terça-feira, 8 de junho de 2010

E LÁ VEM MAIS 4 ANOS...




UM GIGANTE PELA PRÓPRIA NATUREZA?

Vamos e venhamos. Não é porque você tem uma posição política e a exprime verbalmente ou de forma escrita, que você queira ser político. Se assim o fosse, qualquer mulher que discuta futebol, ansiaria por ser centro avante ou quem sabe beque central.

Acho que é necessário as pessoas exprimirem suas opiniões, não apenas aceitar ou rejeitar a dos outros. Todos nós temos algo a contribuir. Todos nós temos uma visão própria que pode de alguma forma ajudar na consecução de um idéia. Não vejo idéias e projetos serem feitos advindos de apenas uma fonte. A pluralidade de opiniões ajuda a tornar algo mais factível de abranger um ideal comum. Mesmo que em alguns casos a união não faça a força e chegue até a aumentar os ódios, toda lei, todo o projeto tem que ter como base o coletivo.

Graças a Deus, o Brasil tem um povo pacífico. Ganhamos uma monarquia, com uma independência dúbia, a beira de um riacho em condições não muito bem explicadas, mas sem uma morte sequer. Chegamos a uma republica, sem saber ao certo como. Deodoro destituiu um ministério e sem que nenhum pessoa morresse, mas o boato que a republica havia sido instituída, acabou a tornando realidade em seis horas. O imperador não reagiu e a noite já estava embarcando para Lisboa. Tivemos uma revolução militar em 64 nos mesmos moldes. Destituiu-se um presidente, instalou-se uma junta militar, sem que ninguém precisasse dar a sua vida a causa. Quatro ou cinco dia depois, o Maracanã estava abarrotado de gente. Este é o perfil de nossas grandes mudanças. Mas até onde esta passividade nos está levando?

Seriam nossa revoluções brasileiras indignas, já que para que elas sejam levadas a efeito não existe, suor, sangue ou morte, com a russa, a francesa, a norte-americana, a cubana e outras que mudaram a face dos respectivos países, aqueles que por determinação as levaram adiante? Será que a placidez com a qual elas são erigidas, fazem com que nosso povo aceite o que der e vier? De um lado a vantagem de não haver a violência. De outro a pouca certeza de que aquilo que foi conseguido pela lei do menor esforço, na realidade não conquista aquilo que deveria ser conquistado.

Porque que, quem detém o domínio de nosso pais o solta com tanta facilidade? Uma coisa digo a favor dos petistas. Eles não querem largar o osso com tanta facilidade. Da criançagem da tomada do poder, passando pela molecagem do uso do mesmo, eles seriamente não estão afim de deixar que o poder lhe saia das mãos. Grassam o câncer com se fosse sarampo e mesmo atacados pela exanguidez melancólica de uma herdeira ao trono, que ali está sendo colocada para que a manipulação da verdadeira cúpula de seu partido possa obrar sem ser notada e portanto nunca cobrada, estão propensos a lutar até a sua última gota de sangue. E tem todo uma massa de pessoas mal informadas e sustentadas por cestas básicas para agir a seu favor, como um exército uníssono.

O presidente que sai, funcionou como um anestésico para uma dor infinita e que parece estar se tornando cada dia mais incurável, na tentativa de se melhorar a saúde, a educação, a segurança e o saneamento básico. Agora entra o analgésico, a ser purgado, para que em mais 4 anos o Brasil passe pela vergonha dos escândalos a que temos que nos assujeitar. Se sob a batuta de um homem que inegavelmente tem um grande jogo de cintura, excessivas concessões tiveram que ser aceitas para que o apoio político lhe permitisse a governabilidade, que dirá agora que pode entrar uma herdeira que nem cintura tem, quanto mais um jogo que a possa funcionar.

Este final de mandato, com nosso presidente provando ao mundo que o Brasil está hoje sem uma linha diplomática e política internacionais definidas, pelo menos nos padrões  considerado mínimos de normalidade, me lembra aquele baile de 8 de Novembro na ilha Fiscal. Um baile suntuoso, para um império que já não mais existia, mas pensava estar sólido e firme. Em menos de dez dias, o imperador já estava ao mar, em direção ao pais de seus ancestrais.

Infelizmente a história do Brasil prova que nunca foi o povo que exigiu as mudanças por aqui. Sempre foram os poderes que as conseguiram. Nosso povo, que talvez Osório Duque Estrada tenha figurado com um gigante pela própria natureza, continua adormecido. Aliás nunca se dignou a acordar. Aceita, reclama, mas nunca faz por merecer aquilo que realmente mereceria, se lutasse por ele.