quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

FUI


A BOLA DA VEZ

Tom Jobim, dizia que a melhor maneira de se ver Nova York é de maca. Pois, diria que para o Rio de Janeiro seria de helicóptero. As filmagens do Rio de Janeiro vistas pelas câmaras da TV Globo e apresentadas na novelas, são simplesmente paradisíacas. Um rincão dos Deuses. O Olympo dos gregos. O problema é quando a gente chega lá baixo. Isto no caso do helicóptero não ser abatido, antes...

O desfile de escolas de samba do grupo especial do Rio de Janeiro, só pode ser melhor visto que pelas lentes da televisão, se você estiver em um camarote. Como eles estão sendo bem freqüentados e quanta mordomia rola. Coisa de primeiríssimo mundo.

Fico feliz em ver tanta alegria na face daqueles que desfilam e mais ainda naqueles que lá foram para torcer por sua comunidade ou pelas cores de sua escola favorita. Para mim, o desfile de escolas de samba na série especial do Rio de Janeiro é um testemunho de fé, perseverança e habilidade que um povo pode ter quando assim se propõe. Evidentemente que tem de haver muito dinheiro por trás para sustentar todo este trabalho de união. Mas nosso governo, também o tem e em muito maior escala. Porque não pode motivar o povo a repetir o feito fora do carnaval? Talvez falte vontade ou quem sabe competência a nossos governantes...

O desfile da Unidos da Tijuca foi uma obra de arte. Arte artesanal e de altíssimo nível. Pois é, entrevistado por um repórter, o presidente da escola, um senhor de cabelos brancos chamado Paulo Horta, foi direto na jugular do problema. A função do presidente da escola é pagar as contas que o carnavalesco lhe apresenta. É do carnavalesco a responsabilidade de decidir o que vai para o sambódromo.

Se nosso governo fizesse o mesmo, e ao invés de preencher os cargos dos ministérios, com pessoas ali colocadas por pertencerem a partidos de apoio, e sim por gente tipo o Paulo Barros, talvez nosso povo pudesse se unir e trabalhar por um grande carnaval, nos outros 363 dias de labuta diária.

Nunca discuti o fato do Brasil estar credibilizado na alta esfera. A dos bancos, que nunca ganharam tanto dinheiro como estão ganhando. E dos investidores, que têm oportunidades aqui, difícies de serem encontradas em outros lugares. Vocês háão de concordar que um povo que se endivida - incentivado pelo próprio presidente - com juros de mais de 60% ao ano, ou está se enganando a médio prazo ou não raciocina matematicamente. Ou será que na Europa os juros estão igualmente neste patamar? Fazer a industria se manter ativa com este nível de juros, que o povo é obrigado a pagar, me parece uma ação fictícia. Uma faca de dois gumes.

E os 8 milhões de desempregados que recorreram a seus fundos? Onde isto entra na credibilidade financeira?

A credibilidade internacional está consubstanciada em dois pontos: primeiro o atual governo ter dado continuidade a política econômica implantada no governo anterior e segundo no fato do Brasil ser um bom negócio. Como definir um bom negócio? O filho de nosso presidente que sirva de exemplo, que o Brasil é o pais das grandes oportunidades. Veja quanto dinheiro este menino arrumou, de uma sub-gerência de um zoológico em Campinas para a presidência de uma firma de telecomunicação ou coisa parecida. O garoto é Gênio! Pois bem, colocando os pingos nos is, diria que o Brasil, além de ser um pais de economia manobrável tem um povo sublime que aceita a situação do hoje, sem discutir o que isto poderá gerar amanhã.

Os dados que faltam em meus argumentos são certamente menores em relação aos que faltam aos defensores da atual conjuntura. Mensalões, a impunidade de nossos congressistas e do integrantes do MST e todos estes escândalos que brotam da torneira como água, certamente incentivam as águias dos investimentos internacionais a aqui apostarem. Porque ?  Sabem de antemão que se a coisa encruar, sempre existe uma possibilidade de se dar um jeitinho. Basta saber o caminho das pedras. No Brasil, tudo parece ser contornável...

O respeito pelo qual nosso presidente devota pelo Evo Morales, o Chávez e o presidente do Irá, não nos pode complicar a longo prazo? Vocês acham que isto igualmente trás credibilidade internacional?

E quanto ao Brasil ser a bola da vez, como muitos cantam em odes e versos, pode até ser. Outrossim, o que vejo é a Europa e os Estados Unidos cada vez mais apinhados de brasileiros e uma grande parte de nosso judiciário comprando apartamentos em Miami. Dizem até que nosso presidente já tem passaporte italiano????? Será que o Brasil sendo tão bom quanto aparenta ser, não faz com que os que habitam fora, queiram voltar?

Com todo o respeito, para mim a bola da vez é a China, desculpe-me, os que assim não acreditam.

No mais, a visão humorística da brincadeira exposta por alguém na rede da internet, o Fui do Cristo Redentor, tentando descrever na maneira de quem a colocou, delimita uma situação circense, para não batizá-la de tragicômica,  e a meu ver, apenas evidencia que se não levada com humor, ferve. E aí o panelão entorna.