terça-feira, 6 de abril de 2010

O QUERO QUERO CONTINUA A OBSERVAR



VALE A PENA SER SÉRIO NO BRASIL?

Vamos e venhamos, querer catar fio de cabelo em ovo, não só me parece um tarefa inglória, como também completamente destituída de racionalidade. Mas infelizmente é o que mais fazemos, ano após ano, pois, como humanos e brasileiros  que somos, carecemos, em muitas oportunidades, de um mínimo debom senso.

Tenho um amigo, que me sinto no direito de manter em sigilo sua verdadeira identidade. Vamos chama-lo de Zé. Com a subida do PT ao poder, ele passou da posição de vagabundo itinerante, à de vagabundo bem remunerado com domicilio oficial em Brasília, pois, seu tio, que é do alto escalão da militância deste partido, assim o decretou, logo que seus “cumpanheiros”, assumiram o poder.

Ele que tinha a vida que pediu a Deus, mas sem saber o dia de amanhã, de um dia para outro, como num piscar de olhos, passou a ter a mesma vida, apenas com uma garantia trabalhista. A ele foi ofertado um cargo de alta remuneração e zero obrigação. Ia quando podia, cumpria meio expediente quando lhe apetecia. E no trabalho limitava-se a ler o jornal. Em sua repartição era mal visto, muito comentado, mas nunca arguido, por ter as suas costas quentes.

A vida do Zé sempre foi marcada por golpes de imprudência, a começar pela escolha de seu clube de coração: o Bangú. Típicos de um jovem, a que nunca nenhuma responsabilidade foi imposta e que teve como primeiro herói, o Castor de Andrade. Sujeito simpático, mas hóspede do governo, por muitos anos, da Ilha Grande.

Pois bem, o Zé mudou-se para Brasília e teve que nas primeiras semanas adotar um terno e gravata, mas assim que assentou a poeira, descobriu, que seu emprego não era propriamente para trabalhar e sim para receber. Que sua presença irritava sua secretaria, um assídua leitora de Caras, e deixava sem jeito seu continuo, que tinha o hábito de dormir no banheiro, pois seu verdadeiro trabalho era à noite e neste, ele tinha que realmente fazer jus ao seu salário.

Apenas à titulo de curiosidade, a secretaria era caso de seu tio, e sobre o continuo, comentava-se a voz baixa ser produto do affair do mesmo com uma ex-funcionária do partido, ainda no inicio do mesmo, no tempo em que os correligionários do PT, ainda pregavam austeridade e honestidade, como princípios básicos. Ai as eleições foram ganhas e certos princípios básicos abolidos, para o bem e sustentação da governabilidade.

Quando ainda no barco que me levou a aventura no pantanal, descobri um programa, que infelizmente não passa nos Estados Unidos, onde resido. O CQC, Custe o que Custar, do Marcelo Tas. Segunda à noite, se não me engano, na TV Bandeirantes. Lá, eles resolveram catar um fio de cabelo em um ovo governamental e acabaram achando uma cabeleira enorme.  No presente caso, mostraram o verdadeiro destino de uma televisão plasma, doada por eles, a um prefeitura. Deveria ser sorteada, e posteriormente, instalada em uma escola de sua jurisdição. A prefeitura sorteada foi a de Barueri. E todo um drama bem brasileiro foi levado avante, e como sempre, ao ser acompanhado, a corrupção veio a tona e a censura tentou se fazer presente.

Muita mentira deslavada rolou frente as câmeras e foram apresentadas vindas da diretora da escola, ao secretário de educação, que devido a  coincidências da vida é irmão do prefeito, sendo que este apelou para a censura imediata da apresentação do programa. Típico de uma democracia, que dá liberdade de imprensa! A reposta dos idealizadores do programa foi conseguida por intermédio da justiça e o programa foi ao ar. Moral da história, parece que hoje a televisão que ficou durante os primeiros 45 dias na casa de uma funcionária, para “a sincronização dos canais” hoje descansa na escola, inicialmente apontada pelo secretário da educação como sendo a que a recebeu. Só faltou jurar sobre a bíblia... Evidentemente que um bode expiatório foi escolhido; a dita funcionária. Mas o rio, seu presidente, continua a correr para o mar!

Então o que mudou no Brasil, meu caro presidente? O senhor que quando se candidatou disse que as coisas seriam diferentes. Mas "num" foram, né? Nesta não deu para pregar aquele chavão que o senhor decorou direitinho: Nunca na história deste pais...” Houve contravenção, houve censura, houve injustiça, houve omissão e os verdadeiros culpados continuam executando no executivo, sem que o senhor saiba de nada! Viajando... viajando... viajando... Vou omitir o partido do prefeito em questão. Mas dou um ovo de Páscoa a quem acertar.

Nos Estados Unidos meu presidente, o Madoff pegou mais de 100 anos de prisão, mesmo sendo gente de costas quentes. Seu julgamento foi rápido, assim como o confisco e venda publica de seus bens. Não sobrou um garfo sequer e ele está em cana! No Brasil ninguém foi para a prisão. Todos os faqueiros continuam intactos. Muitos dos indiciados serão candidatos e graças a máquina de um partido, que parece cego ou quem sabe conivente, deverão ser novamente eleitos.

Ai eu me pergunto: vale a pena ser sério no Brasil?


O quero-quero está em dúvida...