* Everybody Loves Raymond, foi um seriado de
grande audiência na televisão norte-americana
nos anos 90
UM FIASCO CHAMADO FRANÇA,
UM PALHAÇO CHAMADO RAYMOND DOMENACH
Creio que muitos de vocês tiveram a oportunidade de assistir a um filme chamado O Casamento Grego. Pelo menos, acredito que seja sob este nome que ele tenha sido apresentado ai no Brasil. Nele, o pai da menina - a principal personagem no filme - achava que com o Windex ele resolvia toda e qualquer coisa em sua vida. De dor de dente a fratura exposta, passando por verrugas e queimaduras. Pois é, deve ser Windex que os médicos das seleções desta Copa passam em seus jogadores.
O cara cai, uivando de dor, com uma expressão que acaba de saber que sua mãe morreu atropelada, demonstra com gestos que quase fraturou a perna e aí vem o spray milagroso e em segundos ele está de pé, correndo atrás da bola. Será o spray realmente milagroso ou o futebol virou um palco de grandes encenações?
MAS NEM O SPRAY MÁGICO FOI CAPAZ DE SAFAR A EMPROADA FRANÇA,
DO VEXAME POR QUE PASSOU.
Se o futebol está sendo transformado num palco de encenações, acredito que no caso da França, foi montado um circo, onde o senhor Raymond – que não é amado fora de suas fronteiras e muito menos dentro delas – é o chefe de 23 palhaços sem nenhum classe em fazer graça.
A França que chegou em um Airbus380 em explêndida primeira classe. Partiu após sua vexatória participação na Copa, num 747 agora na classe coach, em vôo montado minutos após sua derrota. Pouco, acho eu. Deveriam mesmo voltar de ônibus ou talvez a nado.
Mas esta derrotada da França, que volta para casa de cabeça baixa e rabo entre as pernas, não me parece ser de hoje. Vocês se lembram da cabeçada do Zidane na final da Copa do mundo passada? O gol com a mão do Henry para classificar sua seleção no jogo contra a Irlanda? A surpreendente banimento de Benzedé, o que de melhor eles pareciam ter. O escândalo sexual com o horripilante Ribery. O aviso da imediata substituíção de Raymond Domenach, por Laurent Blanc, logo após o termino da Copa. Os péssimos resultados nas partidas preparatórias? Eles já vinham caindo, não era de hoje. Eram bananas podres e mal cheirosas. A Copa, apenas carimbou definitivamente um ajuntamento de atletas que já entraram mortos nesta competição.
A recusa do treinador francês Raymond Domenach em cumprimentar Carlos Alberto Parreira ao final do jogo em que a modesta seleção treinada pelo segundo, bateu a sua, aquela cheia de estrelas de Barcelona, do Chelsea, do Manchester United, do Arsenal enfim, todos clubes fora de suas fronteiras, foi o ponto final de uma participação não civilizada em um evento mundial. Assistido por milhões. Isto se chama desespero. Frustação. Quiet Desperation, um desespero quiescente, sofrido que como Paulo Francis acentuaria como o de uma tirania convencional que incitou a seus comandados a se revoltar: a não o obedecer, nem para treinamentos. Que dirá do que fazer em campo. O veneno que usou, foi igualmente usado contra si, por aqueles que lhe deveriam obedecer e seguir suas instruções.
Infelizmente a barreira estabelecida por Domenach entre ele e o mundo que o cerca, talvez lhe impossibilitasse manter uma certa civilidade, mesmo com aqueles que pareciam ter certa afinidade: seus jogadores e seus companheiros de profissão. Ele é seu mink (que mais parecia pertencer a sua esposa) perderam-se na imaginação...
Todos; ele, seus jogadores e a comissão técnica, desde o inicio agiram como crianças mimadas, criadas pela avó. Muito melindre, pouco futebol e nenhuma vontade de vencer. Vencer para que? Napoleão os teria mandado todos para a frente do esquadrão de execução. Paredão.
Foi ridícula, pretensiosa e altamente anti desportiva as atitudes assumidas pelos jogadores franceses, com aqueles seus cabelos e nomes estranhos, em relação a sua pátria, aos torcedores, a imprensa. Eles sujaram-se por nada. Não souberam perder. Aliás, uma característica bem francesa. Quando se sentem batidos agem como a raposa de La Fontaine, que não podendo alcançar as uvas, as ridiculariza, como se elas não fizessem nenhum diferença em suas existências.
Anelka, que tem um futebolzinho bem pequenininho foi apenas a gota d‘água, quando revoltou-se ao ser substituído na derrota para o Mexico. Voltou mais cedo que os outros, com uma atitude de Diva, qual Maria Callas depois da pneumonia. Ele, Gallas e Evra, os epicentros da nova revolução francesa, creio que assinaram seus atestados de óbito, em relação as futuras apresentações pelo selecionado. Mas talvez isto nem faça diferença alguma para eles. Melhor para a França se livrar deles e começar tudo de novo.
Laurent Blanc, tem agora uma difícil missão. Criar algo de um tremendo nada.