segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

FALSIFICARAM NOSSAS FORMAS


A BANANA E O MACACO

Descobriram no Brasil uma nova forma de se roubar. Agora são as casas lotéricas de São Paulo. Casas estas, que até que provem ao contrário e embora sejam de mil utilidades para a população, representam algo chamado loteria federal. Aqueles joguinhos que o governo inventa para faturar mais algum.

Os cassinos foram banidos do Brasil, segundo o presidente Eurico Gaspar Dutra, em prol do bem estar da família brasileira. Pois é não temos cassinos, mas temos todos os tipos de jogo de azar, apenas que explorados pelo próprio governo. O que a princípio pode parecer uma incongruência. Mas em se tratando do Brasil, acaba se tornando mais uma peculiaridade.

Sem as seguranças implantadas pelos bancos, mas oferecendo serviços similares ao mesmo, era de se esperar que um dia se tornassem presas fáceis da marginalidade. Para mim, demorou muito até. Principalmente agora, com uma gestão, que não tem pela segurança nenhuma preocupação maior.

Não sou daqueles que em prol da defesa dos direitos humanos, apela para aquela charopada que o problema da marginalidade no Brasil é apenas decorrente da miséria. A miséria ajuda a formar os exércitos marginais, pois, se torna fácil o recrutamento. Outrossim, creio que nestes casos de casas lotéricas, estacionamentos públicos, ou o alvo escolhido como o da moda pela marginalidade, é fruto de que é mais fácil roubar do que trabalhar. E os exemplos de nossas casas do congresso, do senado e mesmo do planalto, apenas incentivam esta tendência.

Temos uma justiça lenta e acima de tudo uma impunidade enervante. Com alguns anos, se preso for, este marginal estará em regime de meia prisão. Saindo a tarde para roubar, estuprar e matar e tendo a garantia a noite de uma cama, uma refeição e tudo a custo zero para ele. Pois tudo será imputado ao erário público. Aí um dia queimam-se colchões, depredam-se banheiros e vamos lá nós repor tudo que eles na defesa de seus direitos simplesmente colocaram abaixo.

E duas dúzias de defensores dos direitos humanos bramem a cantilena que todo o marginal tem o seu direito. A eles pergunto. E nós, que vivemos de nossa labuta direita, não teríamos também?

Somos todos filhos de Deus. Os mais religiosos defendem inclusive a tese que fomos criados à sua imagem. Mas eu acho que houve gente que foi feita na fôrma errada. Quem os moldou ou tava de porre ou de sacanagem.

Concordo que muitos são deformados pelas condições de vida a que são obrigados a viver. Condições estas imputados por uma sociedade de renda mal distribuída e que da parte do governo não recebe sequer incentivo, que dirá varas para pescar. Exagero? Creio que não.

Em momento algum a atual gestão atacou o problema da segurança, da educação, da saúde e outros pilares que fazem uma sociedade equilibrar-se e crescer sadiamente. Na verdade isto angaria muito menos votos do que se distribuir sardinhas.

E o pior de tudo. Estas mudanças que nossa sociedade necessita para se manter sã, dependem apenas de nós. Sim, apenas de nós mesmos: Em que votamos e como exigimos as respostas daqueles que elegemos. Enquanto levarmos estes problemas na flauta, contornando-os e os discutindo na chalaça, aqueles que governam e determinam nossos futuros, farão o mesmo, pois, no final do mês o deles está garantido, sem a o perigo de uma demissão sumaria.

Porque não acabamos com os salários dos políticos, se em seus discursos, eles sempre defendem a tese, que se sacrificam por seus eleitores. Que suas vidas públicas são a prova de seu amor por suas comunidades.

Na Escandinávia, o congressista não tem salário. Aqui, ao contrario, o cara ganha uma baba, tem ajuda de custo, emprega a família toda e ainda por cima quer participar de mensalão e qualquer outra mamata que pinte no pedaço. E quem paga esta baderna? Nós, pois, os marginais igualmente se omitem e quando atacam, tiram o pouco que nos sobra.

Moro desde 1987 nos Estados Unidos, e neste Período igualmente morei na França. Não vejo o que acontece no Brasil, nem na Europa, muito menos por aqui. E ainda vem gaiato dizer que nunca um presidente brasileiro foi tão respeitado. Eu diria que nunca um presidente brasileiro viajou tanto e deu tanta moleza para quem aqui quer instalar um negócio, sabedor da impunidade que aqui existe e da facilidade de interagir com um governo, com um congresso, com um senado e com uma justiça, que parece sempre estar pronta a ouvir uma proposta para um negócinho.

Não podemos generalizar, mas os números daqueles que foram feitos em formas distintas das originais erigidas por Deus está cada dia maior. Acho que falsificaram a formas mandadas para o Brasil. E como diria, um leitor de minhas colunas turfísticas, o Marcelo, parece que a banana é que está comendo o macaco. Só espero que esta fruta tão brasileira, não tenha uma indigestão. Pois, não sei em que forma o macaco foi erigido.