NO DRAMA, WITH OBAMA - segunda parte
NO DRAMA WITH OBAMA
Segunda parte
Depois de oito anos de gestão Bush, o que restou?
Duas guerras impossíveis de serem terminadas,
milhares de soldados norte-americanos mortos,
um deficit orçamentário de mais de 2 trilhões
e um último ano com um recorde de desemprego:
2,6 milhões e 3,5 milhões reduzidos a part-job.
A crise está bombando, como diriam os adeptos a modernidade. Não adianta tentar se tampar o sol com a peneira. Ela não é local. Está se alastrando nos quatro cantos do universo. Até em nosso Brasil, que segundo nosso presidente não seria afetado. Paupérrima observação, destituída de lógica e legitimidade. No mundo inteiro, depoimentos como este, fariam qualquer político cair em descrédito e desabar nas pesquisas de opinião. No Brasil, ao contrária, tem um sentido inverso.
Noto uma nada saudável ausência de fidedignas informações e mais do que isto, genuínos debates que possam exigir das autoridades brasileiras, a geração de discussões que induzam nossa grande massa popular a pensar e decidir quem está ou não com a razão. De um lado existe a venda do sonho. Do outro a critica acerbada sobre a realidade. No intervalo entre as mesmas, um enfrentamento. Mas falta-nos o meio. Aquele recheio, que faz uma empada ter sabor: a troca de idéias. O recheio que o eleito presidente norte-americano Barack Obama está tentando incutir na mente de um país, ora dividido por ideologias democratas e republicanas. Sem união, não existirá fuga para esta crise. Haverá sim gente se suicidando, como no caso de três executivos neste último mês, e oportunistas, aqueles detentores do capital, que na hora da crise, o dobram, pois, são os únicos a poder se deliciar das barganhas colocadas à seus pés.
Sem preocupações partidárias ou ideológicas penso que o senhor Lula recebeu um Brasil do senhor Cardoso, em melhores condições do que o senhor Obama o receberá do senhor Bush. Mas, igualmente, observo que a forma com que o presidente eleito dos Estados Unidos enfrenta a situação, me parece mais lúcida e menos circense. A cada discurso que leio ou escuto da maior autoridade do governo brasileiro, antevejo a ladainha se sempre: “Nunca, em momento algum de nossa história...” Nos de Barack Obama, ao contrário, sinto seriedade e preocupação. Ele abre as portas as criticas e anseia por opiniões que o possam ajudar.
Porque a crise veio tão forte? Os ataques a Nova York e Washington, somados as misteriosas e até agora não resolvidas correspondências banhadas em Anthrax e a vizinhança de uma invasão ao pais, que segundo o Pentagono escondia Osama Bin Laden, criaram o perfeito cenário para George W. Bush se utilizar dos mesmos atos que Wilson e Roosevelt o fizeram para conter as criticas às suas respectivas entradas na guerra.
O Patriotic Act que na casa dos deputados passou intacto por 357 votos contra 66 e no senado por 98 contra apenas 1, dava plenos poderes ao governo de espionar as compras no varejo, disseminar escutas telefônicas e controle sobre as comunicações via internet, conferir os livros comprados e pegos em bibliotecas, além de autorizar ao procurador da republica, a deter quem quer que fosse, que considerasse suspeito. E o povo como reagiu ante sua perda de liberdade? Em levantamento estatístico ficou claro que 55% da população preferia perder sua liberdade a estar sujeito a outra ataque como o de 9-11.
Um governo não pode exigir confiança, ele tenha que ganhá-la e mantê-la no decurso de sua administração. O presidente Bush usou do temor da população para consegui-la. E o preço desta está agora estampado na crise que ora domina sua nação.George W. Bush entregará seu governo com um pobre aceite populacional de menos de 25%. Creio que um dos menores dentro da história presidencial. Obama assume com 57%: a força que o elegeu. Dependerá dele, como gestor de um pais desgovernado por oito anos, erigir a confiança do povo. Para tal, terá que tornar límpidas toda e qualquer ação que seu governo queira levar adiante.
Um verdadeiro No Drama with Obama!