segunda-feira, 22 de março de 2010

UM PAPO SOBRE O STARBUCKS


A VISÃO DO LADO DAQUI


A VISÃO DO LADO DAQUI
Existem várias formas de se lidar com um problema.
Uma delas é a de, simplesmente ignorá-lo e induzir a todos, que a crise nunca irá nos afetar.
A outra é enfrentar o problema de frente.
 Acredito que isto seja o que difere Barack Hussein Obama
de Luiz Ignácio Lula da Silva.
Montada por dois professores e um escritor, em 1971, em Seattle, oStarbucks tinha como objetivo básico vender o café em grão. Com a entrada de Howard Schultz na sociedade, tudo se modificou. Em 1982, ao voltar de Milão, este sonhador inveterado demonstrou estar inebriado como a forma como os europeus – em especial os italianos – reverenciavam o ato de tomar café. Eles não os engoliam como os norte-americanos. Eles o saboreavam. Não o faziam por necessidade. E sim com prazer. Imediatamente, a idéia de se criar espaços em que as pessoas pudessem tomar café, veio-lhe à mente. Seus sócios foram contrários à idéia. Houve cisão na sociedade. Os três fundadores venderam o negócio para aquele louco sonhador e ele revolucionou o mercado.

De 1992, quando a nova companhia abriu seu controle acionário ao público, até 2006, a ação oferecida (SBUX) no mercado subiu 5,814%. Nada a reclamar. Em 2007, segundo dados oficiais eram 16.226 lojas em 44 países distintos e um número imenso de funcionários. Importava-se 160 milhões de quilos de grãos de café e vendia-se 10 bilhões de expressos e correlatos. Aí veio a crise imobiliária em 2008. Que ainda se mantém vigente por aqui. Em áreas afetadas por significativo número de forecloses, cerca de 600 lojas tiveram que ser fechadas do dia para a noite. Isto somado a entrada do MacDonald’s no mercado de servir cafés e à expansão neste sentido do Dunkin’s Donut, balançou, significativamente, as estruturas desta insinuante companhia que esteve bem perto de adquirir a United Airlines. Imaginem uma companhia que servia cafés comprando a segunda maior empresa aérea norte-americana. Uma verdadeira inversão de valores.

O que mais me impressionou no caso específico de Howard Schultz é que ele construiu sem império e não precisou inventar uma coisa nova, como fizeram Jeff Bezos (Amazon), Sergei Brin e Larry Page (Googles), Bill Gates e Paul Allen (Microsoft). Ele convenceu o resto do mundo de que o velho hábito de tomar café era muito melhor quando realizado em suas lojas. O que não é verdade, pois comparar o ato de tomar café em Verona e em Seattle é simplesmente impensável. Mas a coisa colou e o Starbucks decolou.

Acredito que este tenha sido o mesmo principio usado por Borack Obama para ganhar as eleições nos Estados Unidos.

Ele convenceu o eleitorado norte-americano que votar era um ato salutar e que este pais necessitava de mudanças. Não apenas de uma política econômica, mas sim também de comportamento. E assim desta forma, num clima de otimismo, todas as minorias, negros, latinos, asiáticos, homossexuais, independente de credo ou posição social convenceram-se que era necessário exercer o seu direito de voto, numa tentativa de propiciar uma mudança de postura, em uma nação dividida e levando adiante duas guerras pré-fabricadas por uma gestão de olho no óleo alheio.

O povo não pode ser eternamente ludibriado. Após o ataque as torres gêmeas de Manhattan, 55% da população norte-americana ansiava que o governo tomasse medidas punitivas de forma imediata. Apenas 31% temia até quanto as medidas a serem adotadas pela Casa Branca visando o enfrentamento com o terrorismo, iriam afetar a liberdade do individuo em uma país que durante mais de 200 anos teve a liberdade com seu direito padrão defendida. Hoje, a luz dos verdadeiros fatos, a o nível de aceitação de George W. Bush é de menos de 25%. Um dos menores de sua história presidencial.

Todavia, o poder imaginativo de homens como Howard Schultz e Borak Obama são capazes de revolucionar as bases de hábitos já solidificados, porque o que apresentam faz senso. Não existe conservadorismo que resista a uma mudança racional aceita pela maioria da população. Outrossim, não creio que o mesmo pode ser aplicado em relação a política brasileira, onde os altos índices de aceitação popular em relação a atual gestão baseiam-se apenas em dois pontos: discursos  populistas, tenramente, regados em lacrimosas afirmativas bombásticas e otimismos desenfreados somados a uma vasta distribuição de cestas básicas.

Desculpem-me, porém, não creio que doentes com tifo devam apenas ver o lado otimista da doença. Pílulas douradas não resolvem problema algum. Servem como paliativos por algumas semanas, mas quando descoberta a sua ineficácia, a queda psicológica se torna ainda maior. Eles devem estar cientes de todas as possibilidades e preparados para o que der e vier. É isto que o povo norte-americano está adotando no momento. Apertam o cinto e esperam por dias melhores.