quarta-feira, 14 de abril de 2010

FILOSOFIA EXISTENCIAL




ESSÊNCIA VERSUS EXISTÊNCIA

O que seria de nós , sem os nossos documentos? Se vocês duvidam, percam os seus e depois tentem viver sem tirar as segunda vias. 

Uma vez em Paris, no metro que liga o aeroporto internacional de Charles de Gaulle a capital, eu que voltava de uma venda de cavalos na Irlanda, fui assaltado no metro já na alta madrugada. Um esbarrão e perdi todos os meus documentos. Para provar quem eu era na embaixada norte-americana, só mesmo minha mulher que assinou um documento como testemunha de minha identidade. Assim pude voltar a minha casa. Foi na realidade a última grande oportunidade dela, de se ver livre de mim.

O problema passa a ser o da essência contra a existência. Quando você se vê privado de seus documentos, fica a essência, mas desaparece a existência.

Kierkegaard, tinha uma forma própria de ver sobre um certo prisma esta equação humana. Existente é aquele que experimenta a intensidade de sentimentos em contacto com alguma coisa fora de si próprio. Logo, existente é um produtos de ações externas, agindo sobre ele, comunicando-se com a sua presença táctil. Presenças estas que sem elas não podemos traçar parâmetros quaisquer e nem seremos reconhecidos por nossos semelhantes. Essência é o símbolo de uma existência.

Parece confuso e quem lê deve estar pensando que eu esteja escrevendo sob a pressão de drogas. Desculpe, mas sou capaz de filosofar sobre coisas como estas de cara limpa. Quem duvidar de minha honorabilidade, paciência. Sei que muitos outros se deliciarão com estas suspeitas. Principalmente os circunstantes e obscurantistas, aqueles que passageiramente cruzam o seu caminho.

Como bem disse uma vez Nelson Rodrigues, o idiota tem uma fina sensibilidade histórica e um agudo senso profético”. Mesmo para aqueles que confundem o Kaiser com o prefeito de Algoas, o mordedor de carótidas alheias, não pode passar a desapercebido. Pois, por mais humilde que possa ser, o vulgo humano, ele tem existência e muitas vezes essência. Outrossim, como comentei ontem por aqui, ao ser trazido ao centro de uma multidão, qualquer ser humano se esvai dentro do grupo. Perde sua capacidade de raciocinar, ouvir e até falar, para fazer parte de um todo.  Perceptível e cruel. Pois, o governo tenta concentrar os indivíduos como componentes de uma massa, aí o malandro bate a tua carteira, se vai a existência e quando muito, você tem que se concentrar para não perder a essência.

Sinto que a turma do PT quer dilacerar com existências, já que acreditam que sem elas se irão igualmente as essências. Uma medida nem sempre justa, nem sempre veraz, mas real, dentro da pouca uniformidade de nosso povo. Sinto que pelos próximos meses a turma que apoia a dona Dilma, tentará tratar o individuo como massa. Ele será descaracterizado de sua identidade. Ele é parte de um grupo. Serão vendidas ideias consubstanciadas nos grandes percentuais de aceitação popular, manipulados pelo próprio governo, apelarão para o discutível crescimento de nossa economia, dentro do mercado global, exaltarão a pujança de nosso mercado de trocas, do respeito nutrido por nações de primeiro mundo para com o nosso presidente, e todas estas medidas de vulto, que pode não agradar a um individuo, mas que o convence, quando o mesmos e encontra envolvido pela massa. Onde ele deixa de existir como significado impar e passa a ser o plural da essência de um movimento ou de uma inquietude geral.

Cabe a aqueles que possuem algo entre as orelhas, tentar manter-se em sua essência e em sua existência. Pensando de forma individual e agindo como um ser humano, dono de seu próprio nariz. O problema é que um grande percentual de nossa população não é dona de seu próprio nariz e muitas vezes se vende, pelos programas populistas captadores de votos.

Que cada um discuta com aquele que o serve e pergunte porque seguir a turba e não agir na essência de sua existência. O homem, não é produto da massa. Ele é a razão de si mesmo tanto em essência, como em existência.