terça-feira, 22 de dezembro de 2009

O TREM DE NOSSAS VIDAS




O TREM DA EDNA PALMA

Cada um tem o seu trem. O trem que merece. Ele norteia a sua vida e para nas estações que você bem entender. Você é o maquinista e passageiro. O dono da bola. Ou melhor do trem. Porém, os convido hoje a viajar em um outro trem, o da Edna. Acredito que vocês irão apreciar a viagem. Todos a bordo...


AMIGOS, dentro de alguns dias, um Ano Novo vai chegar a esta estação. Se não puder ser o maquinista, seja o seu mais divertido passageiro. Procure um lugar próximo à janela desfrute cada uma das paisagens que o tempo lhe oferecer, com o prazer de quem realiza a primeira viagem. Não se assuste com os abismos, nem com as curvas que não lhe deixam ver os caminhos que estão por vir. Procure curtir a viagem da vida, observando cada arbusto, cada riacho, beirais de estrada e tons mutantes de paisagem. Desdobre o mapa e planeje roteiros. Preste atenção em cada ponto de parada, e fique atento ao apito da partida. E quando decidir descer na estação onde a esperança lhe acenou não hesite. Desembarque nela junto com os seus sonhos...

Desejo que a sua viagem pelos dias de 2010, seja de PRIMEIRA CLASSE. A você e aos seus familiares Um Ano Novo repleto de bênçãos e realizações, com muita Saúde, Paz e Felicidades.
Bjs, Edna Palma

Reproduzo o texto recebido da Edna, que é de sua autoria e que cala a todo e qualquer ser humano que tenha um resquício de massa cefálica entre suas orelhas. É de uma sensibilidade e de uma abrangência existencial desmedida. Aterradora. Límpida e frugal. Como uma boa fruta. Acrescentaria ser um exemplo de perseverança, de otimismo realístico e porque não dizer de uma beleza poética. Chega de elogios.

Enganam-se os que imaginam que sofremos do incurável mal do pessimismo. Este é um erro gravíssimo, como o é o da insensibilidade em relação a nossos interesses próprios. Se gostarmos de nós mesmos, saberemos apreciar tudo de belo em volta de nós. Seja o por do sol, uma árvore ou o vizinho da casa ao lado. Isto não nos faz egoístas, muito menos narcisistas, mas sim amantes de nós mesmos. 


Libertando-nos do pessimismo e da mesmice é o primeiro passo para se atingir o estágio da felicidade. A inoportunidade da inveja, do rancor, da usura, se torna a cada dia mais visível, mesmo aos olhos dos mais cegos. Só a insânia dos desmedidos, desprovidos do senso de improvisação e da ausência da boa vontade, podem fazer hoje uma pessoa infeliz. Com raros casos, é infeliz quem quer.

Existe felicidade em cada micro célula de sua existência. Como um laboratorista, cabe a você descobri-la e mantê-la sempre perto de seu cérebro, para usá-la quando necessário o for.

A felicidade se inicia quando apreciamos aquilo que temos e não desejamos aquilo que o outro tem. Quando atingimos um grau de distribuição, de racionalização, de equilíbrio que exclua em toda a sua plenitude, vitórias apenas individuais. No momento que isto verificar-se, ai sim estaremos verdadeiramente dando o primeiro passo, para entender o em torno. A sociedade com quem vamos conviver e interagir. A família que vamos constituir. Os amigos que vamos fazer. Os colegas de trabalho com quem vamos interagir. O cliente, o sindico, o motorista do taxi.

Não sou psiquiatra nem poeta. Não atingi o estágio Zen, pois, não sei sequer qual ônibus que tenho que tomar para atingi-lo. Todavia, acho que deixei parte de meu egoísmo na juventude. Descobri que não era possível continuar no eterno alheamento, mais como um assistente privilegiado, do que participante do desenrolar de uma realidade, cujas conseqüências estaria com certeza irremediavelmente envolvido, se nele estivesse tido participação ativa.

Tenho horror exacerbado daquele que só enxerga problemas e tenta minimizar a beleza e a felicidade daqueles que se contentam com coisas simples. Gostar de algo simples, não o faz uma pessoa simples, pequena, sem grandes ideais. Muito pelo contrario, apenas atesta a sua grande capacidade de detectar o belo naquilo que os outros nem notam, por ser simples. Apreciar uma diamante polido na vitrina da Tyffanys não me parece difícil. Difícil é visualizar e reconhecer a qualidade da pedra ainda bruta em seu estágio natural, recém retirada de seu nativo lugar

Temos que ser minimalistas em nós mesmos. Não digo que com isto devamos apenas nos contentar o que a nós vem. O espírito de conquista é necessário para a afirmação do ser humano. O sentido do ganho sempre me pareceu importante. Isto não o faz um ambicioso. Isto apenas atesta a sua capacidade de conseguir aquilo que deseja.

O que me parece inadmissível é a possibilidade de rejeição a se tomar este trem da Edna, alegando tão somente problemas existências e um passado sofrido. ALOOOOOÔ! Todos nossos temos e tivemos problemas e vivemos de um passado, menos ou mais sofrido. Todos nós tivemos que lutar contra nossas fraquezas e conviver com nossos medos. Todos nós estivemos sujeitos a complexos. A capacidade de gerenciamento destes “problemas” é que difere o feliz do infeliz. Outrossim, a capacidade de nunca deixar estes “problemas” sobrepor-se â sua vontade de viver, a sua alegria de sorrir e a sua mais íntima necessidade de conceder-se a seus  desejos é o que diferenciam o ser humano, do apenas humano. Respirar todos nós respiramos.

Com certeza vou pegar mais uma vez o trem da Edna e espero que todos vocês que me lêem, não percam esta maravilhosa viagem que é viver. Obrigado Edna por nos ceder este ticket.

Um feliz natal para todos.