domingo, 13 de dezembro de 2009

MUITA PLÁSTICA E EXCESSO DE BOTÓX






UM POSTE?

Existem horas em que acho que a atual gestão toma decisões certas. Em outras não. Embora não seja um ser de acentuada verve política, acredito que em um plano geral deverá haver bom senso e equilíbrio em se tratando de decisões que irão afetar milhões.

Por isto vou perder algumas linhas aqui, pois, existem dois destinos que me interessam além do Flamengo, que vai bem obrigado, do Salgueiro, que igualmente provou estar muito bem, dos cavalos de corrida que administro profissionalmente e de minha vida com Cristina, que sobrevive há 30 anos: o do Brasil e do planeta. Ontem teci algumas linhas a respeito do destino do planeta que está sendo discutido em Copenhagen. Muita gente importante com o dedo no problema. O que a primeira vista parece alentador. Infelizmente não é. Apavoro-me, pois, o consenso não me parece a voz alta a se seguir neste nove dias em Copenhagen.

Os países pequenos que serão os mais afetados gritam, os países mais desenvolvidos ao contrário se calam ou falam em código entre si. Mas e o Brasil, como fica nisso? Estamos as vésperas de um ano eleitoral e muita roupa suja haverá de ser lavada. Aliás, já está sendo lavada em horários considerados nobres. Mas vamos a meu maior temor.

Em diversas oportunidades escrevi aqui e em outros meios de comunicação que escrevo, que se o presidente Lula escolhesse como seu sucessor um poste, o elegeria. Não apenas por ele ter conseguido montar uma máquina de garantir votos com seus programas de bolsa família e cestas básicas, que agregam a seu favor grande parte da massa votante em uma determinada classe - as bicicletas de Evita Perón, funcionaram desta mesma forma. Porém, aceita-se o fato que atual administração também fez, em certos pontos, um bom governo.

Não aquele governo que nosso presidente acredita que fez. Aquele que acredita torná-lo um estadista respeitado no resto do mundo e cuja opinião é levada em conta. Doce ilusão. Ledo engano. Parece-me falso e quem fora do Brasil habita sabe disto. Mas andamos para frente e isto é que me parece importante dentro de sua gestão. Denegrir o mandato FHC, como as atuais propagandas eleitorais tentam fazer é chulo, mas há de se convir que seu partido, o PT, é meio chegado a certas baixarias.

Um poste é um poste. Não serve para muitas coisas. Todavia, aquela que o presidente Lula considera a pessoa certa para substituí-lo, a ministra Dilma, não é um poste. Não tem a sua postura do mesmo e muito menos sua publica importância. Com a devida vênia, acredito que muitos outros políticos de sua coligação de defesa da base governista, possuem, no momento, mais credenciais, qualificada experiência como governantes e por que não dizer muito maior peso político que a citada ministra. Então porque escolhe-la?  Para mim, a resposta é simples: estes outros não parecem poder serem usados como marionetes por aquele que os nomeia. Isto me parece a diferença que verdadeiramente norteou esta inusitada escolha.

Quem tiver um pouco de cuidado em assistir a propaganda eleitoral do PT, como tive esta semana que estive no Brasil de assistir, pode sentir que esta senhora age qual um boneco de ventríloquo, repetindo e elogiando a figura de nosso presidente. Enaltece-o com um brilho nos olhos invulgar. Em momento algum parece ter uma plataforma própria. Tem sim muita plástica, excesso de botox e a subserviência própria daqueles que almejam chegar ao poder.

Não vejo nela um Indira Ghandi, ou uma Hillary Clinton. E existiram e existem outras, mais importantes até que as citadas. Seu passado a coloca no setor dos extremistas, que fazem e depois pensam. Muito semelhante a atual presidenta argentina. O equilíbrio, até o presente momento, não me parece a maior virtude da ministra Dilma. O presidente Lula, com todos os defeitos que tem, possui um razoável equilíbrio, principalmente, quando na maioria das vezes se vê encurralado, e habilmente se planta sobre o muro.

O presidente Lula me parece um sobrevivente. Pelo menos, age como tal. Detecta onde pode colocar seus pés e se mantém em terreno firme sempre que possível. Tem a malicia do homem que conheceu a sarjeta. Que conheceu o lado dormido do pão e hoje pode saborear o panetone. Mas o fez pelo caminho mais tortuoso. Cresceu politicamente, não o nego como alguns o fazem - por ira ou incapacidade se saber medir o inimigo - pois, de bobo meus amigos, o presidente Lula nada tem.

Vejo outras qualidades no presidente Lula. Repito, não aquelas que ele hoje acredita ter. Longe disto. Mas, por mais que tente, não as consigo ver na ministra Dilma. Porque será?