Uma visão global de um brasileiro exilado nos Estados Unidos desde 1987.
quarta-feira, 7 de novembro de 2012
E PARA FRENTE QUE SE ANDA
Quem quiser entender os Estados Unidos, terá que vir aqui morar. Mas não exatamente em New York, California, Boston, ou Florida. Tem que ir para aqueles estados reconhecidamente vermelhos. Isto é, bem republicanos. Ai você terá o que chamo um fidedigno perfil do que é na realidade este pais. Vou contar três histórias que representam bem, a imagem que estes chamados estados vermelhos fazem de nós, brasileiros.
Num almoço, sentei-me do lado do editor da Revita Blood-Horse, que é gostando ou não, a mais importante publicação equina do pais. Ele sabedor que eu estava comprando mais de 100 cavalos ano para o Brasil, perguntou meio sem jeito, se nós tínhamos hipódromos. isto é, o cara que teoricamente devia entender mais do que acontecia no mercado de cavalo de corrida, não tinha a menor noção se tínhamos hipódromos ou não. Respondi humoradamente que futebol e corridas de cavalos, nós praticávamos na praia. E como senti que ele chegou a acreditar, tive dizer tratar-se de uma brincadeira.
A segunda história, foi com um casal de médicos em Kentucky, que quando fomos nós apresentados, se espantaram que eu e Cristina fossemos brancos, pois, para ele, o brasil, era como a África, habitado apenas por negros. E estamos falando do inicio dos anos 90. Não do século XIX.
E a terceira, a que mais me deixou impressionado, foi um estudante que trabalhava em um supermercado, perto de minha casa, que quando ouviu eu e Cristina falando, perguntou que língua estávamos nos comunicando. Quando respondi que português ele simplesmente veio abaixo e confessou que o Brasil era o lugar que mais sonhava em conhecer. Pensei que pela imagem do Rio de janeiro com seu carnaval. Ledo engano. Quando lhe perguntei o por que de seu interesse, ele respondeu que por causa da Anaconda. Certamente por eu ter arregalado os olhos, e Cristina se mostra petrificada, ele veio com uma pergunta ainda mais sui generis: se eu alguma vez tinha visto uma cobra gigante. Respondi que não, mas que ele não me tomasse como exemplo, pois, eu era um cara de pouca sorte. Já estivera em New York mais de 20 vezes, e nunca tivera o ensejo de ver o King Kong no topo do Empire Stakes.
E é este o pais que lidera o mundo. Que tenta ditar as normas de vivência. Mais com todos estes pormenores que pouco ajudam a se ter uma boa impressão dos que aqui nasceram e habitam eu diria que como pais, os Estados Unidos é uma comunidade impressionante.
Vocês sabem o que mais me impressiona nos Estados Unidos? É que depois de qualquer tempestade, por pior que ela possa ser, o sol sempre volta, aquece a todos e tudo passa a ser igual ou melhor do que antes. É a sua capacidade de reação, que me enebria. Por isto resolvi me mudar para este pais. Eles verdadeiramente acreditam serem o número 1. E vocês querem saber por que, existe esta maneira de ser, mesmo em um povo até certo ponto conservador e em muitos casos tacanho? Por que os norte-americanos e aqueles que aqui investem e habitam, sabem que é para frente que se anda.
E as eleições presidenciais assim o provaram. Hoje é um pais dividido, mas que não obriga as pessoas a votarem. Que não faz do dia da eleição um feriado obrigatório. Que dá o ensejo das pessoas votarem com antecedência. Que o voto de um estado como o de New York tem muito mais peso do que um de Utah. Enfim, um pais que sabe do valor do voto, mas dá a cada um que vota a liberdade de decidir o que realmente quer. E eles quiseram pelo segundo mandato consecutivo a Barak Obama.
Time que está ganhando não se mexe. Concordo que o atual time norte-americano não está vencendo. Longe disto. mas mudar o almirante no meio da tempestade, é uma coisa de pais de terceiro mundo, onde se ya govierno, so contra!
Acho que as pessoas antes de emitirem opiniões sobre os Estados Unidos, deviam aqui morar, para então conhece-lo. Ir uma vez a Disneyworld e outra a Broadway, não faz de ninguém um expert em coisas norte-americanas.