sábado, 28 de maio de 2011

POR AUGUSTO NUNES

Nascido no Piauí, Francenildo Costa era caseiro em Brasília. Em 2006, depois de confirmar que Antonio Palocci frequentava regularmente a mansão que fingia nem conhecer, teve o sigilo bancário estuprado a mando do ministro da Fazenda.

Nascida na Guiné, Nafissatou Diallo mudou-se para Nova York em 1998 e é camareira do Sofitel há três anos. Domingo passado, enquanto arrumava o apartamento em que se hospedava Dominique Strauss-Kahn, sofreu um ataque violento do diretor do FMI e candidato à presidência da França, que tentou estuprá-la.

Consumado o crime em Brasília, a direção da Caixa Econômica Federal absolveu liminarmente o culpado e acusou a vítima de ter-se beneficiado de um estranho depósito no valor de R$ 30 mil. Francenildo explicou que o dinheiro fora enviado pelo pai. Por duvidar da palavra do caseiro, a Polícia Federal resolveu interrogá-lo até admitir, horas mais tarde, que o que disse desde sempre era verdade.

Consumado o crime em Nova York, a direção do hotel chamou a polícia, que ouviu o relato de Nafissatou. Confiantes na palavra da camareira, os agentes da lei descobriram o paradeiro do hóspede suspeito e conseguiram prendê-lo dois minutos antes da decolagem do avião que o levaria para Paris - e para a impunidade perpétua.

Até depor na CPI dos Bingos, Francenildo, hoje com 28 anos, não sabia quem era o homem que vira várias vezes chegando de carro à “República de Ribeirão Preto”. Informado de que se tratava do ministro da Fazenda, esperou sem medo a hora de confirmar na Justiça o que dissera no Congresso. Nunca foi chamado para detalhar o que testemunhou. Na sessão do Supremo Tribunal Federal que examinou o caso, ele se ofereceu para falar. Os juízes se dispensaram de ouvi-lo. Decidiram que Palocci não mentiu e que as contundentes provas do estupro eram insuficientes para a aceitação da denúncia.

Depois da captura de Strauss, a camareira foi levada à polícia para fazer o reconhecimento formal do agressor. Só então descobriu que o estuprador é uma celebridade internacional. A irmã que a acompanhava assustou-se. Nafissatou, muçulmana de 32 anos, disse que acreditava na Justiça americana. Sempre jurando que tudo não passara de sexo consensual, o acusado foi soterrado pela montanha de evidências e, depois de trocar o terno pelo uniforme de prisioneiro, recolhido a uma cela.

Nesta quinta-feira, Francenildo completou cinco anos sem emprego fixo. Até agora, ninguém se atreveu a garantir a estabilidade financeira do caseiro que ousou contar um caso como o caso foi. No mesmo dia,  Palocci completou cinco dias de silêncio: perdeu a voz no domingo, quando o país soube do milagre da multiplicação do patrimônio. Pela terceira vez em oito anos, está de volta ao noticiário político-policial.

Enquanto se recupera do trauma, a camareira foi confortada por um comunicado da direção do hotel: “Estamos completamente satisfeitos com seu trabalho e seu comportamento”, diz um trecho. Estimuladas pelo exemplo da imigrante africana, outras mulheres confirmaram que a divindade do mundo financeiro é um reincidente impune. Nesta sexta-feira, depois de cinco noites num catre, Strauss pagou a fiança de 1 milhão de dólares para responder ao processo em prisão domiciliar. Até o julgamento, terá de usar uma tornozeleira eletrônica.

Livre de complicações judiciais, Palocci elegeu-se deputado, caiu nas graças de Dilma Rousseff e há quatro meses, na chefia da Casa Civil, faz e desfaz como primeiro-ministro. Atropelado pela descoberta de que andou ganhando pilhas de dinheiro como traficante de influência, tenta manter o emprego. Talvez consiga: desde 2003, não existe pecado do lado de baixo do equador. O Brasil dos delinquentes, vagabundos e canalhas cinco estrelas é um convite à reincidência.

Enlaçado pelo braço da Justiça, Strauss renunciou à direção do FMI, sepultou o projeto presidencial e é forte candidato a uma longa temporada na gaiola. Descobriu tardiamente que, nos Estados Unidos, todos são iguais perante a lei. Não há diferenças entre o hóspede do apartamento de 3 mil dólares por dia e a imigrante africana incumbida de arrumá-lo.

Altos Companheiros do PT, esse viveiro de gigolôs da miséria, recitam de meia em  meia hora que o Grande Satã ianque é o retrato acabado do triunfo dos poderosos  sobre os oprimidos. Lugar de pobre que sonha com o paraíso é o Brasil que Lula inventou. Colocados lado a lado, o caseiro do Piauí e a camareira da Guiné gritam o contrário.

Se tentasse fazer lá o que faz aqui, Palocci não teria ido além do primeiro item do prontuário. Se escolhesse o País do Carnaval  para fazer o que fez nos Estados Unidos, Strauss só se arriscaria a ser convidado para comandar o Banco Central. O azar de Francenildo foi não ter tentado a vida em Nova York. A sorte de Nassifatou foi ter escapado de viver num Brasil que absolve o criminoso reincidente e castiga quem comete o pecado da honestidade.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

DUVIDOSO E DAI?

Dora Kramer - O Estado de S.Paulo
O governo está atuando nitidamente em duas frentes para transitar com o mínimo de danos possíveis pelo pantanoso terreno da trajetória financeira da empresa de consultoria do ministro Antônio Palocci: Congresso e imprensa.
É onde identifica que pode haver confusão. Na verdade, mais na imprensa que no Congresso.
Junto ao Legislativo faz o jogo bruto da manipulação dos instrumentos de poder: cobra fidelidade dos aliados, ameaça os infiéis e insinua a todos, correligionários e adversários, aquele tipo de retaliação contida na nota alegadamente involuntária sobre os negócios paralelos de quase 300 parlamentares.
Junto à imprensa faz operação mais sutil nos veículos que lhe parecem ameaçadores, valendo-se das boas amizades, não só do ministro, mas também dos envolvidos no suporte de comunicações que monitora a crise e de pontes anteriormente construídas e solidificadas no trânsito de informações.
Nenhuma ilegalidade ou amoralidade. Apenas um jogo de convencimento.
Antonio Carlos Magalhães dizia que há jornalistas que gostam de dinheiro e jornalistas que gostam de informação. O segredo de uma proveitosa relação, segundo ACM, seria saber distingui-los e principalmente nunca confundi-los.
É uma lição que o poder nunca esquece.
Com o Parlamento controlado e a sociedade anódina, o governo é sensível à evidência de que denúncias hoje só prosperam por meio do trabalho da imprensa, que, no entanto, não pode se substituir a tudo o mais.
Há novas notícias a dar, novos assuntos a serem tratados. Numa situação normal, isso não deveria fazer com que outros setores se mantivessem paralisados, indiferentes a ocorrências ainda não esclarecidas.
Mas, como se esperam sempre "fatos novos", se não há novidades sobre o episódio revelado a tendência é que seja dado como superado por obra e graça da passagem do tempo.
É com isso que Palocci e o Planalto contam: à exceção das que renderam processos, há inúmeros exemplos de denúncias cujo destino foi o esquecimento mediante o arrefecimento do noticiário. Quando não há "fatos novos" nem eleições, o governo faz como aquele notório deputado: se lixa para a opinião pública.
Não havendo agravamento apontado pelos meios de comunicação fica consignada a inexistência de gravidade. Por mais grave que continue sendo o fato original. No momento, a recusa de esclarecimento sobre o cada vez mais suspeito enriquecimento do ministro da Casa Civil.
A deformação não está na ofensiva de defesa do governo. Esta por si só dá nitidez ao quadro: Palocci não pode se defender sozinho pelo método mais simples da comprovação de que não usou de sua condição pública para patrocinar favorecimentos privados. Dele mesmo e de seus clientes.
A distorção reside no conformismo geral diante de uma manifestação de arrogante indiferença por parte do governo e da infantilizada expectativa de que a imprensa assuma o papel de palmatória e faça frente a questões que são da responsabilidade de todos.
Dura Lex. Por mais que haja algumas incongruências no caso do ataque do ex-diretor do FMI Dominique Strauss-Kahn à camareira do hotel em Nova York, há o histórico de comportamento abusivo agora relatado por alguns dos "alvos" ao longo dos anos.
Do ponto de vista da política não é isso que chama atenção no caso e sim o sentido de igualdade presente no cotidiano do tão criticado público americano. A gerência do hotel não hesitou em chamar a polícia diante do relato da funcionária nem se intimidou com a estatura profissional da excelência envolvida.
O que por muita gente é tido como excesso decorrente de mentalidade puritana pode também ser visto como obediência ao preceito de que a lei é igual para todos. Nesses casos os poderosos acabam pagando mais caro porque despertam interesse e seus infortúnios viram notícia.
A tese da conspiração peca entre outros por um detalhe: a polícia só localizou DSK no avião pouco antes da decolagem para Paris porque ele telefonou atrás do celular que havia esquecido no hotel, e informou onde estava. 

sexta-feira, 20 de maio de 2011

O PEIXE MORRE PELA BOCA


Vocês assistiram a aquele filme assim intitulado: Apertem o cinto que o piloto sumiu? Pois é, este é o titulo desta nova comedia que se tornou o quadro político brasileiro com a posse de um presidente, que foi ali colocado, como poderia ter sido um poste, um javali, ou mesmo o próprio palhaço Tiririca, se o antigo ocupante do cargo, assim o desejasse.

O homem que foi durante anos a peça fundamental em nossa economia acaba de provar que em quatro anos, pode-se multiplicar por 20 o seu capital, basta para com isto usar de sua posição, quebrar o sigilo das contas bancarias daqueles que o ofendem, se negar a citar que foram aqueles a quem “vendeu” seus serviços profissionais e como prova que nesta terra quem mais leva vantagem em tudo, é admirado e recompensado, um novo cargo forte lhe é atribuído. Imaginem qual será o aumento de ganho do capital do Dr. Palocci, daqui a quatro anos? 100, 200 vezes?

E por quem ele é imediatamente inocentado? Pelo presidente do Senado, cujas finanças são ainda mais misteriosas, e em cuja mesa da filha brota dinheiro vivo em tempos de eleições. Um presidente do senado, que diga-se de passagem, igualmente foi presidente, logo tem experiência em coisas deste tipo.

Quem ganhou com isto foi o código florestal, que sempre tratado com total desprezo pelas bases governamentais, passou então a ter – como por encanto - total atenção da mesma, que se recusa a discutir o caso do Dr. Palocci, pois, para eles, este já foi encerrado. E aí eu pergunto: Encerrado por quem? Se o piloto desta nave sumiu?

O Dr. Palocci é um homem competente. Disto não tenho dúvidas. Mas o Pingüim – o inimigo do Batman – também o era. Todavia, num pais cheio de pingüins, onde inexiste um Batman, que na verdade nem um piloto sequer tem para dirigiu-lo, e assim esta ave sobrevive, age, multiplica por 20 o seu acervo e o mais importante de tudo: volta a vender seus “préstimos profissionais” com imunidades políticas. Durma-se com um barulho destes!

 Com aquela sua enrolada ele na verdade enrola é todo mundo. Com aquele seu olhar de menino inocente, o Dr. Palloci cega a todos que o querem atacar. E isto porque Deus teve pena de nós, e o impossibilitou nascer com inexistente carisma. Analisem as expressões travessas, da duplinha política, apresentada na foto que inicia esta nota.

Gostaria de saber se o senhor procurador geral da republica, aceitaria que no imposto de renda dos brasileiros, não fossem necessárias apresentar quem foram aqueles que de alguma forma contribuíram para o seu aumento patrimonial. Sabemos que consultoria não é crime. Crime é por exemplo devassar contas bancarias alheias. Ou melhor, isto já ficou igualmente provado, de quem tenha sido indiciado pelo delito, não ser crime. É apenas uma travessurazinha. No máximo, um ligeiro abuso de poder...

O azar do Dominique Strauss-Kahn seu delito sexual, seria visto como uma travessura. Coisa de gente da terceira idade e como trata-se de um homem importante, de colarinho alvo, nunca seria algemado, sequer preso e poderia ser até um dia presidente do senado com direito a criar bois virtuais nas Alagoas. Mas imprudente como é, foi justamente aprontar na terra do Obama e acabou que nem o Osama.

Nunca na história deste pais a impunidade se mostrou tão flagrante. E sabem por que? Porque ela foi oficializada pela antiga gestão. Não só oficializada como premiada. A criminalidade cada dia se torna maior. A educação está abaixo de qualquer comentário, mas a cesta básica continua mantendo o povo vendendo o seu voto. Cuidado, meu povo, pois o ditado popular avisa que o peixe sempre morre pela boca.

terça-feira, 17 de maio de 2011

CONSTRANGIMENTOS TUPINIQUINS

Como medir a seriedade da administração de um país? Eu diria que pelo cumprimento das regras impostas pela sociedade e aceitas como balizadoras de uma convivência em comum. E o que seriam estas regras: as leis.

A lei é a coluna vertebral do corpo de um país. Tudo é regido por ela. Transgredir a lei é um direito que cada cidadão pode exercer. Outrossim, cabe a sociedade puni-lo da melhor forma possível, de forma que ele sirva como exemplo para outros, que pensam em se utilizar dos mesmos artifícios para burla-la.

A transgressão tem que ser sempre punida pela lei. A punição do transgressor é a arma que a sociedade tem para proteger-se. Mas a gente sabe, que a coisa nem sempre é assim...

Logo, quando você vê um milionário como Madoff algemado, preso, julgado, condenado e com todos os seus bens leiloados para ressarcir parte dos prejuízos que causou, em menos de um mês, você tem plena convicção que mora num país sério. Onde as leis são cumpridas. Da mesma forma que quando você toma conhecimento que o chefe da casa civil em quatro anos multiplicou por 20 seu acervo pessoal, e o governo, o libera, sem se preocupar como este enriquecimento relâmpago se deu, você tem a plena convicção que mora em um pais, de impostos de primeiro mundo, serviços de terceiro mundo e que um terrorista pode se tornar presidente, e filho de um ex-presidente, durante o seu mandato, deixa de ser assessor de um zoológico em Campinas, para se tornar um multi milionário, com direito a passaporte diplomático.

Os Estados Unidos da América possuí uma diplomacia internacional horrenda. Sentem-se donos da humanidade. Se julgam defensores da democracia, evidentemente se esta "abalada democracia" estiver sobre terras encharcadas de petróleo. Mas aqui dentro, aprontou, sambou! Quem pensar que pode, tente. Até o Bin Laden pagou.

Quando poder-se-ía imaginar que o homem mais importante da economia mundial - o presidente do FMI - fosse retirado de um avião, algemado e levado preso para um cárcere comum, em New York, por possível crime sexual? Aqui no Brasil, mesmo os maiores crimes de colarinho branco, nunca vi alguém ser algemado. Vende-se a idéia do constrangimento. Gente de nome e posição social, não pode ser algemada. E eu pergunto porque? A verdade nua e crua é que "constragimento" é desculpa de quem necessita colocar panos quentes em situações que igualmente podem lhe comprometer.

Se isto só não bastasse, foi criado aqui no Brasil, um novo tipo de contragimento. O da linguística. Corrigir alguém que fala errado e mantém o hábito de formar frases onde a concordância verbal simplesmente não existe, se tornou uma espécie de crime. Evidente que depois do senhor Luis Inácio Lula da Silva ter assumido o poder, assassinar a língua portuguesa, passou a ser politicamente correto.

Sempre achei que a bandeira, a moeda e o idioma, são a base de identificação de um povo. Como nossa moeda já mudou mais de meia dúzia de vezes, porque dar bola para nosso idioma? Acabou-se o mérito. Foi definitivamente oficializado o poder que o importante é se levar vantagem em tudo. Ler deixou de ser importante. Nunca na história deste país, a segurança e a educação foram tão relegados a um plano menor. Mas quem se importa? escolas funcionam de forma precária. Merendas escolares estão abaixo da critica. E nada é feito.

PORQUE A TERRA SOBE E O SOL NÃO SE POE?

Porque a terra sobe e o sol não se poe? Está ai uma boa pergunta.

Uma vez Rubem Braga definiu a grande diferença existente entre uma crônica e um artigo. Para ele uma crônica é contar um caso. Um artigo, explicar este mesmo caso. Parece um jogo de semântica, mas na verdade não o é. Tentarei me explicar melhor.

Desde pequeno eu cresci meio encucado, com aquela história que a terra era redonda, que girava em torno de seu próprio eixo e fazia parte de um sistema, em que seu centro era dominado por um astro luminoso de grande importância, a quem foi dado o nome de sol. Ouvia, pensava e duvidava. Coisa de guri, que nada tem para fazer. E pensava... Como a terra girava em torno de si mesmo e a gente não ficava tonto? Como o sol era um astro fixo se o via  nascer de um lado, passar durante o dia sobre a minha cabeça e se por do outro? E como a lua não tinha luz própria e mesmo assim iluminava tudo a minha volta? Era muita explicação a ser entendida. Foi quando pela primeira vez em minha vida não recorri as explicações sábias de vó Adelina. Preferi raciocinar sobre o assunto.


Imaginem os computadores haviam sido inventados 16 anos antes desta dúvida assolar meu pobre cérebro de 10 anos, quando pesava pouco mais de 50 quilos, enquanto os chamados eletrônicos pesavam 14 toneladas - pois o Bill Gates não havia sequer habitado o útero de sua excelentíssima progenitora, e eu sem saber se a terra subia ou se era o sol que se punha...

Nunca me considerei um super dotado, mas longe de ser o retardado que correntes familiares me acusavam de ser. Outrossim, estas pequenas coisas me faziam pensar que viver não era uma coisa tão simples, como os outros que me cercavam, tentavam me vender a idéia.  Tudo funcionava como em um teorema matemático e assim fiquei imaginado como alguém chegara a aquela conclusão. O tempo passou, descobri o sexo e me esqueci daquelas dúvidas pueris. Até que um belo dia, na Bahia, mais precisamente em Ilheus, me dei ao luxo de assistir a um por do sol e escrever sobre o mesmo. Foi quando também descobri que não estava simplesmente escrevendo um crônica, pois, aquilo não era apenas a descrição. Era a explicação de um fenômeno fisico natural, diário e esplendoroso. Tratava-se talvez de meu primeiro artigo. Matara uma antiga charada. Lembro-me vagamente de trechos do mesmo.

Se a terra girava em torno de seu próprio eixo e envolta daquele astro físico que à frente de meus olhos se punha, na verdade ele não estava se pondo. A terra é que estava subindo. Foi também aí que descobri que a semântica é importante, pois, pode transformar um fenômeno natural em algo mais brando de se ler e entender. Imaginem, você descrevendo a subida de um planeta, ao invés do por do sol. Nada romântico. Por isto optei por achar dali para frente que o por do sol, embora não existisse, era uma figura literária mais impressionante do que a subida real do planeta que habitava e que girava tão devagarinho, que não me deixava sequer tonto e que da mesma forma subia e descia, sem que eu caísse para tal. Eta sisteminha bem coordenado! Daquele dia em diante passei a dar mais valor a meu planeta e a aquele que o mantinha acorrentado a um sistema em torno de si. Tornei-me um amante da natureza e achei que ser arquiteto era a minha sina. Um dia construíria sistemas qual aquele, que ora me estasiava.

Pois bem, você tem o direito de chamar o bandeirinha de juiz de linha, da mesma forma que o lateral direito de ala. E isto de maneira alguma modifica o teor básico daquilo que rotulamos como futebol. Tudo é apenas uma questão de semântica. Na vida real a coisa funciona da mesma forma. Você pode descrever um caso. Você pode tentar explicar o mesmo. E você pode inclusive romanciá-lo e assim o transformar em um livro.