MELHOR DO QUE NITERÓI
É até engraçado, mas New York é a cidade juntamente com Paris, que mais fascina o brasileiro em geral. E estas duas cidades diferem em basicamente tudo.
Você não anda uma quadra sem, topar com um casal brasileiro. Um fenômeno que não sei explicar, mas que é real.
Voltei do teatro ontem a noite e tomei conhecimento que o Saints de New Orleans haviam ganham o superball, mas em todos os bares que passei, pouca gente estava assistindo a festa. E vocês sabem o porque? Porque em New York, tem muita coisa mais interessante de se fazer.
A Nilza e o Helio Marques, amigos do facebook, estão para vir pela primeira vez a New York e me pediram uma dicas. Não sei se sou a pessoa mais indicada, pois, por aqui morei, e como tal me acostumei a fazer coisas do dia a dia que não são turisticamente de interesse geral. Fico ainda muito preso a aqueles meus dois quarteirões ali no East Upper Side da 70. Mas vamos lá.
Primeiro conselho, nunca venha no inverno. É frio para burro. Mesmo levando-se em consideração que os hotéis estão pela metade do preço, pelo resto você paga o mesmo preço. E New York, é tão cara como Tóquio e Londres. Aqui você tem que pagar por seus prazeres e só duas caras não lhe custam nada: o ar que você respira e o Central park. O ar que respira é uma merda, rarefeito, entretanto o Central Park é simplesmente bárbaro. Porém, a esta época do ano, não existe verde e o vento é forte.
No Domingo pela manhã é o programa ideal. Os pulmões de Manhattan ficam superlotados de gente colorida correndo, andando, fotografando, esquiando no gelo e até passeando de carruagens. Um programa caro e que não leva mais de 15 a 20 minutos.
Como já disse anteriormente, toda manhã ando no Central Park, um habito que adquiri e que elimina o custo de se manter uma academia de Ginástica que aqui é um absurdo de caro. Quando aqui morava, andava em volta do Reservoir e em várias oportunidades cruzei com Jaqueline Kennedy Onnasis. Ninguém dava a mínima bola para ela, como celebridade. Apenas os turistas brasileiros a fotografavam. Esta é a grande característica de quem aqui vive. Viver a sua vida e não dar bola para quem quer que seja. Se manter em Manhattan já o faz uma celebridade. Você não precisa pajear outra. Hoje vou do do velho e tradicional Park Lane ou do badaladíssimo Hudson (58th e 56th respectivamente), os dois hotéis onde normalmente me hospedo - dependendo do preço em vigor - e vou até o Metropolitan, o museu, pela parte este do Park. Na 80th, subo em direção a Madison, ode tenho meu café da manhã no E.A.T. Eu e todo mundo que vive no East Upper Side. Ele fica na Madison, entre 80th e 81th streets
Domingo a tarde é dia de Soho. E aí você depara com muito brasileiro. O Soho é a Ipanema que deu certo. Gosto de lá comer no Balthazar, que é um bistrô que quando você entra, saiu de New York e vive o clima de Paris. Até os garçons o tratam mal, para valorizar o ambience. O Balthazar fica na Spring, entre Crosby e a Broadway. Não confundir com a rua quente no Soho, a West Broadway. Aliás, são 6 quarteirões de sul a norte e leste a oeste quente. Hoje o Soho, que já foi uma versão melhorada da feira hippies, comporta as maiores griffes do planeta. É uma Rodeio drive com várias pequenas ruas. Tinha a vantagem de de lá se ver o World Trade Center. Vantagem esta que o Bin Laden, suprimiu.
Restaurantes em New York não têm erro. Entre no primeiro e não se arrependerá. Afinal, aqui entre nós, quem consegue se manter em New York, como em São Paulo, neste setor do comércio, é porque possuem competência. Restaurante fraco aqui, não agüenta duas semanas. Mas como não vario e vou nos de sempre, não sou o cara para lhe dizer qual é o da moda. De vez em quando vou ao David, que me foi apresentado há duas décadas atrás pela Biba e o Álvaro Magalhães. Mas lá tem que se juntar dinheiro todo um ano, para poder incluir sobremesa em sua noite. E olha que não bebo...
Gosto de burgers, e três são os lugares que recomendo. O restaurante do segundo andar no Park Lane, o J. G. Mellon no final da noite na terceira lá pela 70 e o Beacon, um restaurante da 56, entre quinta e sexta avenidas.
Restaurantes em geral, o Cipriani da quinta avenida entre a 59th e a 60th me agrada muito. Não posso dizer o mesmo das versões de Wall Street e Soho. O Gascogne do Chelsea, o Pastis (mesmo estilo e dono do Balthazar) no Meatpacking district, a Trattoria Gracie, perto do J. G. Mellon, o Bice na 54th entre a Park Avenue e a Quinta Avenida, o Milos (Grega) e o Circo na 56th, entre a sexta e sétima avenidas um em frente ao outro. O 21, na 52th west de mesmo número. Mas se você quiser ver o Robert de Niro, basta ir a seu restaurante, o Tribeca Grill, na Greenwich street, não me recordo o número, mas qualquer chofer de taxi sabe. Se ele não estiver filmando, certamente lá estará, as vezes até no piano. Não sou chegado a comida japonesa, mas quem gosta diz que o Nobu da Hudson, também na Tribeca e coisa de louco.
Gosto que me enrosco destes e não mudo. No resto, uma cidade que comporta a Broadway, o Lincoln Center, o Guggenheim, o Metropolitan e o fantástico comércio da quinta Avenida e da Madison, enchem seus dias, quantos eles possa ser. Resumindo, é melhor que Niterói. Mas precisa-se de muita, mas muita grana mesmo...