sábado, 12 de dezembro de 2009

PROMESSAS E ADIAMENTOS





QUANDO, COMO, QUEM E QUANTO?

Pois é, depois de um fraco protocolo assinado em Kyoto, onde os Estados Unidos de George Bush nada cumpriu e a China se recusa a desacelerar a velocidade de seu desenvolvimento, chegamos ao lugar que todos nós não queríamos: o lugar nenhum.

A calota polar está aquecida. O efeito estufa se prolifera. O desgelo é inevitável e os mares subirão. Este ano os hurricanes não vieram a assolar as costas norte-americanas, mas muita coisa estranha aconteceu no Brasil. Com uma chuvinha mixuruca, 23 mortos e mais de 700 desabrigados na região leste de São Paulo. Em outras regiões ventos fortes, chuvas intermitentes. Em Bagé, vi árvores centenárias arrancadas do solo. Estou na sala Vip do Amex a caminho de Miami, pois, um ciclone está por vir para aqui. Ciclone! Quando alguém falava disto anos atrás? Algo mudou. Nosso verão está cada vez mais forte e o frio nos países do hemisfério norte mais gélido. As estações estão começando antes da hora. Tudo mudado.

O problema passou a ser caracterizado por quatro perguntas: quando, como, quem e quanto? Quando isto acontecerá? Como as grandes nações irão reagir e tentar solucionar o problema? Quanto isto lhes custará? Quem vai arcar com a despesa? Que na realidade estes dois últimos, são o x do de todo este problema.

Ninguém quer diminuir seus lucros. Poucos acreditam que medidas levadas a efeito em suas industrias irão realmente salvar o mundo. Os principais agentes poluentes da atmosfera tiveram duplicadas suas fabricações. Um olha para o outro e diz você é que deve minimizar o que está fabricando. O acusado, transfere o problema com um; e o fulano?

Estamos a beira de um abismo e nestes 9 dias em Copenhagen, 192 países estão reunidos para fazer o de sempre. Marcar presença e defender seus direitos. Ninguém parece estar preocupado com o futuro do planeta, apenas onde pode menos perder. Ai  eu me pergunto, se a vaca for por brejo, o que adiantou defender os seus direitos com unhas e dentes?

Vejo a posição do Brasil estranha, para não dizer dúbia. Para variar a gestão Lula Paz e Amor, se mantém encima do muro, tentando fazer política onde não parece haver espaço a outra coisa que não seja ação. Quantas pessoas estão efetivamente conscientizadas que o aquecimento global foi causado pelos seres humanos, por intermédio de queimadas, queima de combustíveis e outras ações poluentes? O Brasil parece mais preocupado com a bolsa família, a cesta básica colhedora de votos, do que o que poderá vir a acontecer com o mundo em menos de uma década.

Obama, ganha o Prêmio Nobel da paz, no exato momento que decide mandar mais 30,000 homens para o Vietnã e defende a guerra como necessária. Não sei se esta guerra ou qualquer outra guerra deva ser defendida como necessária ou não. Guerra é guerra e como tal um ato insano. Impossível de se conceber.

No Brasil, persiste a discussão inóqua sobre a honestidade do governador do Distrito Federal, o seu Arruda, aquele que já havia renunciado de seu partido, como senador em 2001 e que agora ganhou 47 loterias e aumentou seu patrimônio em 1,000%. Não exagerei nos zeros. Falam mesmo de 1,000%. O que se vê nos filmes é montagem, segundo ele. Seus coligados se utilizam de bolsas, cuecas e até meias.

O primeiro rascunho do protocolo que deveria ser entregue nesta quinta feira a tarde, foi dado a um brasileiro. Moral da história: atrasou. Prometemos diminuir em 80% a devastação da Amazônia. Não seria mais honesto saber como fazê-lo antes de prometer? Promessas e adiamentos. Tudo como sempre foi.

Um arquipélogo de 12,000 habitantes chamado Kiribati,  que tem sua altura máxima determinada em dois metros vai ser o primeiro a desaparecer com o elevação dos oceanos. A Nova Zelândia já se prontificou a receber estes pobres habitantes como refugiados. Não deixa de ser gratificante, mas não soluciona absolutamente nada. Com mais 1,5 graus de aquecimento o arquipélago de Kiribati desaparece de uma vez por todas da face da terra.

Seria mais ou menos como Minas aceita-se  os desterrados do Rio de Janeiro. Seria simples? Acho que não.

Os grandes países e aqueles que se consideram emergentes tem que agir agora. Não daqui a dois ou três anos. Pode não haver Copa ou mesmo olimpíada por aqui, se a coisa continuar no ritmo que se apresenta. O documentário de Gore foi claro e direto. Não houve exagero. Houve constatação. Lhe trouxe mais notoriedade, um Oscar e um Prêmio Nobel. Mas não salvou o mundo. Apenas nos alertou do que pode e vai acontecer se a gente não fizer a nossa parte.

Mas o problema continua a ser quando, como, quem e quanto?