quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

O DESILUDIDO ESTÁ A UM PASSO DE SUA COVA


OUVIR O ARRUDA É OUVIR A DEUS...

Eu juro que estava cansado. As comemorações de meu aniversário de casamento e igualmente do aniversário de minha esposa, foram longas. Ai fiz uma coisa que não é comum. Dei uma durmidinha de tarde. Nunca o faço pois, sempre fui uma pessoa diúrna. Acordei com o Jornal Nacional, e o pior com um discurso do Arruda. Tive que esfregar os olhos, pois, não acreditei no que vi e ouvi.

Roberto Jefferson e o ex-ministro todo poderoso Dirceu, são coroinhas perto do governador de Brasília. Dona Dilma uma diplomata, cordata e educada. O Collor um franco que não mente. O Sarney um poeta honesto e preocupado com o Brasil, o Renan Calheiros um real criador de bois, que não come a mulher de ninguém e o presidente Lula um iniciante na arte de não dizer a verdade. Pois, creiam, todos, isto mesmo todos sem exceções desaparecem sob a luz emanada por este apóstolo da honestidade. Sim, eu disse apóstolo, pois, seu livro de cabeceira parece ser a Bíblia e suas principais citações são sobre São Paulo. Não a cidade. Falo do santo mesmo! O que guarda nas calças, nas cuecas e nas meias, são uns outros quinhentos. Tudo fofoca dos fariseus.

Olhem esta frase: “toda crise passa, o importante é como você passa por ela”. Se não foi exatamente isto, foi parecido e evidentemente o conteúdo filosofal da mesma, é perfeitamente entendido.

O cara não é real. Parece personagem do filme Avatar. Não os indígenas do planeta arborizado. Falo dos civilizados invasores norte-americanos que tentavam acabar com sua civilização e têm uma justificativa plausível para tal. Como Bush quando arrumou uma desculpa para invadir o Iraque. Algo totalmente sem escrúpulos.

Uma vez vó Adelina me disse que existem três tipos de pessoas. Os com bom caráter, os com mal caráter e o pior tipo de todos: os destituídos de qualquer caráter. Não conheço o governador Arruda, portanto não posso julgá-lo. Mas que esta sua frase é de uma pessoa totalmente destituída de caráter, parece.

O que ele quer dizer nas entrelinhas? O que o filósofo brasileiro Ibrahim Suede dizia sobre o fato dos cães ladrarem e a caravana passar? Ou talvez, o sentido seja, independentemente da falcatrua, a impunidade impetrada  nesta gestão, impossibilita que qualquer que seja o crime, o acusado seja pego? É só deixar o tempo passar? Que no final de seu governo ele vai sair de fininho e tudo fica como antes? Como se nada houvesse acontecido?

Vi a hora que ele chegaria as lágrimas. A pureza de seu discurso era uma razão para tal. A verdade é que a grande massa votante brasileira, ainda se deixa envolver por lágrimas, por filmes sofridos sobre governantes, pelas novelas, enfim, somos um povo de sentimentos a flor da pele que se comove com qualquer baboseira. E é sempre fácil se convencer a aquele que quer ser convencido.

Agora acredito piamente que Roberto Jefferson irá voltar a câmara ou ao senado. Que o Dirceu ainda pode ser novamente ministro, ou quem sabe até presidente. Que Sarney, Renan e Collor estarem ainda por ai, não representa o fato de serem exceções. É o desejo das massas. E até que a dona Dilma possa ganhar as eleições. Pois, depois do que o senhor Arruda pronunciou em canal público, qualquer anomalia pode se verificar por aqui.

Somos um pais suscetível ao engano. O provamos isto neste últimos 8 anos nas pesquisas de avaliação popular sobre o desempenho de nossos governantes. Acredito agora que possamos ter memória curta e com certeza um coração imenso. Não guardamos mágoas e quando a coisa aperta, apelamos para a galhofa e para a alienação. Nossas únicas reações.

Não somos ainda um povo, que como um amigo meu clamava, é um ajuntamento humano que tem em comum apenas a língua que fala e a moeda que negocia. Todavia, pouco a pouco, aqueles que escolhemos para os cargos principais de direção em nossa nação a estão transformando em uma Torre de Babel.

Meu Deus, não somos a Rússia de Stalin, a Alemanha de Hitler, a Cuba de Fidel ou a Venezuela de Chávez. Nada temos haver com o Iran e a Coréia do Norte. Podemos não concordar com as diretrizes norte-americanos, porém, nossa forma de governo é mais chegada a esta nação que a outras. Exercemos o direito da democracia. Logo, temos como reverter esta humilhante situação. Precisamos apenas aprender a votar.

Sei que fica difícil com os currais mantidos pelas velhas raposas políticas e incentivados por projetos cativantes. A gente que precisa de uma cesta básica ou de uma bolsa família, vota errado. Infelizmente grande parte de nosso voto é ainda comprado. Tem um preço, e é barato.

O Arruda não está lá porque decidiu. Ele foi eleito. Ele e toda a cúpula que o apóia.

Acorde Brasil. Está na hora deste gigante eternamente adormecido fazer valer aquilo que está escrito em sua bandeira: Ordem e Progresso. Como isto nunca foi exercido, tem gente que não acredita mais... e o desiludido está sempre a um passo de sua cova.