sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

A MENSTRUAÇÃO CICLICA NACIONAL






UM PAÍS A PROCURA DE SUA IDENTIDADE

Experiência não se transfere muito menos se confere, e usando-se de repressão para se conseguir algo, muito menos. Porque digo isto? Na verdade não sei. O que sei é que deu vontade de escrevê-lo.

Talvez pela insinceridade flagrante em que vive o nosso pais ou quem sabe pela insaciabilidade de um poder, que exerce suas funções se entregando ao oportunismo, digno daqueles que pensam que o que se pode fazer hoje, em termos de se angariar favores pessoais, deveria ter sido feito na década passada. Se possível numa ainda anterior.

E experiência é confundida com conivência e alhos com bugalhos.

Na verdade, no Brasil, muita gente se vende pelo preço que algum poderoso determina da forma que o quer comprar. Brasília está cheio deles. De diferente matizes, credos e ideologias. Resquícios de um pais que custou a abandonar o sistema escravista. Creio que foi o último, se não me engano. Propiciando a partir deste momento, uma aquisitividade crônica – semi feudal – que perpetua-se, acentuando ainda mais a tendência de uma ideologia egoísta, absoluta e pouco condizente com o respeito as leis e aos costumes.

Como diria minha vó Adelina, nunca se sabe até se saber. Pois é, nada mais verdade que a própria verdade. A falibilidade humana – bem brasileira - acentua mais esta tendência de viver o momento sem se preocupar com o futuro. De tentar levar vantagem em tudo, enquanto houver possibilidade para tal. As vezes penso ser um privilégio do brasileiro esta obscuridade. Não o é na verdade. Mas no Brasil a coisa está bem acentuada. A flor da pele.

O Brasil vive de medidas cíclicas qual a menstruação de uma mulher. Elas vem e vão, causam dor, mal estar, mas a certeza que outras virão para o mesmo espaço de tempo, é cristalina. E isto acaba de fazer com que o contribuinte se acostume com o fato. Até que se engravida de vez e dá a luz a seu rebento. E a vida continua.

Evidente que morando onde moro, vivo do que os jornais, a televisão e os amigos me informam. Não sinto na pele, aquele dia a dia tão necessário para se medir a realidade. Evidentemente que isto faz diferença. Mas, mesmo assim dá para se ver, que por exemplo, a maior cidade do pais para de estalo, por estar alagada. E alaga porque? Pelo que sinto nos comunicados jornalísticos, as autoridades não tem a menor noção do porque. E ai eu pergunto: para onde vão os nossos impostos, se isto acontece na mais poderosa de nossas capitais? Escorrem mais fluentes pelo ralo que as águas?

Nos Estados Unidos, as nevascas este ano foram simplesmente monumentais. Atrozes. Em certos casos, mortal. E em questão de horas tudo está limpo e a vida continua, como nada tivesse acontecido. Em  São Paulo não. A diferença? Aqui você tem a nítida noção para onde vai o seu imposto.

Raciocínio careta? Talvez, mas significativamente acolhedor, para quem paga seus impostos, como eu.

Isto é um pequeno exemplo de quão vulneráveis estamos nós, a qualquer tipo de problema. Problemas da violência da natureza e de natureza da violência hoje até  doméstica. Um exemplo:

Maria Islaine e Fábio Silva Soares. Os noves tiros filmados, depois de 8 pedidos de ajuda por parte da vitima respondem pela morosidade da ação judicial. Está certo que três pedidos de prisão preventiva foram emitidos. Mas o homem que afirmou à sua ex-esposa e foi gravado que se eu perder a minha casa eu vou te matar”, não foi preso, cumpriu o que prometeu e agora as justificativas vão borbulhar. Em questão de anos ele estará livre num regime de aprisionamento que não entra em minha cabeça. Estaria nossa justiça entravada? Ocupada com o fértil comércio da venda de sentenças? E nossa policia? Nada poderiam fazer?

Sucessões cíclicas. Como a menstruação

E a turma do Arruda? Não é que conseguiram enterrar a CPI do mensalão dos Democratas? E uma pergunta que me faço: seriam os suplentes melhores que os deputados atuais acusados de participação na falcatrua?

Sucessões cíclicas. Como a menstruação.

Em contrapartida, vocês viram o que aconteceu na China? Um crescimento de 8,7% em plena crise. Pasmem, não vi o primeiro ministro de lá encher o peito e afirmar: Nunca na história deste pais...” e olha que foi nunca mesmo!  No último trimestre 10,7% de crescimento. Do jeito que a coisa vai, a China passa o Japão na luta pela segunda colocação na economia mundial, antes do final da década. Lá a violência está contida e a corrupção dominada. Seria esta a formula do sucesso chinês?

E nós. Será que nunca encontraremos nossa verdadeira identidade? Ou vamos regredir e chegar a posição de uma Venezuela ou uma Bolivia?