segunda-feira, 21 de junho de 2010

shame on you, professor...




LIDERANÇA NÃO ADQUIRE-SE; DESENVOLVE-SE

A leitora de meu mural Renata Rocha, tem uma opinião formada sobre o nosso treinador Dunga. É a opinião dela, tem que ser respeitada, pois, está aparentemente consubstanciada em dados que ela defende referentes a sua experiência pessoal e acredito que profissional. Outrossim, ela toca em dois pontos, que embora válidos, não se aplicam à situação presente: experiência e tempo. Mas primeiramente, vamos ao que ela escreveu.

Experiência só se adquire fazendo, errando, e acertando... todos nós passamos por isso. E comandar uma equipe varias cabeças por melhores que sejam nossas intenções é complicado... Somos seres humanos cada um tem seu tempo. Mas uma equipe fasce mesmo assim. Respeitando o tempo de cada um... temos ali jogadores que são muito bons e ainda não conseguiram se encontrar. mas chegaram lá... Observação, eu só digo que pessoas são diferentes, por que meu trabalho é esse... treinar vencedores e tenho que respeitar o tempo de cada um. Faço as cobranças imponho objetivos e cobro resultados uns conseguem mais rapidamente que os outros... E eu também quando comecei não tinha experiência. Hoje, tenho e repasso o que aprendi, com meus erros e acertos... LIDERES TAMBEM ERRAM.

Você tem toda razão Renata. Só se adquire experiência fazendo, errando e acertando... Por isto o Dunga deveria ter treinado um time qualquer antes. Nem que fosse do filho dele na escola. Ou dos amigos da esquina. Não se experimenta, em uma guerra como é uma Copa do Mundo, um general sem experiência alguma anterior em batalhas ou estratégias. Eu levaria este caso a outras esferas. Como por exemplo a presidência de uma nação.

Acredito que da mesma forma, a Dona Dilma deveria ter liderado uma prefeitura - nem que fosse numa cidadezinha do Amapá – para poder aspirar liderar um pais das dimensões continentais e da importância social do Brasil. Feito isto, tanto o Dunga, quanto a dona Dilma, poderiam se comportar melhor em público e principalmente nas entrevistas. Líder erra, mas não age como o Dunga agiu nesta última coletiva. Xingando, mostrando-se vingativo. E isto porque está ganhando, imagina se perder... Se manteve em toda a entrevista na defensiva e fazendo troça com jornalistas, que embora ele possa não gostar, são profissionais como ele que tem direito a uma opinião. Como ele tem o direito de achar o Julio Batista melhor que o Ronaldinho Gaúcho, e o Gilberto Silva em um mesmo nível tecnico do Paulo Henrique Ganso. Este último não foi por não ter experiência, coisa que o Gilberto Silva, por exemplo tem de sobra. Aí eu me pergunto, então por que não escalar o Pelé. Ele têm a experiência de ter jogado quatro copas e em termos de estado atlético não deve estar, neste exato momento, tão pior do que o Kaká.

Voltando ao ponto nevrálgico da situação. Nesta última coletiva Dunga agiu qual a Dona Dilma. Usou arrogância como todos à sua frente fossem inimigos. Manteve-se num clima de desdém, tentando evitar mais perguntas, para as quais não têm respostas. E isto é típico de alguém inseguro, sem ainda a necessária experiência para o importante cargo que ocupa, ganha – muito dinheiro diga-se de passagem - e que está sujeito a criticas. Que ele evidentemente não as aceita.

O outro ponto é tempo. Concordo que as pessoas necessitam de tempo para acharem seus próprios caminhos. Tivemos 4 anos para isto. O Maradona teve muito menos e apesar dos pesares tem o mesmo número de vitórias que o Brasil, com duas rodadas já vencidas por ambas seleções. Ambas venceram times inexpressivos e incapazes de fazer mal a um time da segundona brasileira. Ambos com 5 gols a favor, e só o Brasil tem dois contra. A Argentina tem apenas 1. Logo, se houvesse agora a necessidade de um confronto direto, levaríamos a pior. Mas isto não vem ao caso. Durante a disputa de uma Copa, tempo é o que não se tem. Ele urge contra aqueles que a disputam. Assim sendo, erros devem ser evitados.

Kaká, o melhor que temos hoje, não está em forma e pelas expressões captadas pelas imagens digitais da televisão moderna, em diversas oportunidades, demonstrou que deve estar sentindo dores. Muitas dores que prejudicam seu desempenho. Em suas 9 primeiras participações no jogo de domingo, errou 3 passes e foi desarmado nas outras 6. Mas na décima, com um toquinho de craque, deixou o Luis Fabiano, cara a cara com o goleiro adversário.

Esta é a diferença. Kaká é craque e um líder. Lidera não por xingar ou gritar. Lidera por sua superioridade técnica e senso de equilíbrio. Como um simples pote, deixado na areia à frente do oceano. Ele se mantém ileso as intempéries, não só por sua constituíção, como também por seu charme e importância natural. No caso de Kaká, se impõe por sua personalidade, elegância em jogar, efetividade em suas ações e criações e acima de tudo pela forma de se dirigir a seus companheiros de campo e jornalistas. Afinal ele joga a bola que o Dunga, quando atleta, nunca sequer sonhou jogar. Vinho e água, seria a melhor comparação.

Mas o líder necessita ter as condições para exercer a sua liderança, que é uma coisa nata. Desenvolvida, mas dificilmente adquirida. Não se faz um líder. Ele nasce e um dia se torna. Apenas isto...

Kaká além do stress, que o Dunga igualmente sofre – ele e todos que fazem e um dia fizeram parte de uma seleção brasileira em uma Copa do Mundo – ainda tem que agüentar a dor e conviver com a falta de seus 100% de condições físicas e técnicas. Só quem nunca chutou uma bola, pode duvidar que estas duas condições – a física e a técnica – não podem influir no psyque de um líder e de um craque. Você sabe onde deve meter aquela bola, ou mesmo o que fazer com ela, e a dor lhe subtrai, aqueles segundos preciosos que separam o craque do apenas bom jogador. Ele se torna inseguro e comete erros, como cometeu o bisonho, numa hora que não era necessário se fazer absolutamente nada. A não ser deixar o tempo passar.

Foi expulso, por única e exclusiva culpa de seu treinador, que deveria tê-lo substituído, tão logo ele foi agraciado com o primeiro cartão amarelo. O jogo estava catimbado e os africanos apelando até as últimas conseqüências. Pergunta se começa um tiroteio, você não imediatamente tira seu filho da rua? Kaká é raridade e raridades devem ser preservadas. Principalmente se você necessitará do uso dela em três dias. Qualquer treinador malandro e com experiência tê-lo-ia feito. Afinal a partida estava ganha, Kaká estava extenuado e deveria ser preservado para a próxima, onde teria mais TEMPO, para tentar adquirir melhor forma técnica e física. Infelizmente mais este erro de Dunga, o privará disto. Logo, até na questão TEMPO, nosso treinador falhou por única e exclusiva inesperiência. Como nosso presidente Lula o está fazendo em relação a escolher sua herdeira.

Afinal pode ser que se dando uma prefeitura e quem sabe uma governância a dona Dilma, ela não prove que possa ser também uma experiente, boa administradora e quiçá uma líder? E olha que ela está lá no poder a 8 anos. O Dunga somente a 4. Agora colocarem ela de supetão como fizeram com o Dunga, vai acabar expulsando o nosso Brasil inteiro, antes mesmo do final do primeiro tempo...