sábado, 3 de abril de 2010

DESBUSSOLADO


NÃO ENTENDI PATAVINA

Sempre gostei muito de história e de vez em quando você depara com algo que aconteceu a séculos atrás, acontecendo bem a frente de seu nariz.

Um dos grandes historiadores romanos foi Tito Lívio, nascido no ano de 59 AC em Patavinum. Hoje conhecida como a região de Pádua. Li uma versão de seu trabalho Ab Urb Condita – Desde a Fundação da Cidade – que ilustra a história de formação de Roma, desde o seu inicio, 753 AC até o inicio do primeiro século de nossa era comum.

Muita gente deve estar a se perguntar. Como é que um brasileiro se interessa em ler algo que foi escrito por um cara de Patavinum, pouco depois de Cristo ter sido crucificado. Eu mesmo me perguntaria, se não soubesse o porque. Pois bem, isto fazia parte de meu curso de pos graduação em arquitetura. Explicado, continuo:

Ao contrário de outros intelectuais, Tito Lívio era de origem humilde, cresceu nos tumultuados tempos de antes e depois, em que Brutus fez a sua lambancinha nas escadarias do senado, e talvez por isto não tenha como os demais homens de letras estudado na Grécia. A sede da cultura daquela era.

Até tu, Brutos filho meu! Esta não é de vó Adelina. Foi de Caio Julius Cesar a seu filhinho adotivo.

Com Augusto assumindo o poder, ele foi nomeado para ser o mentor do jovem Claudius, e como não era chegado a política sobreviveu, morrendo de causas naturais em 17 DC.

Pois bem, muitos dos senadores não entendiam bem a forma de Tito Livius escrever, pois, como já frisamos sua formação não era a da clássica escola grega. E como ele era de Patavium, referiam-se a seus estudos afirmando que não entendiam nada que vinha daquele homem de Patavium. O tempo tardou de criar a expressão; não entendo patavina.

E eu confesso não entendo patavina de muitas coisas que acontecem na política brasileira. E não é por ser ela explicada pelo Tito Livius. Mas sim por ser dirigida pelo presidente Luis Inácio Lula da Silva e seu grupo sui generis do PT.

Por exemplo neste governo o vernáculo brasileiro foi enriquecido com uma palavra até então nunca conhecida: mensalão. Neste mesmo governo nunca uma profissão como a do marqueteiro foi tão comentada. Neste governo nunca o um novo esporte, foi tão difundido nas altas camadas como o halterocopismo. A intelijumência, o chutômetro, a safanagem, o valerioduto, a fracassomania, o cumpanheirísmo, a bebemoração, o showmício, e até o velho apagão (aquele que foi garantido nunca mais acontecer) tiveram seus destaques, aumentando em muito o vernáculo que Camões hoje se arrepiaria de tomar conhecimento.

Imaginem, que um dia, meio animadinho nosso presidente soltou aquela que ele achou ser uma de suas grandes obras de arte na arte de improvisar. Não me lembro onde e quando. Lembro-me apenas da frase que me pareceu memorável pela profecia nela embutida. Ele disse: “Como o Brasil está na UTI, eu coloquei um médico para ser ministro da fazenda”  

Tremenda frase de efeito, e eu que não tinha entendido patavina no inicio, descobri depois que o presidente tinha todo um senso profético, pois quando você mistura um médico como o Dr. Palocci e a economia, o que sobra é uma intervenção cirúrgica bancária com o intuito de quebrar o sigilo de um caseiro em Brasília. Imagina o que poderia acontecer em relação a um político da oposição, ou um industrial não alinhado com as metas políticas de Palácio do Planalto?

Quando nosso bem preparado presidente foi dar conselhos ao despreparado e quase analfabeto Barak Obama, sobre como contornar a crise, eu pirei. Verdade, pirei de vez! Chego a dizer qu entrei em parafuso. Não apenas por uma questão de não entender patavina. Mas sim por ter plena certeza que haviam sido criado um novo tipo de político: o desbussolado! Aquele que perdera sua bússola ainda quando criança e sem o menor semancol, fazia uma mistureba na política internacional. Desgovernado a mercê do vento que estiver soprando. Um vento chamado Dirceu.

Caros amigos, o sucesso sobe a cabeça. Tenho consciência disto. Outrossim, quase todas estas afirmativas que nosso presidente Lula expressou e eu pacientemente, ontem e hoje transmiti aqui para vocês, foi antes dele ter sua aceitação popular atingido o patamar dos 76%. Imaginem ao que estaremos sujeitos nestes próximos meses.

Mas como para toda problemática sempre haverá uma solucionática, espero que achemos uma antes de Outubro, ou nossa vaquinha, gordinha e cheinha de leite, irá definitivamente para o brejo, se encontrar com as da Argentina, Venezuela e Bolívia, estas já atoladas até o pescoço.

Ai sou eu que não irei novamente entender patavina...