundo de lhe dar dor na nuca se a intenção for ver o filme na tela que está à sua frente, mas bem acima de sua cabeça e terceiro por ser a região dos bebes. E bebes, choram, querem ter suas fraldas trocadas a cada hora e quando em estado normal de sobrevivência social, babam em sua manga, sem que suas mães percebam. E a gente não pode falar absolutamente nada, caso contrário será tratado não só como um velho, mas também como um pedófilo. 
Evidentemente que aquela era uma vingança arquitetada pela peituda de nenhum cérebro, que agora deveria estar se esbaldando em gargalhadas.
O bebê de meu lado direito babava, incessantemente, qual um cão boxer depois de um esforço físico. E o fazia entre um choro convulsivo e outro, pois, segundo sua mãe estava sendo atacado pela otite. O do lado esquerdo, era mais civilizado, embora evacuasse de forma constante e num volume brutal embasado em aroma pútrido, próprio de um paquiderme. Ele devia ter o hábito de engolir as próprias fezes.  E evidentemente que todas as mães mantinham suas luzes acesas, pois, se Deus não tinha proporcionado o direito maternal de dormir, todos à sua volta não deveriam igualmente usufruir deste direito. Mas como se tratava de uma Tiranossaura, de proporções avantajadas, limitei-me a ficar em minha insignificância, própria dos idosos.
Também não sou daqueles que pega um avião e pensa em comer, todavia, outrossim, a gastronomia da TAM não a indico nem aos inimigos. E depois de três filmes, dois dos quais ecológicos, com pinguins e Tim Tim, o coro de várias crianças chorando - pois esta é a sina de um vôo diurno -, cheguei finalmente, mas aos pedaços em Belo Horizonte, que com todo o respeito, não me parece ser um aeroporto ainda aparelhado para receber e dar inicio a vôos internacionais. Talvez por isto tenha que tenha sido obrigado a participar involuntariamente em uma maratona particular, já que do gate 5, fomos avisados que a coisa mudara para o R2 e lá chegando que a informação era errada e o gate de partida, era definitivamente o C5. De volta ao gate original e depois de alguns minutos de espera e a constatação que não haviam pessoas suficientes a minha volta para preencher um vôo para São Paulo, resolvi perguntar se era ali mesmo o embarquem do avião para Congonhas e a Vanessa, uma atendente de solo, sorridente e bonita, me fez tomar conhecimento que o embargue se verificaria no B2 e não mais no C5 e muito menos no R2.. Corri para não perder o avião, Sentei no acento conforto e apaguei. Perdi o fabuloso sanduíche - marca registrada desta companhia aeria. Bem como aquela balinha inicial que lhe tira as obturações. 
Extenuado desembarquei as 10 e 30 horas da noite em Congonhas. Peguei um taxi e como não havia trocado dinheiro, perguntei ao motorista, se ele tinha cartão. Bem humorado ele respondeu: quem tem que ter cartão é o senhor, eu tenho a máquina.
Pelo menos me deu a oportunidade de dar uma boa gargalhada, até conhecer o gato que meu amigo que me hospedava por uma noite, havia recentemente adotado e esquecera de me avisar.
O hotel que costumo ficar estava lotado para a noite de quinta para sexta, e assim marquei-o a partir do dia seguinte e como não estou acostumado a dormir ao relento, aceitei o convite de um amigo e fui hospedar-me em sua casa. Ele viajava e me fizera a gentileza de deixar a chave com o porteiro da noite.
Entrei, deixei minhas malas e desci a procura de um lugar para comer algo. Achei um, chamado Farol. Era um bar gay. Senti tão logo coloquei meus pés em seu recinto, tratar-se do único hetero, mas com a fome que estava, enfrentaria até o sanduíche perdido na TAM, que dirá alguma cantada, se assim houvesse. Mas felizmente sou velho, e não me deram a menor bola.
De volta ao apartamento do amigo, fui direto ao quarto a mim destinado e apaguei. E dormiria até o meio dia do dia seguinte, se não fosse a gata. Sim meu amigo deixara um bilhete espirituoso, no console junto a porta de entrada, que eu não havia notado, graças ao estado que cansaço em que chegara. Nele dizia: espero que tenha feito boa viagem. Sinta-se em casa, mas não deixe de fechar a porta do quarto se não a gata te acorda. E ela é madrugadora. Chego pela manha. Abraços....
Eu diria que a gata era notívaga, pois madrugadora para mim, seria das seis horas da manha em diante. As três e meia, têm outro nome. 

Não sou daqueles que morra de amores por felinos domésticos. Não os mato, nunca fiz algum voar ou sequer nadar dentro de um saco, mas uma coisa gosto de deixar claro, desde o seu início: ele lá e eu aqui. A distância tem que ser mantida, para que se construa um respeito entre ambos. Infelizmente a gata do amigo, não era da mesma opinião.
Você já levou uma lambida de gato, quando estatelado em uma cama quase morto pelo cansaço e achando estar sozinho? Pois é, garanto-lhes que a sensação, não é nada gratificante. A língua além de áspera era inesperada. Eu estava tendo um sonho estranho com a presença de alieníginas e aquele contato de terceiro grau me despertou de imediato. Pulamos da cama. Eu e ela ao mesmo tempo. Depois de passado o susto inicial, nos olhamos de maneira pouca amistosa. E ficamos assim por alguns segundos. Ela para demarcar terreno pulou de volta na cama e me olhou com aqueles olhos amarelos deixando claro que dali não sairia. Por um momento ela cresceu à minha frente e começou a balançar o rabo. Lembrei-me que quando o gato balança o rabo, até cachorro acha seu caminho de volta. Não tive outra alternativa. Sai do quarto deixando a porta fechada atrás de mim e fui para o sofá da sala. Todavia, o estrago já estava feito: o sono se fora.
Como a televisão para mim, muitas vezes funciona qual um soporifero, a liguei e descobri que as quatro da manhã, mesmo dispondo de mais de 100 canais, a programação brasileira deixa bastante a desejar. O filme mais recente estrelava Gary Cooper e a quantidade de matéria paga domina o horário. Vendem de tudo, desde cadeira de rodas para idosos, como eu, até máquinas diabólicas de mil e uma utilidades, que fazem seu corpo inchar de músculos, que um dia cairão, quando você parar de usá-as. E que na minha opinião tendem a atrofiar o cérebro e os testículos. Talvez a atendente da TAM em Miami se utiliza-se de uma, todas as manhãs. 
Só não compreendo porque tanta matéria paga, já que a aquela hora da noite, acredito que poucos sejam aqueles que tenham sido acordados por um gato. Por via das dúvidas, fui até a varanda e descobri que não estava errado. Apenas um apartamento parecia estar iluminado em toda a quadra. Ele talvez fosse o resto da audiência local.
Mas para minha sorte não chovia em São Paulo, o dia amanheceu mais para Rio de Janeiro do que para manhã paulista e eu pude pegar minhas tralhas depois de um longo e confortante banho e partir para ganhar a minha vida.
Deixei um bilhete agradecendo a atenção do amigo, alertei-o que sua nova room mate se encontrava trancada no quarto de hóspedes e que ele tomasse cuidado, pois, ela além de beijar mal, o fazia antes da madrugada, de forma inadvertida e suspeitava que tivesse tremenda sede sexual.

terça-feira, 18 de setembro de 2012

POR QUE O RIO DE JANEIRO NÃO TÊM HISTÓRIA

Outro dia, um grande amigo meu, me perguntou, naquele estilo bem Morro do Alemão, isto é, a queima roupa, qual, em minha opinião, era o maior defeito entre os brasileiros. E eu respondi sem pestanejar, que depois da inépcia crônica de não saber votar, era a sua extrema capacidade de apagar totalmente de sua mente, tudo que estivesse com mais que quinze dias. Pois, o que para alguns, pode-se se tornar o inicio de uma história, para o brasileiro, não passava de notícia passada. Como a fama, dura quinze minutos, a vida útil de qualquer coisa no Brasil, vive no máximo quinze DIAS. Para os monumentos, é feita uma exceção; 15 anos...

Mas aquele me interpelou, queria que eu fosse mais especifico, não tanto em relação a situação do voto, que ele por ser um elemento racional estava totalmente de acordo, mas sim o por que aquela história de conseguir apagar de sua mente, coisas passadas. E eu dei como exemplo, o acontecido com o Palácio Monroe, no Rio de Janeiro.

Sede do senado em uma cidade que foi por 320 anos capital, de monarquias, republicas, ditaduras, democracias e atualmente vive um namoro safado com o socialismo moreno, o Palácio Monroe foi literalmente abaixo nos nos 70, durante a gestão Geisel. Sim o derrubaram a troco de nada.

Primeiramente a desculpa era que encareceria por demais as obras do metro. Depois, que o metro deu uma curvinha, e não havia mais o que justificar, veio aquela que o palácio não tinha valor arquitetônico. Qual seria o conhecimento que o general teria em relação a valores arquitetônicos? E, para ser mais ainda sincero, eu como arquiteto perguntaria, o que tem valor arquitetônico? Aquele musuleu que é a catedral do Rio de Janeiro? E qual é o valor arquitetônico da Pirâmide de Quéops? Deve-se então derrubá-la para então se construir um shopping center? Pois, é tudo que tinha valor no palácio foi desmontado e virou espólio de quem pagasse mais. E hoje temos um chafariz em seu lugar.

Minha vó Adelina sempre me disse, que o lugar de general é no quartel, de marginal na prisão e de arquiteto na prancheta. Mas no Brasil, existe aquela eterna troca de valores. Generais e torneiros mecânicos são presidentes. Ex-jogadores de futebol e palhaços analfabetos, políticos. Prostituta se apaixona e traficante se vicia.
Pois é, vivemos na ordem inversa das coisas. O assaltante do trem pagador na Inglaterra, fugiu para o Rio de Janeiro. Em qualquer filme, tanto europeu quanto norte-americano, quando alguém comete um crime, a cidade que imediatamente vem à mente do infrator como refúgio, é o Rio de Janeiro. Todavia, o brasileiro que comete crime idêntico no Brasil, imediatamente voa para Miami. 

Somos a terra do vale tudo. E em se tratando do Rio de Janeiro, o que podemos dizer de nosso valor arquitetônico, já que passamos por diversas fazes em nosso desenvolvimento. Fomos barrocos, coloniais, neo-clássicos, modernistas, art-déco e tudo isto sem planejamento algum, no estilo bumba meu boi. Pagou, levou, ergueu e vendeu! Parede com parede, sem preocupação sequer com o esgoto e onde ele vai dar.

O pior é que a coisa não parou por ai. Pois saibam que aquele que me perguntara, ficou curioso em saber, onde era mesmo o Palácio Monroe, pois, havia se esquecido... Precisamos de um exemplo maior de um "apagão" mental que este? Penso que não.

Tem gente que acha que aquela pirâmide de vidro na frente do Louvre nada tem a ver com o grande museu às suas costas. No Brasil, não tenho dúvidas que seria derrubado o museu e construído atrás um obra moderna que combinasse com a pirâmide. Pois, como já frisei, vivemos uma eterna inversão de valores. Comenta-se a boca pequena que o então general que dirigia a ditadura, sobrepôs o bom senso, por causa de uma picuinha particular. Simplesmente para se vingar de um desafeto seu, no ramo militar, cujo o pai fora aquele que edificara o Palácio, que hoje já não mais existe. Não haveria uma pena para com aqueles que comentem crimes contra o patrimônio histórico? Acho que deveria existir.

Meu pai me contou, que existia um morro importante no rio de Janeiro, chamado Morro do Castelo. Pois bem, na década de 20, chegaram a conclusão que este morro não deixava o centro da cidade respirar. E assim todo um patrimônio histórico erigido no século XVI, implodiu subjugado pela força da dinamite. E as igrejas, os fortes, a muralha, os hospitais, o convento, as construções simplesmente desapareceram. Como igualmente desapareceu o monumento a Estácio de Sá. Que patrimônio é este, que não sobrevive a ira de um pseudo-desenvolvimento? Está certo que o rio de Janeiro só teve o privilégio de eleger seu primeiro prefeito no final da década de 80. Até eles eram nomeados. mas não acertar um qualquer, é dose!

Imaginem isto acontecendo na na Itália ou na França. Vamos derrubar aquele elefante branco do Coliseo, pois, ele está tirando a ventilação de Roma. E fazer o que, com esta merda deste Arco, que de triunfo, não tem absolutamente nada, e obriga a todos a circundá-lo? Nenhuma pedra ou paralelepípedo pode ser movida na Inglaterra. Mas talvez a melhor solução, para este povos pré-históricos, é se fazer o que foi feito no Rio de Janeiro onde no lugar do morro, construíram-se edifícios mais altos que o próprio, parede com parede, e pasmem, o centro da cidade mesmo assim, conseguiu sobreviver? Não morreu sem ar como era defendido, por aqueles que queriam lucrar com as novas edificações e mandaram a história para o beleléu! Logo, o Morro do Castelo com o inicio de toda a nossa história, poderia ter permanecido.

Somos um pais jovem, que não procura preservar o pouco de história que tem. Moro nos Estados Unidos, outro pais jovem, apenas alguns anos mais velhos que nós, mas onde tenta-se a todo custo preservar-se o pouco de história que eles foram capazes de construir. Aqui qualquer coisa acima de 50 anos, vai para o antiquário. No Brasil, para o lixão. 

Minha mulher, Cristina, quando escuta historinhas da carochinha como esta para justificar algo, que não tem justificativa, diz com extrema propriedade, que a desculpa do amarelo e comer barro. E nós cariocas, infelizmente, tivemos que comer outra coisa...


quarta-feira, 12 de setembro de 2012

POR FAVOR, ME DEVOLVAM O MEU RIO DE JANEIRO

Estamos a caminho de mais um carnaval. Para o carioca, ele já está ali na esquina. Os ensaios de quadra já tiveram o seu inicio. Hora de "pegar" o samba. E o carnaval é aquela época do ano, em que o brasileiro sai do ar oficialmente. Não propriamente o carioca, que já vive fora do mesmo, desde o momento que começa a andar com suas próprias pernas. Eu acho que eu já escrevi isto... Não importa. O que é importante de se dizer é que cada vez mais eu me afasto de um antigo amor: o carnaval do Rio de Janeiro. Um amor de décadas, com namoros sensacionais com a banda de Ipanema e uma vida quase que inteira com o meu querido Salgueiro. Durante anos fui presença certa em ambos. Mas o tempo passou e a coisa não me parece mais a mesma. Não é questão de idade, por que ser carioca, não tem idade. É vicio que você contrai e não se cura jamais. Mas vou tentar me explicar.

Vocês leram um livro chamado Chove sobre a minha Infância? Foi escrito por Miguel Sanchez Neto. Em uma frase, este brilhante escritor resume todo o sentimento que tinha em mim e não sabia como explicar. Ele escreveu: “Quando é que morreu esta cidade que insiste em viver em mim?” Pois é, eu não sei, mas o meu sentimento em relação ao Rio de Janeiro pode ser resumido nesta simples pergunta, que nem mesmo eu sei como responder. Ou quem sabe por covardia, eu me recuse a fazê-lo. A verdade nua é crua, que você pode até deixar o Rio de Janeiro, mas onde você estiver, lhe garanto que o Rio de Janeiro nunca deixará você.

Amo demais o Rio de Janeiro para tirá-lo definitivamente de minhas memórias, outrossim, os valores básicos, aqueles responsáveis por minha formação, foram se apagando, pouco a pouco, em mim. Procuro-os quando o visito, mas já não mais os encontro. Muitos dos quais, foram apagados por terceiros. Sim, aqueles mesmos que deram um fim ao Antonio’s, a sorveteria do Morais, que desapareceram com o cachorro quente do Genial,  com o restaurante dos Esquilos, as grandes discotecas, com os festivais internacionais de música, e os universitários também, com a magia da Montenegro, a desconcentração do Veloso, com a sedução do Le Bateaux. Que cariocas somos nós que não conseguimos renovar a volta de nós, nomes desaparecidos como os de Rubem Braga, o Tom, o Vinicios, o Carlinhos de Oliveira, o Tarso, o Henfil, o  Francis,  o Bidet  - não o aparelho sanitário e sim o Hugo - o Saldanha, o Nelson, o Sabino, o Carlinhos Niemayer, seu Canal 100, a Leila... Que me desculpe, mas amaldiço-o também a aqueles que estão reformando o Maracanã. Imaginem ter que ir ao Engenhão para assistir o Flamengo jogar. Simplesmente não existe!

Porque estou falando sobre isto? Porque um amigo me telefonou do Rio. Ele é jovem, gaúcho e pela primeira vez irá a um desfile das escolas de samba. Seu comentário foi contundente. “O Rio não se renova. Entra ano, sai ano, as coisas estão apenas mais um ano velhas”. O pior é que ele está coberto de razão. O Rio de Janeiro realmente não se renova como São Paulo. Precisamos que o Ricardo Amaral se recrie e faça do Rio de Janeiro um novo parque de diversões noturnas. Cadê a sua feijoada, cara? Hoje vivemos apenas de três fatores, que ainda trazem os turistas aos milhares para o nosso seio: As belezas naturais, o espírito do carioca e o exotismo em que ainda nos mantemos envolvidos para as populações estrangeiras. E entre estes exotismo, o carnaval é o maior de todos.

Você vê as imagens de uma novela da Globo e imediatamente redescobre o Rio de Janeiro a cada ângulo. A cada take. A cada menor detalhe. Aqui entre nós, nosso Rio é lindo de morrer. Enquanto isto quando o assunto é São Paulo, a emissora não consegue apresentar, mais do que duas únicas imagens que são repetidas continuamente, a da nova ponte suspensa e o trânsito nas marginais a noite. Por isto São Paulo necessita se renovar. E o tem feito bem, diga-se de passagem.

O carioca por sua vez é o único povo, entre os diversos existentes no Brasil, que vive de um estado de espírito. Possuí uma capacidade impar de sarar as suas próprias chagas, de dar a volta por cima mesmo perante as maiores adversidades, de com um jogo de cintura sempre dar um jeitinho de achar que o minuto seguinte será melhor do que o anterior. Esta é a verdadeira energia desta cidade.é isto que os que não a habitam sentem ao andar por suas calçadas.

A cada apresentação do jornal Nacional, você é tomado pela nítida impressão que o Rio de Janeiro não é mais viável. A cada resultado depois das chuvas passamos a ter noção que nada foi feito, é feito ou será feito. E o pior. Nos imbuímos daquela premonição que no ano seguinte aquelas mesmas imagens se repetirão.  Convivemos com o infortúnio, troçamos do mesmo, deixamos para o dia seguinte o que não se fez hoje e que possivelmente nunca será feito, fingimos acreditar que as coisas irão mudar, que alguém está preocupado com nossas infelicidades. Doce ilusão. Gostamos de nos enganar e colocar nas mãos de Deus, um destino que ele nos deu a liberdade de traçar. Mas a cada queda este povo abençoado se levanta sara a sua ferida e a transforma em vida como diria a canção de Gil e Milton.

Sofremos de amnésia crônica, de uma irrecuperável efemeridade e acima de tudo, nos damos ao luxo de desprezar nossa própria história. Não cultivamos a aqueles que fizeram de nossa cidade a maravilha que um dia foi e nas regiões mais recônditas de nossa alma, continuamos a crer em premissas e promessas.

Um conselho de quem viveu 2/3 de uma vida, muito bem vivida nesta cidade. Se alguém quiser odiar o Rio de Janeiro, não passe por lá, pois, caso contrário será envolvido por sua magia e ficará que nem eu contando os minutos para lá voltar, mesmo sabendo que irei me decepcionar.

sexta-feira, 31 de agosto de 2012

AS FORÇAS DA NATUREZA


O furacão Isaac passou e confesso a vocês, que não deixou saudades. Felizmente passou ao largo, não muito perto do sul da Florida, que a principio parecia ser o primeiro lugar a fazer seu touch down. Sorte para nós, azar para a turma da Louisiana e estados circunvizinhos. Esta é uma das contigencias de seu aparecimento. A gente, quando está em sua rota de colisão, reza para que ele desvie, quando na verdade estamos, sem querer,implorando a Deus que ele vá arrasar a casa do vizinho.

Nós brasileiros, graças a Deus, não vivemos uma temporada de furacões. Os nossos, funcionam na maior parte do ano e estão localizados em Brasilia, tendo como epicentro, a praça dos três poderes. Logo, a gente não teme até estar no meio de um deles. Ventos com a velocidade de mais de 200 quilômetros por hora. Chuva forte e internitente. Escuridão total. Término de energia. Sua passagem é rápida, mas o que deixa para trás, é um rastro de más lembranças e muito trabalho de restauração e contrução a ser feito. Se existe um ponto pelo menos não negativo, diria ser o fato de ele avisar quando vem e qual é a sua força, dias antes de sua chegada. Não age como os terremotos, que são verdadeiras visitas inesperadas.

O furacão é uma das forças da natureza. E como tantas outras forças, ele precisa de solo fertil para retomar suas forças, dispendidas por ter que atravessar todo um oceano em sua viagem para encontra-lo. Como um vampiro precisa de sangue, o furação, chega e alimenta-se da destruíção que causa. Dá o seu recado, acondiona novas forças e parte para alarmar outras paragens. 

Que nem muito politico brasileiro...

terça-feira, 21 de agosto de 2012

NOSSA OPERA BUFA

Não creio que aja, qualquer resquício de dúvida, que o Partido dos Trabalhadores, falhou em sua missão principal, que era, até que provou ao contrário, melhorar o nível de vida daquele que trabalha. Por isto até usou como nome de sua agremiação, Trabalhadores. E na verdade, por aquelas incongruências da vida, aquele que sempre foi a sua ponta de lança, o senhor Luis Inácio Lula da Silva, é o que menos trabalha. Fala muito, mas sempre trabalhou pouco. E quando se cansou, perder parte de um dedo, no final não acabou sendo mal negócio...

Nossa situação política, a partir de 2003, quando o PT tomou as rédeas de uma nação que tinha um plano econômico, finalmente estabilizado pela gestão anterior, sempre foi uma cortina de fumaça consubstanciada em esperança, mas que na verdade quando se dissipou, com o passar dos anos, o que se viu foi a eterna realidade de sempre: a de se assumir o poder, tentar eternizar-se ao custo que for necessário e trazer para si e para os seus, vantagem em tudo.

Não há dúvidas que hoje somos um pais com um pouco mais de sanidade financeira. O que era de se esperar, afinal os alicerces duramente plantados pela gestão anterior, precisavam a penas ser mantidos e que uma casa sobre os mesmos fosse erigida. Não sei se foi ideia do senhor Lula, ou quem sabe imposição daqueles que lhe garantiram o poder, mas embora ele negue, a política financeira foi mantida. e aí está o segredo de seu único sucesso. Não mudar o que estava dando certo, como no final deu.

Como na fanfarra, imediatamente esquece-se o pai que gerou e apresenta-se apenas, o filho bonito e inteligente. E nunca esquecer de em toda retórica a iniciar com um emblemático: "nunca na história deste pai..."

Desculpem a minha opinião, mas para mim melhorar a vida do trabalhador e lhe proporcionar e dar acesso a um mínimo de segurança, educação e sanidade. Olhando para o atual quadro da segurança, vendo o estado em que se encontram as nossas escolas e tendo a coragem de encarar todo e qualquer hospital publico, descobre-se, que todo trabalhador tem hoje um geladeira e uma televisão, evidentemente que pagando um preço vil, mas sua saúde em nada melhorou, como também a educação de seus filhos e a segurança para toda a sua família.

Vivemos, sem sombras de dúvidas, uma ópera bufa. Que na verdade é uma pequena ópera cômica, que quer parecer uma ópera normal, mas infelizmente não foi escrita por Verdi, Puccini ou Donizetti. Tem sua graça, mas com o passar dos dias, não fica na mente daqueles que a assistiram. Infelizmente a similar montada pelo PT, está simplesmente acabando com as mentes e deixará um grande estrago, quando a conta vier a ser mandada. 

Seu Dirceu e companhia montaram um sistema de corrupção, que denominaram de coligação de partidos de sustentação de um base política. Como as armas de alta destruição, que só o senhor Bush acreditou existirem no Iraque, uma pantomina foi erguida, por intermédio de valeriodutos e mensalões. Dissipada a fumaça e vista a realidade como ela o é, pasmem, apenas nosso presidente em exercício, quer nos fazer crer, que não teve absoluto conhecimento do fato. Talvez porque viajasse muito. Talvez por ser uma alma pura. Quem sabe até por um pouco de desatenção...

E somos nós, que temos que dormir com um barulho deste, rezando antes de fechar os olhos, que não sejamos assaltados no dia seguinte, que nosso filho possa estudar em condições decentes e que nunca tenhamos que depender de um hospital publico. Mas em compensação, o financiamento daquele carro de seus sonhos é possível. Impossível será você pagá-lo.


sábado, 11 de agosto de 2012

POR QUE MAIS UMA VEZ NÃO CHEGAMOS A LUGAR ALGUM?



Chegamos sim, ao fim, de mais um jogos olímpicos. Houveram surpresas e confirmações. E de que vive o esporte senão de surpresas e confirmações? 
Surpresas para muitos, foram as atuações de Michael Phelps e Usain Bolt, pois, parte da imprensa internacional, cobrava destes dois grandes atletas, eles já estarem no ocaso de suas respectivas campanhas atléticas. Confirmações, foram as atuações das grandes potências olímpicas, Estados Unidos e China, e mais uma vez a ineficiência brasileira de provar ser capaz, de com a população que tem, conseguir estar entre as mais importantes nações deste universo de jogos. 

Eu acho que uma civilização se faz com costumes. São necessárias gerações para se criar um perfil. A Inglaterra foi um fiasco nas olimpiadas de Atlanta. Reestruturou-se todo o seu programa olimpico, antes mesmo de ser escolhida como cidade olimpica pela terceira vez. O que parecia impossivel, criatalizou-se. O comite olimpico lhe concedeu sediar o evento, e o esporte olimpico britânico, luziu nos jogos deste ano. Passou a ocupar a terceira colocação no quadro de medalhas. Enquanto isto no governo Lula, foi instituíndo um Ministério pomposo para os Esportes, em 2003, mas como tudo na gestão do PT, pomposo, pesado e liderado por politicos, que nunca foram capazes de sequer chutar uma bola de meia. E o que melhoramos de Pequim até Londres? Eu acredito que nada. Nos mantivemos  estagnados. Um grupo grande de atletas, sem a competitividade necessária para disputar num patamar de alto nível, salvo raras exceções. Seria culpa de nosso material humano? Penso que não. Ao contrário, estes abnegados que a Londres compareceram, a despeito da inóqua participação governamental, tentaram e alguns alcançaram sucesso por contra própria. 

A verdade nua e crua, é que somos ainda o pais da bagunça organizada. Da improvisação mergulhada de humor, pois, nada se conseguiu mudar. Da filosofia ao sistema de formação em todo e qualquer esporte, o que se viu foi mudança de uniformes, apenas. Não se popularizaram setores importantes como o atletismo. Não desenvolvemos nosso potencial na piscina. O faraônico Ministério dos Esportes preocupou-se apenas coma agenda política de trazer para o Brasil, a Copa do Mundo e as Olimpiadas, pois, elas serão fontes de obras monumentais e assim, mais uma vez, seremos os observadores oculares um uma história, onde gestões irão gerar novos escandalos. Afinal, se nossos politicos são capazes de aprontar com ambulâncias, imaginem com estádios, vilas olimpicas e segmentos de transporte publicos. 

Existe uma forma de se concientizar a formação de novos atletas? Não tenho dúvidas que sim.Vendo os anúncios nos intervalos olimpicos, na NBC norte-americana, um me chamou bastante atenção. Após uma marca era batida, qualquer que fosse a modalidade, aparecia nos dias seguintes, um anuncio em que um jovem escreve na areia, no quadro negro, no espelho esfumaçado, a marca obtida e sai para treinar. Isto é uma forma de incentivo e principalmente de lembrança. Aquela marca, aquele atleta que a conseguiu, são agora os desafios a serem suplantados.


Penso que Michael Phelps e Usain Bolt foram as estrelas maiores entre os atletas em competições individuais. O que não se constituiu numa surpresa e longe de ser uma mera confirmação. Foi o coroamento de dois atletas que parecem estar acima das aptitudes humanas. Eles agem como sobrenaturais. A dupla feminina de volley de praia e o time de futebol feminino, ambos norte-americanos, confirmaram suas supremacias olímpicas. Parece que os outros países, nestas duas modalidades, pelo menos em disputas olímpicas, tem que se concentrar, com no máximo, a prata.

O dream team de basquete norte-americano, a meu ver, tem uma obrigação olimpica. Ganhar. E ganhar de muito. Como deveria ter o Brasil, em termos de futebol masculino. São verdadeiras disparidades. Nosso volley continua forte, pois, foi o único esporte, que por conta própria de alguns, organizou-se e hoje colhe os resultados desta iniciativa. Por que não fazemos o mesmo com os demais esportes?

Tenho plena consciência que dentro do período a que é nos dado o direito de viver, a gente se impressiona muito com aquilo que vê e sente. E considera estes momentos, como os maiores de todas as existências. Todavia, mesmo levando em consideração que em outros períodos, outras pessoas sentiram o mesmo, que estamos sentindo neste momento, fico lisonjeado por ter sido agraciado com a possibilidade de ver  “in loco” seres diferenciados como Pele,  Rudolf Nureyev, Frank Sinatra, Luciano Pavarotti, Michael Jordan, Michael jackson, Steven Spilberg, Joe Montana, Antonio Carlos Jobim, Pete Sampras, Martina Navratilova, Chico Anysio, e por meio de midias  informativas a outros como Mohamed Ali, Maria Callas, Michael Phelps e Usain Bolt. Todos vivem ou viveram em parte do período que vivo. Me sinto afortunado com este fato. Obrigado, meu Deus!

Mas me pergunto. Existirão outros que poderão suplantar os citados?  Creio que não haverão outros Beethoven ou mesmo outro Tchaikovsky. Hoje o mundo vive de Michael Teló e Zeca Pagodinho, Todavia, penso que se o homem, em sua eterna volúpia de vencer desafios, conseguir, por exemplo, botar seus pés em Marte, o fundo musical estará mais para a Quinta Simphonia do que para, Ai se eu te pego.

Não importa que possa não haver outro William Sheakespeare no Reino Unido - sendo ele quem possa ter sido. Não creio que seja válido, inclusive usar como parâmetro Albert Einstein para se medir inteligência. Esta são energias próprias. Mas nós podemos erigir outras formas de energias, pois, são estas que fazem o mundo se desenvolver e sempre andar para a frente, a despeito dos politicos.

Fico por sua vez pensando, se alguém poderá ao curso de sua vida olímpica, ganhar 23 medalhes, ou quem sabe 19 de ouro, sendo 11 em eventos individuais, ou sendo um do sexo masculino, 14 medalhas em uma só olimpiada? Acho dificil. Seria como se tentar reinventar o sol. Ninguém irá conseguir iluminar e aquescer mais o mundo do que ele. E creio que será muito difícil se conseguir recriar outro Michael Phelps, ou mesmo, algo tão veloz como Usain Bolt. Ou o homem será capaz de correr os 100 metros em menos de 9’50”? Ou quem sabe sagrar-se vencedor em duas olimpíadas seguidas, dos 100 e dos 200 metros rasos! 100metros é uma corrida. 200 o dobro. Talvez por isto ninguém o havia conseguido até o aparecimento deste jamaicano. E fazê-lo em duas olimpiadas me parece difícil de voltar a acontecer. 

Se bem que eu achasse que dificilmente alguém voltaria a ganhar sete vezes o torneio de Wimbledom, como Pete Sampras o havia feito e este ano, naquilo que muitas já consideravam como certo - o final da carreira de Roger Federer - eis que o suíço iguala a marca do norte-americano. Mas alguma outra mulher será capaz de chegar aos nove titulos alcançados por Navratilova? 

Concordo que o material esportivo está sempre em evolução, assim como as formas de treinamento e mesmo de “vitaminação”. Outrossim, existem limites. Mas seriam estes limites pontos impossíveis de serem ultrapassados? Se são ou não daqui para a frente, creio que uma coisa os poderá fazer cair. E esta coisa é aquela imensa vontade de vencer, que nascem com alguns ou são incentivados por pais ou instrutores.  O da abnegação, da total entrega, do compromisso de suplantar aquilo que parece ser impossível de ser suplantado. Do compromisso para com o esforço supremo, de superar seus próprios limites e preferencialmente os de seus advers]arios. São estes fatores que a meu ver, fazem a verdadeira diferença, entre o campeão e o muito bom atleta.

Isto que acontece com humanos, também ocorre com os equinos. Houveram grandes cavalos no mundo: St. Simon, Ormonde, Bayardo, Nearco, Ribot, Sea-Bird e agora Frankel. Como explicar aquele algo maior que estes possuem em relação a seus adversários? Não sei. O que sei é que eles suplantam seus limites, mesmo sendo para muitos, considerados irracionais. Pois vos digo, com a experência que tenho neste setor: muitos deles tem mais discernimento, do que a grande maioria dos politicos. Principalmente os brasileiros.

Morador que sou nos Estados Unidos, desde 1987, diria que uma coisa aprendi neste pais. Eles se acham o número 1. Se são ou não, isto é o menos importante. O que me parece importante, é que chega na hora de representar sua bandeira, seus atletas chegam a seus respectivos limites. Quando ainda atletas mirins, em competições escolares passam pelo mesmo ritual cerimonial de um atleta olimpico. Isto os condicionam. Isto os fazem acreditar que nenhum jogo está terminado até o apito final do juiz. O futebol feminino foi talvez o exemplo mais efusivo a ser comentado. Imaginem numa semi-final estar perdendo de 2 a 1 e com vontade conseguir empatar o jogo com dois minutos a mais do tempo normal. Ai na prorrogação, estar empatando de 3 a 3 e a um segundo do apito final, fazer o gol da vitória? Pois é, isto é que chamo de um compromisso com a vitória. Isto está à flor da pele no atleta que defende os Estados Unidos, tendo este nascido ou não no pais. E apenas latente em muito outros atletas de outros países. Mas como chegar a este nivel de determinação? A este compromentimento?

Numa entrevista com os principais atletas olimpicos norte-americanos vários detalhes vieram a luz. Um por exemplo, que me chocou, foi um atleta afirmar que faziam quatro anos que não via televisão. Imaginem incutir isto na cabeça de um atleta brasileiro. E a caipirinha? E a praia? e a Balada? Imaginem o Neimar não indo daqui até a Copa, a um pagode sequer? Errado ou certo, aquele que assim falou, ganhou sua medalha de ouro. Vamos ver se o Neimar nos trás a Copa...