domingo, 28 de fevereiro de 2010

VOTEM NA DILMA E MUDEM PARA MIAMI



MADRE TEREZA NÃO SE ELEGERIA NO BRASIL PARA ABSOLUTAMENTE NADA

Quanto mais você abre seu leque de opções, interagindo com as pessoas, mais você aprende que existem vertentes de pensamentos que podem não ter passado por sua cabeça, mas passam pelas de outras pessoas. Pessoas que você nem sequer imaginaria existir. Gente que habita o outro lado do mundo. E o que isto gera? Isto o faz ter certeza, que ninguém é dono da verdade e quando você menos espera se surpreende com um comentário vindo da onde menos espera.

Por isto me parece importante um fenômeno como o é o do facebook. Você conversa com pessoas que não teve o prazer de conhecer. Se identifica em termos de opiniões com indivíduos que normalmente nunca teria a oportunidade de sequer trocar idéias. E em termos de internet passa a ter aceso a informações e observações que antigamente só estariam publicadas em um jornal no dia seguinte.

Em termos de facebook existe muita troca de figurinha que não o leva a lugar nenhum. Muito blá blá blá inoperante. Muita fazenda visual e uma enorme dose de troca de presentes. Tudo válido, outrossim, sem maiores conseqüências. Serve para desopilar o fígado, fazer o tempo passar e acima de tudo socializar. Mas quando você discute suas idéias e lê a dos outros, acaba formando grupos de discussão sem que seja necessário mediadores ou sistemas organizacionais. A coisa flui serena, ou não, sem um script.

A amiga facebook Adriana Ferreira de Almeida veio com esta observação que acredito que seja por demais pertinente:

PESSOAS INTELIGENTES, ESSA CAMPANHA ANTI-DILMA VAI ACABAR SURTINDO EFEITO CONTRÁRIO. VCS SABEM QUE VIVEMOS NO PAÍS DAS INCOERÊNCIAS. AQUI BANDIDO É IDOLATRADO NAS FAVELAS COMO SE FOSSEM HERÓIS.

ACHO MELHOR PARAR DE DIVULGAR A FICHA CRIMINAL DESSA MULHER PORQUE SENÃO A GALERA DO COMANDO VERMELHO, TERCEIRO COMANDO, ADA, PCC E OUTRAS FACÇÕES CRIMINOSAS QUE DOMINAM A POPULAÇÃO PREDOMINANTE NO BRASIL VAI DIZER: "OLHA, ESSA É DAS NOSSAS"... ELA VAI CONQUISTAR A SIMPATIA DAS MASSAS.

A NÃO SER QUE INTENSÃO SEJA ESSA MESMA. REFLITAM. MELHOR MUDAR A ABORDAGEM!

Ao que eu respondi:

ADRIANA, VOCÊ NÃO ESTÁ MUITO LONGE DA VERDADE. SIMPATIZAR COM O MARGINAL PARA O BRASILEIRO É MAIS FÁCIL DE QUE COM O HOMEM DA LEI.

ME LEMBRO DE UM FILME MUITO ANTIGO COM O REGINALDO FARIAS EM QUE O MARIDO FLAGA A MULHER COM O AMANTE. CHAMA A POLICIA, QUANDO SAEM DO EDIFICIO A TURMA DO SERENO QUANDO VÊ O AMANTE BATE PALMAS E CANTA EM CORO MACHO, MACHO!, QUANDO VE A ADULTERA, CANTA EM CORO PUTA, PUTA! E QUANDO VÊ O MARIDO, COMPLETA CORNO, CORNO.

MAS É TÃO DIFICIL SE FICAR CALADO...

Pois é, porque isto acontece? Porque a Adriana está certa? Porque o mal aparece mais atraente que o bem? Porque no Brasil, a terra onde todo aquele que lá habita quer levar vantagem em tudo, o marginal cola, o honesto é sempre um otário, o fiel um corno e o venal um safo.

A esperteza é confundida com inteligência. A desonestidade com vivacidade. O trote em uma faculdade fere ao em vez de somar algo útil a aquele que ingressa no ensino superior. Ninguém parece se importar a primeira vista com sobriedade e honestidade.

O cara que tentar manter um certo tipo de conduta, vira careta. Aquele que pega mal. Antigamente para se estar na crista da onda no Rio de janeiro tinha que se fazer parte do clube dos cafagestes. Um grupo formado por gente fina, bem afeiçoada e de boas famílias, mas que tinham como diretriz, não agirem da forma com que a sociedade se comportava em sua época.

Vendo isto acho que a Adriana pode estar com a razão. Quanto mais podres a gente levantar da dona Dilma, mais interessante ela pode se tornar aos olhos daqueles que ainda acreditam que levar a vantagem em tudo é o boi. Coisa de gente safa. Gente que sabe das coisas. Madre Tereza nunca seria eleita no Brasil para absolutamente nada. Não teria cacoete para criar bois virtuais, a levar um por fora em um mensalão, de montar contas na Suíça e ir comer pasteis em Campos de Jordão, de cobrar comissão do bar do congresso, de super faturar ambulâncias, de montar escutas no escritório alheio, possivelmente não acharia o Chávez e o Morales as coisas mais importantes que aconteceram na America do Sul, não apoiaria o Iran e certamente não aceitaria o uso de cuecas e meias gigantes. Uma otária. Sem jogo de cintura. Sem a visão global. Não serviria para o negócio.

Logo, dona Dilma nunca assaltou um banco, nunca esteve naquele carro que lançou uma bomba nas costas de um pobre soldado no bairro do Ibirapuera, é uma pessoa afável, educada, equilibrada, centrada, preocupada com seus subordinados, capaz, com experiência governamental. Votem nela. Ela é a nova madre Tereza e, e, e se mudem para Miami...

A FERA QUE QUER SE TORNAR BELA...


A LUTA PELA BOQUINHA

Escrevo. Se bem ou mal, isto é outro problema. Outrossim, problema para mim é alguém ter algo importante ou não a expressar e nunca o ter conseguido o colocar no papel. Seria para mim como sufocar-me.

Como arquiteto, sempre tive que colocar em um papel branco, postado sobre uma prancheta, a visualização de uma obra que vinha a minha cabeça. Talvez isto tenha me ajudado a me tornar escritor.

Escrever é criar. O escritor tem a mesma tarefa que o arquiteto, que o pintor, que o músico. Apenas usa letras em lugar de cores ou sons. E quando se escreve você se doutrina a ser realista. Não me considero otimista e estou muito longe de ser pessimista. Agora acredito que para se ser realista e estar bem consigo próprio, você tem que sempre acreditar que o dia que você vive será melhor que o anterior. Não considero isto ser otimismo. Isto é apenas ter a certeza que é para frente que anda.

Admiro pessoas inteligentes. O presidente Lula é um homem inteligente. Não culto, mas tem a inteligência própria do sobrevivente. Aquela vivacidade que com a experiência lhe trás a inteligência. Burro é aquele que pensa ser ele burro e confunde ignorância como burrice.

A diferença dele para o Ibrahim Sued, foi o polimento. Ibrahim era um repórter inteligente, que soube rapidamente descobrir o que era bom e do que as pessoas de bom gosto, gostavam de ouvir para chegar onde chegou. Os cães ladraram e sua caravana passou. Ele inventou junto com o Sergio Dourado, Ipanema numa época que ninguém queria ir para lá. Apenas os artistas, pois, era o lugar mais barato de se morar no Rio de Janeiro. Ibrahim não era culto, mas inteligente. Lula precisou perder três eleições para sacar que não era barbudo, mal arrumado e com aquele discurso violento que iria chegar a lugar algum. Afinal, até pobre gosta de luxo, já dizia o Joãozinho Trinta.

Os dois etilicamente entornavam que nem gente grande. A diferença consistia no grau de destilação do alcoól preferido por cada um.

Foi assim que Lula aparou a barba, colocou um terninho (que melhorou o corte depois de eleito) e passou a ser mais ameno naquilo que pregava. Afinal nunca acreditou mesmo no que dizia. Era de boca para fora. O que queria era o poder. Dizia, para chegar a algum lugar. E com o novo discurso e o novo visual chegou onde queria. Hoje é a imagem do capitalista. Do corte do cabelo ao terno que usa, tenta ser algo que nunca havia sido. O problema é que gostou muito das benesses e ao passado e as suas origens, não quer voltar. Pensa que se o fizer é um caranguejo.

Aliás no Brasil, a esquerda brasileira sempre assim o foi. Elitista ao extremo. Discutia-se a situação dos oprimidos nas coberturas da Vieira Souto regados a whick escocês, nunca nacional. Afinal o intelectual brasileiro pode até ser patriota, mas nunca burro a ponto de tomar whick nacional. Da mesma forma que o exilado brasileiro não ia para Moscou. Era dissidente, mas em Paris e preferencialmente na rive gauche.

Sou carioca de nascimento e por formação. Embora Brasília fosse já a capital, era no Rio de Janeiro que as coisas aconteciam durante a redentora militar. E tanto, ainda na faculdade como depois em meu trabalho, observei de forma nítida o comportamento dos esquerdistas brasileiros, tipo Lula ou mesmo dos artistas e intelectuais, que adoravam aparecer nas primeiras filas das passeatas. O ideal era o mesmo: assumir o poder. E como eram os pobres que numericamente eram, como ainda são, o de maior volume na contagem dos votos, assim os apoiaram.

Evidentemente, que se tratando de nojentos contatos de terceiro grau, tão somente em passeatas. Onde a intectualidade ia bem na frente, os estudantes a seguir e a turma do operariado lá atrás, no fundo.

Meus queridos leitores, vão maquiar a dona Dilma. Vão formar um elmo em volta dela inexpugnável. Vão transformá-la em um ser quase humano. Vão chegar a fazer dela uma mulher. E o pior, vão convencer ao eleitorado que ela é centrada, sensata, afável, equilibrada, democrata e até capaz de ouvir e liderar. Vão apagar de seu passado os assaltos a bancos. Vão evaporar com a implosão do pobre soldado Mário Kosel Filho no Ibirapuera. Enfim, irão virar o cenário de cabeçã para o ar. Trouxeram até o marqueteiro do Obama para armar o circo, pois, a tarefa é difícil. A senhora não ajuda muito... E se a coisa engrossar e necessário se tornar, vão contratar a peso de ouro, o gênio dos efeitos visuais de Hollywood. O importante é não perder esta boquinha. E a fera se tornara a bela...

sábado, 27 de fevereiro de 2010

UM PAPO COM FERNANDO SABINO



COM A AVÓ ATRÁS DO TOCO

Acordei neste sábado, pensando em Fernando Sabino, que dizia que existiam aqueles que saltavam da cama lépido e serelepe como um passarinho. Outros já acordavam com a avó atrás do toco. Na verdade não sei o que é acordar com a avó atrás do toco, mas acho que foi assim que acordei hoje. Uma sensação estranha de não querer acordar. De me manter prostrado para todo o sempre no leito, olhando para o teto e esperando que algo de bom se pronunciasse. Talvez este fato devesse, a eu ter acompanhado do inicio ao fim o jornal do fim de noite na Globo. É como comer angú e ir direto para cama. Só tem noticia ruim e escândalo novo.

Saudades de Fernando Sabino... Fui afortunado de poder conversar em várias oportunidades com o ele, na Praça General Osório, uma praça no inicio de Ipanema, muito perto da casa de meus pais, no Rio de Janeiro. Mas nunca lhe perguntei o que ele queria dizer com o acordar com a avó atrás do toco. Sei que deve ser coisa de gente antiga e mineira. Mas como aprendi com ele próprio que ser mineiro é não tocar no assunto, em momento algum tive a coragem de lhe fazer a pergunta.

Fernando Sabino foi um homem muito viajado e que sempre esteve cercado das pessoas certas nas horas certas. Amigo dos amigos nas horas incertas, ele soube tirar de sua existência um container de sabedoria que nunca teve receio de dividir com quem quer que seja. Inclusive eu, um estranho em sua vida. Um curioso que o escutava. Em seus últimos dias, tinha ainda muito a dizer, mais pouca gente a ouvir. Um problema bem brasileiro de falta de interesse, tempo e porque não dizer paciência para com as pessoas de mais idade. Eu sempre que podia, a caminho da praia passava pelo banco em que ele normalmente sentava na Praça para curtir o sol. Conversávamos até ele sentir que era hora de voltar para seu apartamento. Em várias oportunidades me senti como o tamanduá do Henfil. Sugando tudo que o Fernando tinha a dizer e a ensinar

Um dia falávamos de violência numa época que achávamos que esta violência tinha chegado a um limite inadmissível. Hoje vejo que era apenas o começo. Muita água rolou e muito sangue foi despejado. O sábio Sabino, não sabia da história o prólogo. Hoje estaria vexado com o que acontece.

Ele me confessou que muitas vezes se sentiu tentado a aceitar o fato que a violência não era apenas um fenômeno social, reflexo da miséria de nosso pais. Para ele era inerente à própria raça humana, cuja crueldade aflora em nós quando ainda crianças. Confesso que nunca esqueci destas suas palavras e a maneira como ele me olhou. Sentia realmente aquilo que falava. Não dizia coisas, por dizer.

Para ele mesmo em toda brincadeira considerada inocente, a perversidade, a coação, a violência, a inexistência de caridade eram instancias normais. E as crianças a exerciam com um prazer quase perverso. Como o de atingir um passarinho com um pedra, colocar fogo no rabo do gato, gelo nos chinelos da avó, ovo pintado de preto no assento do cinema, chiclete nos bancos das praças, dar um tostão no menino menor, xingar a mãe alheia. Senti que entreguei-me com a expressão que me veio ao rosto, pois, algumas destas eu igualmente havia aprontado. Ele sorriu e completou: Todos nós um dia o fizemos, não se sinta culpado. Pelo menos nos regeneramos”

Pois é, mas muitos não se regeneram.

Segundo Ernest Heminguay, “toda relação pessoal entre escritor e leitor nasce de um equívoco ou gera um equívoco”. Concordo em tese, mas não percentualmente. Explico-me. Não é toda, mas quase toda.

Assim sendo não gostaria que este meu texto fosse visto de uma forma equivocada. Para mim criança nascem sem o senso do certo e do errado. O tempo, o espaço em volta de si e principalmente a família é que acaba por delimitar as fronteiras do que é supostamente certo e errado. Logo a miséria e o descaso governamental para com um mínimo de saneamento básico, educação, saúde e segurança contribuem para que aquela criança que ainda não distingue o certo do errado, tenda a pular para fora das fronteiras, pois, é a forma mais fácil de se conseguir aquilo que se quer no menor espaço de tempo. Nem que para tal fique entalado em uma chaminé de uma padaria.

Está obrigatório em cada um de nós, praticar um pequeno ato de caridade diário para com aqueles que não tiveram a mesma sorte nossa. Mas cabe ao governo, como grande pai de uma nação, tratar seus filhos de uma forma condigna. Pensar primeiro em seus filhos do que nos filhos do outro para garantir uma cadeira melhor no plenário da ONU. Não separando vagas nas faculdades aos menos capazes apenas por questão de cor ou condição financeira. E sim, aparelhando nosso pais de boa saúde custeada pelo governo, educação, condições de higiene e acima de tudo segurança, pois onde houver segurança, haverá ordem. E onde houver ordem haverá progresso.

Eu juro que já li estas duas palavras - ordem e progresso - em algum lugar. Só não me lembro onde...

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

DE ASSESSOR DE CONGRESSISTA, A CHOFER DE TAXI EM MIAMI

lindo por fora

MEU CARO ESTANISLAU, 
VOCÊ NÃO SABIA QUE DESDE CABRAL
TODO MUNDO ROUBA

Mas existem brasileiros diferentes. E o Estanislau é um deles.

O conheço desde os tempos da faculdade. Era um cara com cérebro de engenheiro cursando arquitetura, e não é por coincidência que hoje dirige um carro em Miami. Descobri semana passada, quando esperava por um cliente no aeroporto de Fort Lauderdale. Nos esbarramos, nos reconhecemos, nos abraçamos e a partir dai, por quase 20 minutos, relembramos nossas experiências de décadas atrás. Nos despedimos e sempre haverá uma grande chance de nunca mais nos vermos. Triste, não? Mas realístico. Destinos que a vida afasta, sem uma explicação do porque.

Mas o bem preparado Estanislau não dirige um táxi hoje por uma possível incapacidade intelectual. Ele chegou a ter um emprego de muita importância. Mas um emprego de confiança e isto requeria um jogo de cintura com o qual Deus não lhe aproveu.

Ele tinha dois defeitos fundamentais, que hoje está ciente, mas que descobriu tarde. Primeiro que gostava tanto de seu emprego, que inclusive trabalhava e não faltava a ele. E segundo que sempre teve a mania pouco brasileira de cumprir aquilo que prometia. E estes dois fatores não combinam tanto em género quanto em número, numa cidade com o perfil de Brasília, principalmente quando este emprego é na assessoria de um congressista.

Emprego de confiança é aquele que você faz de forma incontinente o que o seu chefe pede e fecha imediatamente o olho para com o que o seu chefe faz. Esta é a lei de sobrevivência profissional em nossa capital. Mais ainda no Congresso. E o honesto Estanislau, falhou em estas duas simples atribuições. Qual um beija flor a frente de um menino com uma atiradeira.

Outrossim o incontinente era algo que não compartilhava de seu dicionário. Para tudo o Estanislau exigia uma razão e quando chegava a conclusão do que faltava ou não devia ser feito, o levava a seu chefe, o deputado ... bem deixemos de lado seu verdadeiro nome. O chamemos de Luiz. Um nome que cola em Brasília.

Pouco a pouco, o deputado Luiz foi vendo que o Estanislau não era de confiança, pois, primeiro raciocinava – uma tarefa não pedida – e segundo que tinha um pleno discernimento entre o que era certo e o que errado. E o pior ainda, excedia-se em diferenciar o honesto para o desonesto. E como vocês sabem, isto são coisas ínfimas em governos populistas e regados pelo cinismo politico. O que interessa na verdade, é o que dá grana e voto. O resto é balela.

Mas a gota d’agua transbordou do copo quando em uma inauguração de uma obra defendida pelo venerável congressista e na qual ele havia levado um agrado substancial para privilegiar a certa construtora, da qual por baixo do pano, era um acionista silencioso, a mulher do deputado Luiz compareceu sem ser esperada. Evidentemente que o deputado Luiz havia viajado por conta do governo e como tal tinha levado a secretária, que como o Bom Brill, era de múltiplas utilidades. Gente de cama, cozinha e máquina de escrever. Quando reconheceu a chegada da patroa, imediatamente o deputado Luiz jogou sua amázia para o lado do Estanislau, naquela conhecida manobra: toma que o filho é teu até que a patroa desapareça.

Antes de abandonar a cena do crime, Dona... vamos a chamar de Heloísa, chegou no Estanislau e perguntou que presunto era aquele e este respondeu, secretária particular de seu marido. Dona Heloísa, a depositária da grana da família, entendeu que de esposa passara a condição de provedora e fechou a torneira. E o Estanislau, hoje dirige um taxi. Pois, a partir deste caso se tornar público nas coxias do Planalto ninguém mais em Brasília lhe quis dar um emprego. Afinal ele não servia para um trabalho de confiança. Ele era honesto demais.

Confesso que passou por mim uma torrente de alegria por ter revisto o Estanislau, mas ao mesmo tempo um torpor de tristeza, de saber que aquilo que a gente lê nos jornais e ouve dos amigos é realmente verdade sem o menor resquício de exageros. O Estanislau é a prova viva do que acabo de escrever. Ser honesto no congresso de Brasilia equivale a um atestado de óbito profissional.

Uma vez o grande poeta Paulo Mendes Campos escreveu este Parágrafo: Quem sentisse um súbito desejo de sorvete, uma tentação de chope, um alvoroço de empadinha quente, uma arrepio de moça bonita, um abismo de mulher casada, uma nostalgia de livro francês, ia para lá”. E ele se referia a rua Bahia em Belo Horizonte.

Eu diria: Quem sentisse um súbito desejo de pagar por uma sentença favorável, uma tentação de mensalão, um alvoroço de valerioduto jorrando grana em seu bolso, uma arrepio de bois virtuais, um abismo montado em cuecas e meias, uma nostalgia de um habeas corpus preventivo, ia para lá”. Eu me refiro a Brasília.

O Estanislau agora sabe disto.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

QUANDO A PORCA TORCE O RABO



Good companies fix the mistakes
Great companies learn with them

Evidentemente que esta frase (Grandes companhias fixam seus erros, Soberbas companhias aprendem com eles) deve ter custado milhões a Toyota para tentar de alguma forma cativar a confiança perdida por seus carros. Marqueteiro cobra muito caro, o PT que o diga... Mas valeu a pena.

Pois a ideia, não é apenas minimizar os prejuízos que a companhia está tendo com os milhares de recalls  (chamadas de volta à concessionárias para concertos de defeitos de fabricação). Estes não tem como ser recuperados. A luta agora é pelo futuro da companhia aqui nos Estados Unidos. Luta insana, a partir de agora.

O norte-americano tem na segurança seu mais alto ponto, seja em carros, aeronaves, trens ou mesmo o próprio pais. Criaram até um órgão depois do 9/11 apenas para unir o FBI, a CIA e todos os outros segmentos responsáveis pela segurança do pais.

Para se ter uma ideia, o execrável George Bush ganhou 4 anos a mais de governo, convencendo o povo que se a segurança não fosse reforçada e o Iraque e o Afeganistão invadidos, iria custar muito caro aos Estados Unidos resistir aos ataques da turma de Osama Bin Laden. Seu terrorismo social funcionou, e o terrorismo politico dos muçulmanos passou a ser a visto como o inimigo número um contra o bem estar estaduniense.  E o pais foi a banca rota.

Eu sempre fui partidário do carro feito na Alemanha e nunca entrei nesta que o carro japonês era igual, mais barato, gastava menos gasolina e tinha uma garantia maior. Por isto deveria ser comprado.

Nos Estados Unidos você aprende no primeiro minuto que aqui coloca seus pés, que você recebe pelo que paga. Nada aqui vem de graça ou como bónus. Você paga, você tem. Aquele que o vende pisa na jaca, você chia e ele tem que se entender como o NHTSA, uma espécie de Procon, mas que funciona e leva o caso ao senado, onde normalmente a coisa fede para o infrator.

Pisar na jaca aqui nos Estados Unidos é uma coisa. Mas depois disto mijar fora do penico a coisa fede, pois aqui não tem esta coisa bem brasileira se de trocar sentença por apartamento em Miami. Ainda mais se você é uma companhia japonesa que arranha com os interesses nacionais de outras grandes companhias como a GM, a Ford, a Chrysler.

E infelizmente foi o que a Toyota fez depois de ter pisado na jaca. Um total de 39 pessoas morreram e suas mortes foram atribuídas ao problema do acelerador de seus veículos. Em alguns casos ele não voltava atrás quando tirado o pé, em outros voltava com uma lentidão proibitiva. Serão 8,5 milhões de carros a seres consertados. O primeiro caso de morte aconteceu em San Diego em 2007. E a coisa só teve a real atenção da Toyota, no final do ano passado.

Isto para o norte-americano é inadmissível. Porém, eles convenientemente se esquecem que em 2004 a General Motors teve um grande recall, e antes disto a Ford o fizera. Até a industria farmacêutica foi atingida quando a companhia que fabricava o Tylenol descobriu que seu produto fora adulterado.

Esquecem também que para a NHTSA ter uma acusação a um provedor levada a sério, necessitam de pelo menos 5 reclamações. Há casos da necessidade ser de 15,000. E no caso dos recalls automobilísticos, são uma média de 262 dias entre o inicio do processo e a emissão para o recall.

Mas o certo é que a Toyota dormiu no ponto. Esperou muito para dar uma satisfação. E aqui, satisfação cola. No Japão nem tanto. Os nipônicos exigem por medidas saneadoras. Distintas civilizações. Um preço que a Toyota tem que se pagar por trabalhar em um pais estranho e dominar um mercado, cujos adversários passam por sérios problemas financeiros.

Os especialistas da NHTSA tiveram que ir ao Japão, para que o presidente desta grande companhia viesse ontem apresentar suas desculpas e explicações à comissão do Senado norte-americano. E o mais importante de tudo, garantir a qualidade de segurança de seu produto a médio e longo prazo. Pois é aí que a porca torce o seu rabo!

Existem interesses comerciais entre Estados Unidos e Japão, como também o fechamento de uma Toyota na atual conjuntura, faria que o índice de desemprego e o equilíbrio social fossem atingidos negativamente. Quantos empregados de concessionárias e operários da fábrica estariam a procura de um novo emprego?

Todos pisam em ovos, enquanto a Toyota não consegue tirar seu pé da jaca.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

À IMAGEM DO PT





AO DEUS DARÁ

Realmente a incidência de fatos que não coincidem é infinitamente superior a aqueles que coincidem. Quanto a isto, não há o que discutir. Outrossim, as séries históricas são montadas a partir de um universo pré determinado de pesquisa e sobre as surpreendentes coincidências de um determinado fato. Quando este percentuais de coincidências se torna significativo, você tem subsídios para defender a sua tese.

Tem gente que não acredita que um raio não possa cair em um mesmo lugar, outros que duvidam em percentuais, abaixo dos 50%, pois, o consideram minorias, todavia existem outros como eu, que se extasiam quando um fato torna a se repetir.

Sempre tive como tese que quando algo acontece uma vez pode ser sorte, duas coincidência, porém três ou mais, isto já o releva ao patamar estatístico. O sortilégio desta introdução tem na verdade uma razão de ser. Vou lembrar aqui de uma frase que uma vez li do grande Fernando Sabino: “Reconhecendo a pertinência com que hoje em dia se descobrem componentes psíquicos em qualquer manifestação patológica, percebo maravilhado, que já estou respirando, à simples evocação deste caso”. Que caso, perguntariam vocês, já tomados pela sonolência deste texto?  Ao que respondo, entre dois bocejos: a situação do governo de Brasília.

Hoje acabam de empossar um terceiro governador para a capital brasileira, em um período de apenas 12 dias. O cara já foi tudo. Um dos mais ecléticos currículos que já tive o ensejo de tomar conhecimento. E porque? Porque todos parecem preocupados com uma possível intervenção governamental. Vejam o que o Arruda arrumou.

Pois é, acredito que o governo de Brasília, esteja bem pertinho do governo federal. O que não entendo é porque se levou tanto tempo para que uma decisão fosse finalmente tomada. Na realidade, foi preciso a OAB se mexer, para que o senhor Arruda levantasse seu pesado busanfã de sua cadeira e fosse levado para o lugar que lhe era de direito. Não foi o governo, muito menos a policia federal que desencadeou o processo de sua queda. E eu me pergunto porque?

Será que temos governo ou desgoverno? Será que os responsáveis pela atual gestão não tinham conhecimento do que estava acontecendo? Não acreditaram nos vídeos? Não leram as declarações nos jornais? Ou sabiam e achavam que não deviam se meter, pois, em mar de lama, qualquer ondinha o faz engolir aquilo que não quer.

Miguel Cervantes escreveu uma vez: yo no creo en brujerías ni en tropelias de Satanás, pero que las hay, las hay...” Faço, minhas palavras. Para mim há muito caroço neste angu.

Porque de minha quase sacrílega indignação? Diria que existe um limite para tudo e a atual gestão excedeu-o com o cinismo próprio daqueles que acreditam em suas respectivas impunidades.

Sei que engolir sapos é uma das atividades mais exercidas por parte da população brasileira. Diria, sem estar melindroso em cometer uma leviandade, que por grande parte da classe política e penso que sem sombra de dúvida, pela totalidade daqueles que desfrutam hoje das benesses do Palácio do Planalto. O importante é não perder a boquinha...

Somos um pais em que os presidentes do senado, ou empregam toda a família, ou colecionam bois virtuais nas barbas do Planalto que a tudo assiste e a tudo se omite. Somos um pais que o filho do presidente passa de auxiliar de gerente de um zoológico a magnata financista, num piscar de olhos. Somos um pais em que a inflação aumenta e o dólar cai. Um dólar mantido pelo governo baixo que faz com que divisas se escoem e nossa produção não tenha um preço competitivo no mercado exterior. Somos um  pais que temos mais ministros que ministrados. Somos um pais que distribui sardinhas mas se recusa a dar as varas de pescar. Somos um pais de ínfimo saneamento básico, de pobre educação e sem nenhuma segurança. Somos um pais que dá o direito que movimentos invadam terras produtivas. Somos um pais que apóia governos execrados pelo resto da humanidade, como os de Fidel, Chávez e do Iran, onde não existem liberdades, mas bons negocinhos. Enfim, somos um pais que a cada dia mais está tomando a forma do PT. Uma imagem pequena, descaracterizada, inútil e sem valor algum. Uma nau sem dono, que navega ao Deus dará.

Mas até quando este Deus dará?

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

UM ALCOÓLATRA QUE INSTITUIU A LEI SECA


DOIS NORDESTINOS NO PODER

Nem mesmo a explanação de uma médica inglesa sobre a pesquisa levada a efeito em 6,500 pacientes tratados com a medicina homeopática e dos quais 60% ficaram curados, foi suficiente para que nossos congressistas se sensibilizassem.  Parece que nosso legislativo quer banir de uma vez por todas, com os remédios homeopáticos de nosso convívio. Aqueles que custam 10% do valor dos antibióticos e que não contra indicações.

Logo não dão lucro de impostos e não criam outras doenças paralelas.

Porque no legislativo os quer banir?

Só vejo uma razão. O lobby dos grandes laboratórios.

Talvez seja um dos mais fortes lobbies políticos em qualquer que seja a nação, este dos laboratórios. Muita grana rola. Rios de dinheiro. Muita mufunfa para as cuecas e meias políticas. E com isto a turma do antibiótico se farta.

A coisa é cíclica. Médicos são altamente pressionados. Assim como hospitais. A idéia Basica é o entupir de antibióticos e o viciar ao uso dos mesmos.

Mas a turma que mais se benefia é aquela que legisla e tem o poder de impulsionar a industria farmacêutica para cima ou para baixo. Evidentemente que só a empurra para cima...

O lobby dos laboratórios é infame. Só não o enxerga que não quer, ou fatura com o mesmo.

Mas este não é o assunto de hoje. Creio que existe um texto dos mais lúcidos que li, escrito por um dos maiores historiadores políticos brasileiros que deve ser analisado por todos. Demonstra formas distintas de padrão de ética, mesmo em regimes diametralmente opostos: o de uma ditadura e de uma democracia orquestrada e dirigida por demagogos populistas. Vamos a ele, o texto:

O Brasil teve dois presidentes nordestinos: Castelo Branco e Lula. Um era cearense e o outro pernambucano. Ao tomar conhecimento de Lula defendendo seu filho que recebeu R$15 milhões da Telemar para tocar sua empresa, Élio Gaspari publicou esta história tirada do fundo do baú:

Em 1966 o presidente Castello Branco leu nos jornais que seu irmão, funcionário com cargo na receita Federal, ganhara um carro Aero Willis, em agradecimento dos colegas funcionários pela ajuda que dera na lei que organizava a carreira.

O presidente Castello Branco telefonou mandando que ele devolvesse o carro. O irmão argumentou que se devolvesse ficaria desmoralizado em seu cargo.

O presidente Castello Branco interrompeu-o dizendo: - Meu irmão, afastado do cargo você já está. Estou decidindo agora se você vai preso ou não.

E o Lula ainda alega que não existe ninguém “neste pais” com mais moral e ética do que ele…

Hoje refletindo a respeito dos efeitos do nada sobre coisa nenhuma, me dei conta de que: O Brasil é o único país do mundo governado por um analfabeto que assinou uma reforma ortográfica; um alcoólatra que instituiu a lei seca. E; que ainda teve a petulância de pedir a Deus para dar inteligência ao Obama que é formado em Harvard…

Rio de Janeiro 07 de Junho de 2009

Evidentemente que existirão viúvas petistas que discordarão. Só não consigo ouvir ou ler algo que possa garantir a lisura da extraordinária mudança no nível financeiro na vida, do filho de nosso atual presidente. Evidentemente que ele, o presidente, que não lê, pouco escreve e a ninguém escuta, talvez ainda não tenha dado a devida atenção ao caso. Pois é coisa pequena. O que são R$15 milhões de Reais? Migalhas...Coisa pequena, ínfima, que o Delubio contabiliza em minutos e o Valério evapora em segundos. Ou quem sabe nosso presidente não foi sequer notificado do fato. Não vê seu filho faz tempo...


O poder e a impunidade é tanta que muitas vezes a pessoa perde a noção do perigo e passa a não controlar o ridículo que ponteia suas ações. O marechal Castello tinha seus princípios, mas errou feio ao deixar que o Brasil se torna-se uma ditadura. O atual presidente não parece ligar muito com esta história de princípios. Ele acha que este tal de principio é tão somente aquele, que aprendeu em Pernambuco; que vem antes do meio e do fim. E erra feio em pensar que o resto do Brasil é um bando de idiotas.


Será que um dirá será lançado no mercado um filme chamado o Filho do Filho de Brasil?

E a gente tem que ouvir a ladainha de sempre: Nunca na história deste pais...e aí a bordoada

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

FALSIFICARAM NOSSAS FORMAS


A BANANA E O MACACO

Descobriram no Brasil uma nova forma de se roubar. Agora são as casas lotéricas de São Paulo. Casas estas, que até que provem ao contrário e embora sejam de mil utilidades para a população, representam algo chamado loteria federal. Aqueles joguinhos que o governo inventa para faturar mais algum.

Os cassinos foram banidos do Brasil, segundo o presidente Eurico Gaspar Dutra, em prol do bem estar da família brasileira. Pois é não temos cassinos, mas temos todos os tipos de jogo de azar, apenas que explorados pelo próprio governo. O que a princípio pode parecer uma incongruência. Mas em se tratando do Brasil, acaba se tornando mais uma peculiaridade.

Sem as seguranças implantadas pelos bancos, mas oferecendo serviços similares ao mesmo, era de se esperar que um dia se tornassem presas fáceis da marginalidade. Para mim, demorou muito até. Principalmente agora, com uma gestão, que não tem pela segurança nenhuma preocupação maior.

Não sou daqueles que em prol da defesa dos direitos humanos, apela para aquela charopada que o problema da marginalidade no Brasil é apenas decorrente da miséria. A miséria ajuda a formar os exércitos marginais, pois, se torna fácil o recrutamento. Outrossim, creio que nestes casos de casas lotéricas, estacionamentos públicos, ou o alvo escolhido como o da moda pela marginalidade, é fruto de que é mais fácil roubar do que trabalhar. E os exemplos de nossas casas do congresso, do senado e mesmo do planalto, apenas incentivam esta tendência.

Temos uma justiça lenta e acima de tudo uma impunidade enervante. Com alguns anos, se preso for, este marginal estará em regime de meia prisão. Saindo a tarde para roubar, estuprar e matar e tendo a garantia a noite de uma cama, uma refeição e tudo a custo zero para ele. Pois tudo será imputado ao erário público. Aí um dia queimam-se colchões, depredam-se banheiros e vamos lá nós repor tudo que eles na defesa de seus direitos simplesmente colocaram abaixo.

E duas dúzias de defensores dos direitos humanos bramem a cantilena que todo o marginal tem o seu direito. A eles pergunto. E nós, que vivemos de nossa labuta direita, não teríamos também?

Somos todos filhos de Deus. Os mais religiosos defendem inclusive a tese que fomos criados à sua imagem. Mas eu acho que houve gente que foi feita na fôrma errada. Quem os moldou ou tava de porre ou de sacanagem.

Concordo que muitos são deformados pelas condições de vida a que são obrigados a viver. Condições estas imputados por uma sociedade de renda mal distribuída e que da parte do governo não recebe sequer incentivo, que dirá varas para pescar. Exagero? Creio que não.

Em momento algum a atual gestão atacou o problema da segurança, da educação, da saúde e outros pilares que fazem uma sociedade equilibrar-se e crescer sadiamente. Na verdade isto angaria muito menos votos do que se distribuir sardinhas.

E o pior de tudo. Estas mudanças que nossa sociedade necessita para se manter sã, dependem apenas de nós. Sim, apenas de nós mesmos: Em que votamos e como exigimos as respostas daqueles que elegemos. Enquanto levarmos estes problemas na flauta, contornando-os e os discutindo na chalaça, aqueles que governam e determinam nossos futuros, farão o mesmo, pois, no final do mês o deles está garantido, sem a o perigo de uma demissão sumaria.

Porque não acabamos com os salários dos políticos, se em seus discursos, eles sempre defendem a tese, que se sacrificam por seus eleitores. Que suas vidas públicas são a prova de seu amor por suas comunidades.

Na Escandinávia, o congressista não tem salário. Aqui, ao contrario, o cara ganha uma baba, tem ajuda de custo, emprega a família toda e ainda por cima quer participar de mensalão e qualquer outra mamata que pinte no pedaço. E quem paga esta baderna? Nós, pois, os marginais igualmente se omitem e quando atacam, tiram o pouco que nos sobra.

Moro desde 1987 nos Estados Unidos, e neste Período igualmente morei na França. Não vejo o que acontece no Brasil, nem na Europa, muito menos por aqui. E ainda vem gaiato dizer que nunca um presidente brasileiro foi tão respeitado. Eu diria que nunca um presidente brasileiro viajou tanto e deu tanta moleza para quem aqui quer instalar um negócio, sabedor da impunidade que aqui existe e da facilidade de interagir com um governo, com um congresso, com um senado e com uma justiça, que parece sempre estar pronta a ouvir uma proposta para um negócinho.

Não podemos generalizar, mas os números daqueles que foram feitos em formas distintas das originais erigidas por Deus está cada dia maior. Acho que falsificaram a formas mandadas para o Brasil. E como diria, um leitor de minhas colunas turfísticas, o Marcelo, parece que a banana é que está comendo o macaco. Só espero que esta fruta tão brasileira, não tenha uma indigestão. Pois, não sei em que forma o macaco foi erigido.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

O PRAZER DE SE SENTIR PESADO



UP IN THE AIR

Não sou critico de cinema e muito menos me considero entendedor desta sétima arte. Outrossim, frequento muito as salas de projeção e como nas pinturas gosto daquilo que realmente me agrada. Não pela moda, valor ou símbolo. Não pelo que a critica diz ou deixa de dizer. E sim pelo prazer que aquela fita ou aquela obra de arte pode me trazer. Pois, em minha concepção de vida, se é feliz, quando se consegue juntar o maior número de prazeres de uma forma sequencial.

Um vez me perguntaram porque tenho um certo número de quadros, nos lugares em que resido e em meu escritório. Acho que o quadro é como sua família. Voc Vcela moda, valor ou simbolo.em meu escrit para mim o que aprecio e o que deriores. (os cofres publicos) afirmativas que tomo aê tem que ter prazer de voltar a seu lar e dar uma olhada nele. Não sou partidário daqueles que tem um quadro porque faz parte da decoração e combina com o sofá. Ou porque é necessário se colocar algo sobre a lareira, menos impactante” que a cabeça de um alce. Ao mesmo tempo não me vejo como um investidor, que pensa em ter lucro, na compra e venda de determinada obra. Apenas compro o que aprecio e o que dá para colocar na parede. Quadro no caixote, para mim é um crime.

Vejo o cinema como um divertimento. Assisto as grandes produções como também aos filmes de pouco investimento, mas de bom conteúdo. Não sou muito chegado a filmes de terror, embora esta semana tenha assistido ao Wolfman e menos ainda a filmes como o Filho do Brasil, cuja pieguice me causa embrulhos no estômago.

Esta semana assití a uma película chamada Up in the Air com o Geoge Clooney. Simples direta com pouquíssimos subterfúgios. Trata-se de um homem que tinha o mínimo a sua volta. Não se considerava pesado. Podia colocar toda o que lhe pertencia dentro de uma backpack.

Para ele se você mantivesse este estilo de vida, teria menos a perder e muito a desfrutar. Nascido em Dês Moines, Idaho e com um apartamento de um quarto sem mobília em Nebraska, ele viajava pelos Estados Unidos despedindo gente, numa época de crise, onde batalhões de trabalhadores perdiam seus empregos. Idaho e Nebraska são uma combinação nada agradável na vida de alguém. Mas o era, no personagem em questão que vivia em um avião, pulando de cidade em cidade, leve qual um passarinho.

O filme apresenta situações bem próprias dos Estados Unidos, um pais onde o crédito é vital para a sua sobrevivência. E quando o emprego é perdido, principalmente depois de uma certa idade, não tem como se pagar a casa, o carro, os seguros e as escolas de seus filhos.

O povo norte-americano tem um processo de endividamento progressivo. Aqui você tem a chance de fazer e a oportunidade de ser financiado para ter um inicio. Se não há dinheiro para a faculdade existem instituições que o financiam e você paga depois de formado. Os juros são racionais e você se organiza. Compra a sua casa, seu carro, planeja seus gastos e a cada ano faz um upgrade em sua existência. E esta é a mensagem do filme. A cada ano você se torna mais pesado. Voc~e passa a possuir mais coisas e deve muito mais. Logo, se torna escravo de ser emprego e como tal não pode perdê-lo. Abandona seus sonhos de jovem e passa o resto de sua existência pagando dividas contraídas por uma casa melhor, um carro melhor, uma vida de maior status.

O personagem de George Clooney, para quem o mirava de longe era perfeita. No ar, ganhando milhas e mais milhas, em hotéis, aviões e restaurantes. Sua vida consistia em fazer a sua pequena valize de mão e seguir um roteiro traçado por seu escritório. Outrossim, com o desenrolar dos fatos que se sucedem em uma trama armada de forma simples, ele descobre que embora não tivesse problemas, já que era desimpedido e leve, não tinha também o prazer de voltar a sua casa, de ver um quadro ou ser beijado por alguém de sua família.

Ninguém consegue viver por si próprio e alheio a interação necessária com pessoas e coisas que lhe tragam prazer, que gerem sim problemas, mas que igualmente existam, para que a felicidade na solução dos mesmos, lhe cause júbilo e vontade de ir adiante.

Por muitos anos fui leve. Hoje tenho consciência que sou pesado. Não posso mais tomar as decisões de outrora num piscar de olhos. Existem coisas e seres humanos que tem que participar de minha decisão final. E pasmes, isto me deixa feliz. Gosto de voltar e olhar para o quadro que tenho encima de minha cama e quando avisto da ponte que separa o continente da ilha em que vivo, meu edifício, ter consciência que existe gente que preza por mim e está a minha espera, em um daqueles apartamentos. Pois, elas, msejam materiais ou humanas, são as verdadeiras razões de minha felicidade.