quarta-feira, 24 de março de 2010

PARAÍSO OU INFERNO?


UM PARAÍSO ILUMINADO, ABENÇOADO, MAS ABANDONADO...

Um paraíso iluminado, abençoado,
mas abandonado...

Numa troca de idéias no Facebook, deparei com esta válida afirmativa de Stela de Albuquerque: Todo lugar no mundo existe luz e trevas ...
O importante são os seres que habitam, estes espaços!
O Brasil é uma terra Iluminada e abençoada.

Imediatamente respondi a ela desta forma: Stela, Adoro o Brasil. Vivi aí até 1987. Mas hoje gosto mais de visitar. Como você mesmo disse, são os seres que habitam. Ai me lembro do Jânio, dos presidentes militares, do Sarney, do Collor, do Lula... haja espaço...

Pois é a insanidade política no Brasil vem de longe. Omiti outros de similar insanidade. Afinal, desde Dom Pedro I, passando pelo domínio político café com leite (São Paulo-Minas Gerais) na primeira republica, Getulio Vargas até o Marechal Dutra, foi um desatino constante... espera aí, o Dutra foi dose!

Dutra foi aquele que veio com a infeliz idéia de acabar com o jogo no Brasil. Diria mais. Diria que esta administração cumpriu com aquilo que prometera, isto é absolutamente nada. Foram anos de fechamento de cassinos, falso pudor em relação a devassidão da Lapa e acima de tudo de importações de materiais após guerra de pouca ou nenhuma utilidade para o mercado brasileiro. Com isto escoaram-se as divisas ganhas durante o conflito mundial e a perda salarial por parte dos trabalhadores ficou difícil de ser reparada. Antes do referido marechal, o Rio de Janeiro era uma cidade de mais de um milhão e meio de habitantes, sendo então a mais populosa do país. E certamente a de maior importância política e social. O dinheiro rolava a rodo pela capital então considerada maravilhosa e os cassinos eram um fator além de turístico significativamente importante no tocante a arrecadação de divisas.

Chamada de a Monte Carlo da América do Sul, a industria do jogo que a movia, era responsável quase 50,000 pessoas em empregos diretos e indiretos. Trocando em miúdos: quase 3% da população da cidade.

Mais de trezentos milhões de cruzeiros 
eram ganhos anualmente com o jogo 
no Distrito Federal e no Estado que o circundava, 
o do Rio de Janeiro.

Não sei o valor disto hoje, já que nosso país passou por diversas moedas, esquecendo-se que ela é, como a bandeira, o hino, o idioma e as leis, um dos símbolos de nossa herança cultural. Outrossim, afirmo que na época era grana para ninguém colocar defeito. Pois bem, envolto no falso manto dos bons costumes e na defesa da família cristã, no último dia do mês de Abril, valendo-se de um forte reportagem do Jornal o Globo sobre o volume de dinheiro que corria por aquelas casas noturnas, Dutra deu o cutelo final e em decreto proibiu o jogo no país.

Muitos foram aqueles que  passaram a exigir a cranioscopia do presidente Dutra, já que ele demonstrava amplos traços de insalubridade mental e não foram poucos os que se rebelaram com sua ações impensadas e destituídas de base política. O fechamento dos cassinos, não arrefeceu o interesse da cidade em esbanjar seu dinheiro em outras plagas ou de seguir os preceitos cristãos. Mas afetou a renda per-capta de um capital.
Hoje continuamos a ter carência de empregos e mais de duas dúzias de tipos de jogos oficializados, que não rendem ao estado, o que os cassinos rendiam. E muito menos empregam o mesmo número de pessoas. Mas a insanidade do ato do marechal nunca foi reparada. E pensar que ele foi um dos seres que habitam, estes espaços...
Mas em um pais que deputado alagoano já pediu pela lei da gravidade, estes seres se proliferam em nosso pais. 

Vejam vocês. De repente beber se tornou uma arma mortífera para com a sociedade.  Particularmente, sempre acreditei que exagero, o excesso, sempre pecam mais que a falta. Posso falar isto de alma lavada, pois, não bebo qualquer tipo de álcool. Nem cerveja. Agora confundir um chefe de família que toma um cálice de vinho, com aqueles que entornam litros de whisck, é dose. Estes últimos sim, aumentam as estatísticas de acidentes fatais nas estradas e vias urbanas. Pensar de maneira distinta, isto sim é caso de cegueira. Determina também a solércia do caráter de quem assim se confunde.
Mas existem seres como estes que também habitam nossos espaços...


QUERO DEIXAR CLARO QUE ACEITO O FATO 
QUE BEBER, DIRIGIR E GOVERNAR 
NÃO COADUNAM.

Quando você mora em qualquer lugar, acaba se acostumando com o modus-vivendi. E acredita que tudo que acontece na circunvizinhança é normal. Você não acha que a cidade está suja, que o trânsito não é tão ruim, que cachorro correndo nas areias das praias não traz doenças, que a violência só acontece fora de seu bairro, que nossos políticos não devem ser levados a sério e que o por do sol o faz relevar toda e qualquer  desventura de habitar um paraíso iluminado, abençoado, mas abandonado...