sexta-feira, 16 de abril de 2010

A GENTE QUEM, CARAPÁLIDA?



VAMOS BRINCAR DE SE ISTO ACONTECESSE?

Você já brincaram de, se isto acontecesse? Pois é, trata-se de um jogo antigo, aliás bem antigo, do tempo em que eu era ainda solteiro, que jogávamos, quando em quatro ou cinco casais, viajávamos para Teresópolis, para passar o fim de semana. Sentávamo-nos à volta da lareira acessa,  saboreando um fondue   e tendo como pano de fundo um vinhozinho. A brincadeira consistia no seguinte:

Alguém imaginava uma situação inusitada. Daquelas difíceis de serem imaginadas, mas que adoraríamos que acontecesse e começávamos a dar traços a bola conjecturando isto e aquilo. Viajávamos na imaginação e criávamos um novo mundo em torno de nós, varando a noite. Quanto mais estrambótico, fosse a situação, melhor.

Pois bem, aqui em Hallandale Beach, onde a lareira não é necessária e o fondue nada tem a ver, me deu vontade de brincar novamente. Sentimentos talvez nostálgicos E a situação que imediatamente me veio a mente seria a da dona Dilma, perdendo as eleições de Outubro próximo. Não posso imaginar coisa que mais me encantasse no momento.

Apurado os votos e com a derrota eminente, ela se volta para o nosso presidente e apela: mas Luis Inácio, o que aconteceu com a gente? Aí o nosso presidente, que por estas coincidências da vida está mais para lá do que para cá em seu estado etílico, olha para a madame e se vê ele próprio como o índio Tonto, ao lado do mascarado Zorro, que nem mais o Silver tinha e se encontravam sem munição cercados de Apaches por todos os lados. Coça o cavanhaque  e a única coisa que lhe vem a mente é o olhar bem no fundo dos olhos da ex-cumpanheira” e lavrar em ata: A gente quem, carapálida?

Nunca antes na história deste pais haveria uma situação tão hilária como esta. Sob os olhos esbugalhados e a peruca caída da aspirante a monarca ele se levantaria e gritaria para a dona Marisa que passava um cafezinho na cozinha: Marisa, pega os passaporte que nós ta viajando amanhã mesmo pra Roma. Tenho que passar uma ordens pro Papa.

Mas onde eu errei? Perguntaria ela lívida com a situação e já triste sem saber o que fazer, com cetro, a coroa e o manto que adquirira no Hermes, para a sua coroação.

Olha o Dilminha, a coisa fedeu. Não me venhas com chorumelas pois este filho é teu. Te deixei na marca do penalti com o goleiro já caído para um lado e tu cumpanheira, chutou por cima da trave.

A dona Dilma, que iniciara o processo com aquela conhecidas manifestações neuropsiquiátricas de rara exuberância, chegaria a triste conclusão que para uma pergunta idiota, nada mais certo que uma resposta de tolerância zero. Como última moicana, caberia a ela ir soltando suas bombinhas por ai e tentar concorrer a sindica de seu edifício. Que bem precisava de umas reformas.

Ai a dona Marisa, que sempre se manteve mais por fora que umbigo de vedete, no caminho da sala liga o rádio, e eis que Roberto Carlos e Erasmo Carlos bufam aquela modinha: Quero que você me aqueça nesse inverno.
E que tudo mais vá pro inferno.


Tudo parece conspirar contra mim, pensou a ex-futura monarca. Ninguém quiz atender ao telefonema de pesâmes de Marta Suplicy.


Cadê o Delubio? Perguntou o presidente.


Foi ao aeroporto, meu querido  - respondeu dona Marisa - os passaportes estão aqui.

O Zé Dirceu, que estava mais para, foi um rio que passou em minha vida, deixou se levar pela correnteza, saiu de fininho sem que ninguém notasse. Hora de mudar de time, pois o último baile da ilha Fiscal estava tendo o seu início. Passou a partir daquele momento, a dar traços as bolas de como se chegar novamente no Gabeira. Afinal com ele, poderia arrumar uma boquinha junto ao Serra. Há um tempo, chegaram a jogar em um mesmo time. Time este que era que nem clube do Bolinha. Dilma nenhuma poderia jogar. Se ela assaltou bancou ou explodiu com bombas, foi por conta própria. Coisa de menina levada.

Pois é meus amigos, as vezes a gente tem que sonhar acordado, pois, um grande pesadelo pode estar se armando a nossa frente. Não podemos cair naquela do capiau que ao ver suas vacas se atolando no charco, pensou consigo mesmo: ué, o que não tem remédio, remediado está.

Temos alguns meses à frente que serão cruciais sob o ponto de vista político. Imagino que muita roupa suja haverá de ser lavada a frente de nossos olhos. Não creio em um campanha limpa e discutida sobre programas. De um lado dona Dilma se colocará como a continuação e acusará o senhor Serra de ser o demônio que irá tirar o Brasil de seus trilhos, já que como boa mineira que sempre foi, nunca deixou de ser chegada a um bom trem. Não defenderá o fim da corrupção, pois, na verdade ela nunca existiu na gestão do Luiz Inácio. Tudo intriga e invenção da oposição. Do outro, o senhor Serra tentando demonstrar que o estado está gordo e pesado, que o pais cresceu em virtude, tão somente, da continuidade mantidas pela atual gestão, das políticas econômicas implantadas pelo governo FHC e que a corrupção será de uma vez por todas extinta.

A gente pensa e vota. Uma faixa muito grande da população come a sua cesta básica e não pensa, vota na cara do cara. Acho melhor brincarmos de se isto acontecesse. É bem mais divertido.