sábado, 12 de setembro de 2009

ATADURAS UTILIZADAS NO LUGAR DE BAND-AIDS

ATADURAS UTILIZADAS
NO LUGAR DE BAND-AIDS.

A necessidade sempre foi a mola propulsora das grandes inovações, a
ssim como são nas crises e as guerras em que surgem as grandes invenções.
Pois, bem vivi durante as grandes transformações 
e não creio que elas foram tão benéficas 
como aparentemente nos são vendidas. 

É impossível se imaginar hoje, um máximo de privacidade com um mínimo de população. E mesmo que isto possa existir, como existe em um centro altamente dotado de progresso que vivi por quase 20 anos, como Lexington, Kentucky, os problemas são os mesmos. Existe atraso mental, bairrismo, conservadorismo e racismo. Evidentemente que os problemas do tráfego e segurança são menores. Mas os chamados existenciais, nada diferem.

Não vou apelar para o incoercível ceticismo de Thomas Jefferson, que prevendo o que o progresso, principalmente nos meios de locomoção, iriam trazer um dia a sua civilização, escreveu: o cavalo já foi um erro”. O progresso não é um erro. O erro é como as pessoas se aproveitam do mesmo.

Penso que o progresso bem direcionado é eficaz e trás benefícios. Admiro multidões mas me recuso a participar delas. Ela funciona para mim de maneira acídia. Que nem a neve. Fica melhor em fotografia. Jantar com dois casais é o limite de meu bem estar. Deixo normalmente à minha mulher a responsabilidade de conduzir a conversação. Não dizer nada para todo o sempre é para mim, uma tentação sufocante. Quase alentadora para a condução daquilo que rotulamos como sobrevivência. Aliás, depois da invenção do e-mail, o telefone se tornou um suplício. Pelo menos para mim.

George Jean Nathan, uma vez esclareceu a razão de seu eterno estado etílico: “bebo para tornar os outros interessantes”. Como eu não bebo

Tenho convicção que de inevitável na vida, apenas o pagamento dos impostos e a morte. Para resto, sempre haverá uma solução. Remediáveis ou alentadoras, é uma questão de oportunidades. E é para isto que analistas existem em qualquer área de mercado. O divã é ainda a melhor solução, principalmente para aqueles que não têm muitos com quem falar. Não foi o meu caso, pois, como disse anteriormente, desde cedo descobri aquilo que gostaria de fazer. Fiz e não me arrependo. Estar bem consigo, sua família e seu trabalho, é o primeiro passo para se conseguir a paz de espirito e a vantagem de seguir em frente.

Infelizmente no Brasil, não encontro, entre meios de comunicação, muitos que estejam interessados sequer em formar estas pessoas. Vivemos de noticias, exageros, adulações do ego alheio e lutas pelo poder. Pouca - para não se ter o incoercível ceticismo de Thomas Jefferson – ou nenhuma análise de mercado, sem fins políticos. Apenas o feijão com arroz, apimentado pelas adulações e excessiva critica, sem apresentação de soluções. O mundo moderno está a procura de solucionáticas”, não de problemáticas, lembraria sempre o Dada Maravilha, se perguntado fosse.

Confesso que reconheço em nossa imprensa um certo adesismo fisiológico a aqueles que de alguma forma, dominam financeiramente o mercado. Seja este o mercado que for. Aquela história que o rio sempre corre para o mar, em países como o Brasil, procede e aquela outra que não se deve nadar contra a correnteza, parece estar incutida dentro da filosofia dos nossos principais orgãos de comunicação.

A formação profissional de jovens que um dia irão contribuir para a montagem de uma opinião pública me parece ainda trôpega. Posso estar exagerando, pois, não estou vivenciando o problema in loco, mas não vejo grandes indutores da mesma, entre os mais calejados profissionais deste mercado. Talvez o Arnaldo Jabor seja uma das grandes exceções. Um versão menos sofisticada de Paulo Francis. Tenho sim saudades das grandes colunas jornalísticas do passado. Você podia nelas confiar, pois, pareciam estar destituídas de interesses de terceiros. Mas isto é saudosismo, e saudosismo não leva ninguém a lugar nenhum.

Muitas vezes observo excessos. Ataduras utilizadas em lugar de band-aids. Bombeiros sendo chamados para intervir para apagar lareiras. E a policia federal trazendo a tona, todo e qualquer tipo de escândalo sem que a justiça dê conta dos mesmos.

Qualquer governo tem seus acertos e seus erros. Faz parte daquilo que chamamos administração. Uma mídia que o critica ou o apóia, deveria ter em mente que o seu compromisso precípuo seria o de primeiro trazer a noticia, segundo a análise, deixando para os leitores, o sagrado direito de decidir quem estava certo ou errado em cada questão. Algo diríamos, que na mesma toada da justiça, onde todos deveriam ser considerados inocentes até provada a sua culpa. 

Mas não é o que acontece com freqüência no Brasil...
albatrozusa@yahoo.com