domingo, 6 de dezembro de 2009

O DIÁRIO DE UM VIRGEM A SER ESTUPRADA





DAR OU NÃO DAR ...

Estamos a horas da decisão do campeonato brasileiro e a inana continua. O Grêmio entrega ou não entrega? Dá ou não dá? Parece até aquelas histórias de final de férias no interior. O rapaz da cidade canta, a menina da terra. Ela refuga e dia após dia se monta um enorme quebra cabeça na mente da mesma: entrega ou não entrega, dá ou não dá? O dia final, na despedida a situação requer uma decisão. Normalmente ela dá.

Pois é, estive em Porto Alegre no fim de semana passado e lá, acreditem o clima é de dar. Coisa de ex-virgem que quer se justificar. Os torcedores gremistas exigem que seus jogadores não se empenhem. Preferem perder a ver seu maior rival campeão do Brasil. Houve um amigo meu colorado que afirmou que se o Grêmio faz o Internacional campeão, os jogadores e dirigentes nem poderão descer no aeroporto. Coisa séria. Muita paixão e pouca razão.

Mas o futebol na verdade é isto mesmo. Ir aos estádios ver 22 marmanjos correr atrás de uma bola, sobre 40 graus de temperatura requer um certo dom de insanidade mental. Principalmente dos torcedores, na atual situação que se encontra o nivel do campeonato brasileiro.

Eu não tenho a menor idéia do que os jogadores do Grêmio vão fazer. Adoraria, como rubro negro insano que sou, que eles ouvissem seus torcedores, pois, são estes que ajudam a colocar o pão de cada dia no lar dos mesmos. E afinal é justo para ambos que a menina de. Foi assim que se formou a humanidade. Dando e recebendo.

Para falar a verdade, não sei sequer se o Flamengo mereça este titulo. Mas pouco estou me lixando. Até com a mão a Argentina ganhou Copa do Mundo. Os ingleses roubaram e aprontaram de tudo para ganhar o caneco em sua própria casa, os argentinos fizeram o mesmo no tempo da ditadura. E afinal quem poderia o merecer? Estamos muito mal por aqui. Trabalhamos com o que os grandes centros rejeitam ou ignoram.

Ontem, sentado em um restaurante de São Paulo, assisti saboreando um hambúrguer, a um programa que mostrava toda a campanha do Vasco na segunda divisão. A festa cruzmaltina, parecia a conquista de uma Copa do Mundo. Uma verdadeira extrapolação de valores. Ganhar o titulo da segunda divisão era uma obrigação, mas ele fizeram como se fosse um feito histórico. O que demonstra a insanidade de nosso futebol. Na verdade a fragilidade dos adversários era tão flagrante, que fez o Vasco marcar gols inimagináveis. Coisas monumentais. Verdadeiras obras de arte. Gols, que tanto na primeirona quanto no campeonato carioca, se mostrou até o presente momento impossível de se conceber.

Somos o pais do futebol. Somos uma fábrica de craques. Mas ele emigram, ainda muito jovens. Todavia, o importante é que os estádios andam cheios e isto é sempre bom as vésperas de uma Copa do Mundo.

Pois é, caímos numa chavezinha fedorenta, com França, Mexico e Uruguai. É Pedreira, felizmente não Parreira. Pois é, o Parreira afirma que não devemos temer, ele que sempre preferiu empatar do que ganhar. Aliás ele e Zagallo conhecem bem a França, levaram dois passeios monumentais, com duas seleções cravejadas de craques, mas que nunca conseguiram se portar como um verdadeiro time de futebol. Logo, seria melhor que eles nos concedessem o privilégio de seus respectivos silêncios.

O Brasil, como o Flamengo, é um time de luta, mas nunca demonstrou classe. Mas quem tem classe atualmente? A Espanha, que sempre nada, nada e nunca consegue chegar a praia? A Inglaterra que nunca fedeu nem cherou até ganhar uma Copa roubada em sua própria casa? A Argentina que se classificou por obra e acaso do Espírito Santo, com o Maradoninha roendo suas unhas e disparando insultos? A Itália e a Alemanha que sempre chegam, mas nunca demonstram capacidade técnica, apenas coração?

Pois saibam meus parcos leitores. Toda vez que o Brasil tratou a bola como o último prato de comida do quarteirão nos demos bem. Pelé mordido em 70 e o Felipão anos depois, apenas comprovam minha tese. O Dunga nunca foi um Didi, ou um Gerson, mas jogava com raiva. Precisamos trazer para campo esta vontade de vencer que aliáda a nossa magistral técnica, é irresistível. É assim que se formam times. É assim que aos trancos e barrancos o Flamengo chega a sua última partida dependendo tão somente dele.

Nós torcedores inventamos muitas frescuras. Elas ajudam a tecer a imaginação do público que vai aos estádios. Imaginem, até o Adriano melhorou da queimadura. Tá louco que ele iria deixar de estar em campo com a chance que o Flamengo tem, de carimbar um hexa. É prestigio. Quem sabe seu visto de volta a Europa.

Assim sendo, com o devido respeito às senhoras que possam estar lendo esta coluna, diria, que se o Grêmio vai dar ou não dar, não interessa. O Flamengo está afim de comer e estuprar se a coisa endurecer e tornar-se necessária. Espero apenas que o time do Dunga tenha o mesmo espírito na África do Sul.