PARA AS MULHERES DE NOSSAS EXISTÊNCIAS
Hoje é o dia da mulher. Dia venerável diga-se de passagem. Evidentemente que somos nós, os homens, que determinados e batizamos este ou aquele dia. Colocamos, um como sendo o do dia de nascimento de Cristo, outro como o de sua morte, reverenciamos, mãe, pai, namorado, crianças, professores, mortos, vivos, independência e até agora de algumas raças. Tudo é motivo para se criar um dia. E é tanto dia que as vezes a gente se esquece em que dia está.
Olho com bastante esperança por aquele dia em que o batizaremos como o dia do fim da corrupção. Sim a corrupção virou algo tão forte que está personalizada. Evidente que para aqueles que vivem dela, será uma espécie de dia de finados. Ta na cara que algum espertalhão do legislativo optará pelo 29 de Fevereiro, assim ele só será comemorado de 4 em 4 anos, mas eu creio que mesmo assim, será menos pior.
Ontem participei de uma xaropada sem tamanho. Imensa. Incomensurável. Imemorável. Aquelas festas que aqui nos Estados Unidos se fazem para eventos especiais. O Superball é a maior delas, maior até que o Mardi Gras de New Orleans que a meu ver é pior do que carnaval no interior da selva amazônica. Me perdoem os que habitam pelas redondezas, mas já passei, ainda muito jovem, de um carnaval enfurnado na selva amazônica, demarcando os limites das reservas indígenas. Tinha vinte e poucos anos, exatamente naquela época que se dá um valor imenso para o carnaval.
Antes que a Mari me agradeça por eu estar compartilhando meu diário, paro por aqui. Mas que passei, passei, logo sei o que estou falando. O de New Orleans é do mesmo nível ou pior.
A festa a que me refiro é a entrega do Oscar. Não a festa em si, que em Los Angeles deve ser até um charme. Nunca fui, embora um ano tenha sido convidado por um cliente que trabalha nesta área, a fazê-lo. Falo da realizada na casa de um vizinho. Monta-se um Buffet a turma entorna e fica à frente da televisão comentando sobre o vestido da Sandra Bullock, o cabelo do George Clooney, a gordura cada vez mais localizada da Sigourney Weaver e como a idade está afetando este ou aquele individuo, que já foi até galã, comentou uma cucaracha maldosa, pois, não tinha nada melhor do que fazer.
Não pude deixar de ir. Fui intimido e aproveitei para em vez de ficar olhando para a televisão, me manter observando as pessoas que a assistiam. É muito engraçado ver, as 10 horas da noite, gente comendo, ao mesmo tempo que vê a televisão. Principalmente aqueles que já entornaram desde as seis horas da tarde algum. Dá para se sacar as amídalas e as coroas de porcelana incrustadas na boca.
Aliás falando-se em dentadura, um dos fatos mais comentados foi os dentes do George Clooney e a área glútea da Jennifer Lopes. Que cada vez está mais protuberante. Eu falo da Jennifer, não do George. Protuberante, que palavrinha mais estranha...
Pois é, eu havia cantado a bola o filme e a diretora que iriam ganhar. Entendo de cinema? Pouco. De gente? Mais ou menos. Outrossim acredito que entendo bem de marketing, e não há lugar no mundo onde se aplique mais marketing que Hollywood. Talvez o Planalto... É realmente difícil de se dizer nos dias de hoje. Mas fiquemos com o Hollywood, onde pelo menos as pessoas são bonitas.
Kathryn Bigelow é uma grande diretora, um charme de mulher, talvez uma das mais bonitas em sua faixa etária que já tive a oportunidade de colocar meus olhos e já vinha por merecer. Seu filme The Hurt Locker, mesmo sendo meio faixa independente, tinha conteúdo, qualidade, apelo, tanto que acabou levando além do titulo de melhor filme do ano, mais 8 estatuetas. Todavia, como tudo em Hollywood, mesmo neste merecimento, a carta já parecia marcada.
Estava na hora de uma mulher ter entre os diretores o mesmo direito de ganhar. Ela tinha o charme, a presença e aquela coisa própria da grande mulher, não só em altura como em sentimento: ela quase desabou ao receber o prêmio. Reinava sobre o universo, mas queria estar mesmo no colo do felizardo que gosta, apenas chorando.
Hollywood explorou a possível animosidade que possa ainda existir entre ela e seu ex-marido, o poderoso cineasta James Cameron. Sentou-os um a frente do outro. Era a super produção Avatar que faz os norte-americanos pensarem que têm uma consciência de meio ambiente e que repudiam sua política imperialista, contra o uma produção independente sob um tema que ainda assusta ao norte-americano, sua grande capacidade de tentar impor aos outros, aquilo que considera democracia. Tava na cara que Hollywood estava pronta para aproveitar a ocasião e dar o seu recado. Nisto eles são supimpas! Supimpa, olha outra palavrinha estranha...
Avatar levou para os cofres de seus produtores todo o dinheiro do mundo, mas foi o Hurt Locker, desta extraordinária Kathryn Bigalow que levou, de forma merecida, a estatueta.
Mas voltando ao oceano das divagações. Como num barco que navega em águas profundas, a mulher sempre foi, e sempre será o leme de uma família. Ela é o ponto de convergência e de união. O eixo de equilíbrio interno. Talvez, ou quem sabe, somente, um terremoto na escala 8,8 como o do Chile, a pode desmembrá-la de seu eixo, como este o fez na terra.
As Goretes, as Márcias, as Maris, as Lucianas, as Idys, as Cristinas (com Hs ou sem Hs), as Sônias, as Thecas, as Andréas, as Janes, as Alexsandras (com x ou dois Ss), as Adrianas, as Ednas, as Paulas, as Madalenas, as Marias e as Kathryns da vida, meu maior respeito e efusivas felicitações. De vocês nós viemos. Para vocês deveríamos viver e ter toda a atenção.
Muitos reclamam que Deus não teve a delicadeza de colocar uma mulher na santíssima trindade. Talvez com medo da fofoca que uma poderia causar. Preferiu uma pomba, que a modernidade provou ser um símbolo da paz, mas que caga os carros e trás doenças não muito boas para os seres humanos. Mas meus caros amigos do facebook, o que poucos notaram, é que ele foi sutil como sempre e batizou a bolinha em que vivemos e tentamos diariamente poluir de A terra, não de O terra. E acreditem, ele sabia exatamente o que estava fazendo.