segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

QUE PARAÍSO QUE NADA. BOM É JURERE!




SAUDADES DE JURERE...

São Paulo é muito bom, mas Jurerê é melhor.

Vamos falar seriamente. Se você quiser chegar ao paraíso, mais ainda se mantendo vivo, o negócio é ir a Jurerê. Fica mais perto, é mais engraçado, se fala português e você pode até pecar. Acredito inclusive, que pecado é o que não falte em Jurerê. Tudo a sua volta o excita. No mais não precisa de extrema unção nem confissões para se carimbar o passaporte para lá. Você apenas se arrepende um pouquinho e a TAM ou a GOL lhe levam lá.


Tem até aeroporto internacional, o Hercílio Luz. Um aeroporto menor que o de Lexington, em Kentucky, sem trafego pesado aéreo, mas chamado de internacional. Coisas de um Brasil, bem Brasil. Mas diria que é maior do que o de Bagé.

Jurerê, fica a pouco mais de 20 quilômetros de Floripa, que para falar a verdade não conheço bem, seu centro e demais amenidades. Dizem que é bárbaro. Tem lagoa, centenas de praias, spas de primeiro mundo. Acredito. Todavia, conheço Jurerê, e garanto que já é de bom tamanho. Como disse em mais de uma vez: quando se chega aos sessenta, viu e gostou, leva para casa que o tempo que lhe resta, é pouco!

Para Jurerê, você precisa apenas de bons amigos, uma sunga, dois ou três livros tipo Angustia de Graciliano Ramos, Quarup de Antônio Callado e Capitães da Areia de Jorge Amado e uma cadeirinha de praia. O resto Jurere lhe proporcionará. Leitura pesada aqui funciona, pois o resto é leve e límpido qual o paraíso. Nunca estive no paraíso e confesso que gostaria de adiar por várias décadas esta viagem, mas não tenho certeza que seja mais animado que o inferno. Afinal, onde deve estar o Sinatra, o Jobim e a Marilyn Monroe? Jurerê o é. E você pode lá chegar vivo, sem escalas, se não optar pela Gol.


O mar não é do Caribe. Por ali, meu amigo Atlântico fica um pouco friozinho e perde muito de sua transparência. Não importa. Não tem ondas, a areia lhe convida a andar, sem que você tenha que colocar os bofes para fora. E tem um algo mais, os paradores lhe atraem a dar suas paradinhas. Os paradouros... Que maravilhas. Funcionam na verdade como verdadeiros points. E que points... DG’s irados, música alegre e forte, decoração genial e gente da melhor qualidade vindas de todas as partes do universo. Confesso que feio não tem muita vez e gordo menos ainda. Você tem que estar nos trinques. Me lembra – guardadas as devidas proporções – a Montenegro dos anos 70. Uma sunga errada ou excesso de palidez, o levava ao desterro.

O centrinho da tal da Jurerê Internacional é outro charme. Coisa de primeiro mundo. Mas mundo do hemisfério norte. Tudo limpinho, arrumadinho e com muito charme. Aquela pequena passarela de 2 quilômetros que todos usam para andar, quando de ténis é outro fator que faz desta praia um negocio fora de série. As pessoas andam de um lado a outro se não quiserem enfrentar o sol da praia. E você não deixa de ver a praia, nem as casas. E ainda por cima se chama, caminho dos namorados. Olha que convite ao pecado!

Mas casa é a do Aluizio. Outra não vale. Estar em Jurerê, como disse antes, é estar no paraíso. Mas estar na casa do Aluizio é reger a festa. Espero que Deus tenha uma, pelo menos, parecida lá no paraíso dele. Se não tem e usou arquiteto diferente, caiu em meu conceito.

Uma vez o Aluízio, amigo e cliente, me disse: “Renato, comigo tu não conhece erro”. Não deixa de ser uma citação, diria que quase divina. Mas não é que este gaúcho tem razão!


Não conheço as outras praias da ilha de Floripa. Devem ser igualmente boas. Conheço apenas mais a do Forte, que é ligada a de Jurerê, mas para isto você tem subir uma ladeira que é a extensão do inferno. Trata-se do outro lado da medalha. A realidade brasileira. Linda, pobre, habitada por pescadores e frequentada por quem quer uma coisa mais natural. Quem quer estar fora do auê. Não que Jurerê não seja natural. Muito pelo contrário. Mas ela o é também abismal. Lhe tira da órbita. Você toma duas e dança um tango

Resumindo, não se pode morrer sem ir a Jurerê, pois, quando você chegar ao paraíso vai dar uma de deslumbrado. Por isto é necessário primeiro ir a Jurere e só morrer depois. Aí, quando você chegar ao outro paraíso, não vai sentir tanto ao impacto. Tira de letra. Chega em São Pedro e comenta: Bonitinho isto aqui Pedrão, mas Jurerê é bem melhor...”