Uma das crônicas mais lidas de meu blog, Planeta Chamado Terra foi indubitavelmente uma que escrevi sobre os meus quatro quarteirões. E vocês sabem por que? Por que ela mexeu com a essência de cada um. Todos os leitores de alguma forma se reconheceram dentro dela. Diria ainda mais. Penso que qualquer ser "respirante" quer demarcar seu território e poder se aproveitar do mesmo num raio de ação, não superior a quatro quarteirões. Não adianta nada você passar 72 horas em Paris ou Londres. É como vislumbrar a Gisela Bunchen por um minuto, no saguão do hotel e achar que com ela teve um envolvente relacionamento amoroso. Em uma oportunidade entrei no elevador do Alvear em Buenos Aires e dei de cara com a Melanie Griffith - a mulher do Antônio Bandeiras. Como se sabe ela é um estouro. Fiquei mudo. Eu era capaz de cumprimentar, todo e qualquer hóspede e empregado daquele hotel. O fizera enumeras vezes, durante aquela semana. Mas fiquei mudo perante ela. Ela sorriu e soltou um Buenos Dias, com aquela voz desafinada que só ela tem - a de gralha rouca. Respondi, e juro que me senti a partir dali ligado a ela, por toda uma eternidade. A porta do elevador se abriu e eu voltei a minha realidade.
Você tem que interagir com o lugar que vive. É o dia a dia que faz, os amigos, seu território, o seu ano. E são os anos que constituem uma década e as décadas, uma vida. Seu mundo, são sua casa, seus amigos, seus vizinhos, suas esquinas, a padaria e o supermercado que o alimentam, o cinema e o bar que o diverte. Este na verdade é o seu mundo. Aquele em que você confia. Mesmo São Paulo ou New York, que quando você olha para frente, e descobre que seu horizonte não é superior a mais do que míseros cinco metros, pois, já dá de cara com uma parede, tem em cada quarteirão um mundo distinto. E são estes pequenos mundos, formados pelos quarteirões que o cercam, que emolduram a sua vida. Fazem de sua vida, algo seguro e melhor. Evidentemente que se sua cidade não for administrada pelo PT...
Sei que o mundo está cheio de intempéries. Se o mundo fosse perfeito, não se falaria tanto do paraíso. Aposto que lá, no centro da utopia, a gente não precisa de galocha nem guarda chuva. Não se resfria, não é atropelado, nem tem que usar carro blindado. Assim sendo, é fácil de se entender que cada lugar tem as características próprias, seus bugs, suas intempéries particulares, enfim seu modus vivendi. Você tem que aprender, para poder conviver com elas.
Por que então se viaja? Tirando a necessidade que certos negócios exigem, diria, que a viagem nada mais é que o exílio de sua própria realidade. Uma forma de conhecer seus mundos e valorizar ou não o seu. A melhor maneira de se sentir melancolia e saudades é viajando. E não há melhor remédio do que voltar a seu ponto de partida.
Você tem que interagir com o lugar que vive. É o dia a dia que faz, os amigos, seu território, o seu ano. E são os anos que constituem uma década e as décadas, uma vida. Seu mundo, são sua casa, seus amigos, seus vizinhos, suas esquinas, a padaria e o supermercado que o alimentam, o cinema e o bar que o diverte. Este na verdade é o seu mundo. Aquele em que você confia. Mesmo São Paulo ou New York, que quando você olha para frente, e descobre que seu horizonte não é superior a mais do que míseros cinco metros, pois, já dá de cara com uma parede, tem em cada quarteirão um mundo distinto. E são estes pequenos mundos, formados pelos quarteirões que o cercam, que emolduram a sua vida. Fazem de sua vida, algo seguro e melhor. Evidentemente que se sua cidade não for administrada pelo PT...
Sei que o mundo está cheio de intempéries. Se o mundo fosse perfeito, não se falaria tanto do paraíso. Aposto que lá, no centro da utopia, a gente não precisa de galocha nem guarda chuva. Não se resfria, não é atropelado, nem tem que usar carro blindado. Assim sendo, é fácil de se entender que cada lugar tem as características próprias, seus bugs, suas intempéries particulares, enfim seu modus vivendi. Você tem que aprender, para poder conviver com elas.
Por que então se viaja? Tirando a necessidade que certos negócios exigem, diria, que a viagem nada mais é que o exílio de sua própria realidade. Uma forma de conhecer seus mundos e valorizar ou não o seu. A melhor maneira de se sentir melancolia e saudades é viajando. E não há melhor remédio do que voltar a seu ponto de partida.
Tiro as coisas por mim. Quando era carioca, morador da zona sul do Rio de Janeiro, o simples fato de cruzar o túnel do Pasmado, já me deixava desolado. Quando atingia o aterro do Flamengo, já sentia saudades de Ipanema e quando no Galeão chegava, mandava o meu primeiro cartão postal. Imaginem ao acordar, no dia seguinte do outro lado do planeta e ter que comer bacon e ôvo mexido. Hoje moro em Hallandale Beach, em um edifício que me dá tudo que necessito e ainda por cima estou a menos de dois quarteirões de tudo que ainda mais possa desejar. Isto me dá as forças e a mente limpa, necessários, para poder enfrentar os problemas e achar soluções para os mesmos. Acreditem, sempre é mais fácil se ter uma grande idéia na segurança de seu chuveiro, do que apertado, dentro de um avião "chaqualhando", embalado pela trilha sonora do comandante Aranha dizendo, para você manter seus cintos afivelados, pois, "estamos passando por uma zona de extrema turbulência".
Resumindo, não há nada melhor que dar um sonoro bom dia a um vizinho. Ser reconhecido por uma amigo na farmácia. Jogar conversa fora com gente que você acredita ter muitas coisas em comum. Saber onde está o pão mais quentinho, o chopp mais gelado, o assento mais confortável para ler o seu jornal ou conferir seu Iphone e onde se sentar no seu canto de praia. Pasmem, mas todos nós demarcamos nossos respectivos territórios. Fazemos isto todo o santo dia. Apenas não atentamos para o fato. Isto se chama interação. Conhecimento de seu mundo. Afinal, quem pode fazer amor dentro de uma avião que parece estar prestes a se partir ao meio, ou rufiar a mulher a ser amada, a 30 graús abaixo de zero?
Por que então se viaja? Como disse, por vários motivos. Outrossim, um é certo: Para se dar mais valor aquilo que se tem, quando se está longe.
A convivência estimula o senso de segurança, da mesma forma que demonstra as possíveis inequabilidades. Enfim, lhe ajuda a ter certeza do que realmente você quer. Qualquer casamento é bom, pelos primeiros 15 minutos. A convivência é que vai determinar sua solidez ou volatilidade.
Por que então se viaja? Como disse, por vários motivos. Outrossim, um é certo: Para se dar mais valor aquilo que se tem, quando se está longe.
A convivência estimula o senso de segurança, da mesma forma que demonstra as possíveis inequabilidades. Enfim, lhe ajuda a ter certeza do que realmente você quer. Qualquer casamento é bom, pelos primeiros 15 minutos. A convivência é que vai determinar sua solidez ou volatilidade.