terça-feira, 13 de abril de 2010

DO COMPORTAMENTO A ABJEÇÃO




O VACILO NO SAMBÓDROMO

E o povo brasileiro que acreditava que seu grande seguro, era o governo de seu pais. Sentir-me-ia órfão se assim acreditasse e viesse ser vitima das chuvas que assolaram os principais centros urbanos de nossa nação.

Sinto dizer, mas para uma pais que julga que um dia poderá vir ser, a quinta economia do planeta, o Brasil ainda continua mais para terceiro, do que propriamente para primeiro mundo. E não estou falando apenas do resultado das chuvas nos dois mais importantes estados da união, São Paulo e Rio de Janeiro. Falo de tudo. Do comportamento a abjeção.

Concordo que temos nossas maneiras de fazer as coisas. E muitas vezes estas maneiras não coadunam com o que é feito fora de nossa fronteiras. Assim sendo, diria que todo bom observador, que se der ao trabalho de analisar certos detalhes típicos brasileiros, imediatamente sacará coisas que parecem só acontecer neste nosso Brasil. E ai ele estranha. Eu que sou brasileiro e moro fora, estranho, que dirá aquele que o visita pela primeira vez.

Vamos a um exemplo específico que aconteceu a alguns carnavais atrás. Trouxe um gringo para o sambódromo. Em uma hora espremido na multidão ele se dissolveu nela. “Dispersonificou-se”, passou a ter os olhos, os ouvidos e a sensação de todos. Não existiu mais em si, mas sim no grupo que o cercava. Perdeu totalmente sua sensação de individuo. Terminado o momento mágico, descobriu que fora roubado em sua máquina fotográfica. Alguém menos atento no desfile, resistira a absorção da patuléia, e concentrara-se em seu artigo de prazer. Ele vacilou e sambou, ao ritmo da Mocidade Independente de Padre Miguel.

Isto é o Rio de Janeiro, um misto de sensações, boas e más, movidas pelo destino em segundos como num passo de mágica. Responsável como me senti, comprei outra câmera para o amigo, mas nada substituiu os momentos que tinha gravado na anterior.

Outro pequeno, mas que demonstra quanto qualquer empresa independente do tamanho que possa ter, sempre tenta levar vantagem em tudo. E em cima daqueles de quem mais depende: seus clientes.

Desde que a Varig foi para o vinagre que a TAM se estabilizou na parada. Acredito que seja hoje a maior empresa de transporte aéreo de nosso pais neste exato momento. Bom para ela, ruim para nós, pois, o monopólio evidencia decadência em serviços. Mas isto é outro caso.

O Frequent Flyer, cartão Fidelidade, enfim o nome que possa ter é uma forma que as empresas de transporte aéreo, encontraram para fazer seus passageiros voltarem a viajar por suas companhias e assim acumulando milhas, poderão um dia ganhar uma passagem para aquele lugar, que normalmente não iria se tivesse que colocar a mão no bolso. Perfeito. Todas adotam a mesma política. Mas na Delta, Na American, na Air France ou na Swiss Air, quando você marca seu vôo, você automaticamente deixa gravado seu número de cartão para pontuar. Em todas, menos na TAM que exige que você o faça no check in.

Porque esta política? Simples. Imaginem se 20% dos passageiras naquela afobação de viagem, esquecem de pedir que marquem os pontos. O que isto trás de lucro para a TAM? Milhões de milhas, que deveria ceder a seus fieis passageiros, mas que se perdem pela desatenção dos mesmos. Menos acentos grátis ela terá que ceder.

Outra coisa que não entendo ainda neste setor de transportes. Se você mora nos Estados Unidos e quer comprar uma passagem pela TAM para trechos desenvolvidos dentro do território nacional, o tem que fazer com um cartão de crédito emitido no Brasil. O que para mim parece ser ridículo, pois, o Mr. John Smith é morador de Oklahoma e não tem conta nem cartão de crédito no Brasil. Assim ele querendo ou não, terá que optar pela United, Delta ou American. A não ser que se sujeite a ir a uma loja da TAM em New York ou Miami, para então poder pagar com cartão de Crédito. E lembrem, Des Moines é longe de toda e qualquer loja da TAM. Fica mais perto do final do mundo

Isto é que eu chamo de incentivo ao turismo... Minimizar as chances das companhias brasileiras de receber dinheiro de potenciais turistas. Divisas que acabam sendo absorvidas pelas companhias estrangeiras, por total inapetência nossa, de mantermos diversos mercados monetários em equilíbrio.

Aceito o fato de sermos um pais diferenciado. A começar pela nossa atual presidência. Nos deixamos levar por boatos e números, sem que tenhamos a mínima preocupação de checar se o boato é verdadeiro e se aqueles números espelham a realidade em que vivemos. Somos de uma economia transcendental para com olhos e ouvidos. E mais ainda de cérebros independentes.