quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

A ZONA OESTE DO RIO DE JANEIRO





ENGANAR-SE É HUMANO, PERSISTIR NO ENGANO...

Acho que deve ser debilidade mental. Insânia fóbica. Anomalia crônica. Deformidade psicológica. Sei lá o que... Normal é o que não é!

Pensar que pode você possa proteger-se do sol usando uma peneira, é piada. Só não dá para rir, pois, gente anda morrendo. E morte, é triste mesmo para os apáticos governantes que ora temos e sempre tivemos.

Você pode ser lutador de vale tudo. Pode-se intitular-se professor de Jiu Jitsu. Até perito em artes marciais. Não basta nem menos ser preparador do Mike Tyson. Marco Jara que o diga. 
Pois pasmem, isto na Zona Oeste do Rio de Janeiro não vale absolutamente nada. Parou o carro sambou!

Creio que o oeste do Rio de Janeiro parece o antigo farwest norte-americano. Tombstone, Kansas City, o que o leitor escolher. Mais de um século os separam, mas a forma de sobreviver é mais ou menos, a mesma. Pelo menos ainda na ex-cidade maravilhosa. Lei do revolver. Quem o sacar primeiro, leva a melhor. Eu disse mais ou menos? Sim, porque a vitima, na maioria das vezes, nem arma empunha. É fritado de forma inapelável.

E as olimpíadas estão a caminho. Isto é o que me apavora. Pois, revolta-me ver falar-se apenas da festa e não se preocupar com a segurança dos convidados. Os atletas ficam na vila olímpica. Logo, têem uma chance de saírem ilesos. Mas quem se vê obrigado a trafegar pela cidade e ainda por cima para estádios localizados em áreas não tão seguras? Como será?

Pessimismo? Antes fosse. Creio estar mais chegado ao realismo. Porque? Porque nosso presidente não se mostra nem um pouco preocupado. Afinal só não acha, como meses atrás se pronunciou publicamente que segurança não é problema. Trata-se de coisa orquestrada por meia dúzia de pessoas que comandam outra meia dúzia ...” Será que sua excelência estava sóbrio quando assim o professou? Normalmente, é crível que oficialmente o possa estar. Pelo menos é o que garantem os mais próximos. Mas neste caso específico, mesmo que este jurem sobre a Bíblia, tenho as minhas dúvidas.

Por mais indiferente que uma autoridade possa estar em relação ao problema, ele tem que pelo menos fingir que está preocupado com o referido problema e o tentará solucionar no prazo de tempo, mais breve possível. Tentar minimizá-lo para fins eleitorais, não funciona. Apenas encoraja mais a aqueles que vivem da violência.

A morte de um gladiador deve soar como uma alarma para com aqueles que não possuem o treinamento que este rapaz o tinha. Creio que reagir, deva ser a última das opções quando você se vê rendido e acuado. Mas há horas que não existe outra alternativa. Passei por isto e sobrevivi. Não gostaria de viver a experiência uma vez mais. Na época era jovem, faixa marrom de Jiu-Jitsu e mas mesmo assim, sem um terço do treinamento a que Marco Jara se submeteu. Tive sorte. Ele não. Logo, sei do que se trata. Garanto-lhes que não estou falando da boca para fora.

Estamos há um dia da mudança de um novo ano. Sempre que isto acontece sentimo-nos reanimados e prontos para repaginar nossas vidas. Porque os gestores de nossos três poderes não se sentem da mesma forma?

Outro dia li que um presidiário solto pela manhã em Belo Horizonte, foi preso no final do dia ao ser pego em seu quarto furto. Que justiça é esta? Que quando consegue condenar alguém, lhe concede o direito de assaltar durante o dia, alimentá-lo e proporcioná-lo teto a noite? Isto é feito para economizar o almoço?

Espero que neste novo ano, o de 2010, coisas finalmente mudem no Brasil. Não adianta encher o peito e começar toda e qualquer pronunciamento com aquele demagogo e cínico refrão: nunca na história deste pais...” O pior dos pecados é o narcisismo. Aquele em que o eu impera em tudo que lhe está a volta.

Ponto básico: não existe segurança sem ordem. E ordem sem organização prévia não funcionou nem paraíso de Adão e Eva. Sou contra qualquer regime militarista. Nem ao exército servi. Todavia, está escrito em nossa bandeira. E Ordem vem a frente do Progresso. Vocês notaram? Porém, o progresso nos está alavancando e nós o estamos aproveitando sem ordem, pois, falta-nos o básico: saúde, educação e segurança.

Quantos outros elementos altamente treinados como Marco Jara, teremos que assistir ser assassinados por menores, para que nos convençamos que precisamos exigir de nossos governantes uma solução que elimine o problema? Ou pelo menos o minimize?

Continuar a ouvir a cantilena presidencial minimizadora do “…meia dúzia que orquestra outra meia dúzia...” não lhe garantirá a sobrevivência ao final do dia. E aí o que você irá dizer a São Pedro: Era quatro horas da tarde e eu parei o meu carro para pegar algo na mala...