quarta-feira, 14 de julho de 2010

SER VICE É UMA MERDA


QUAL A IMPORTÂNCIA DE SER VICE?

Pela forma convulsiva que o Snejder chorava, após o apito final do juiz, no jogo contra a Espanha, acredito que nenhuma. Afinal agora são três  vice campeonatos e aquela velha história de se nadar, nadar, nadar e sempre morrer na praia. Depois de algumas vezes, se torna cacoete e daí para o vicio, apenas um passo.

Por definição, o vice é aquele que quase foi, mas não é. Está perto, mas na verdade longe. Sai na fotografia no palanque mas não fala. Só aplaude. Exemplo. Quem foi o vice de Sarney ou do general Geisel? Alguém se lembra? Acredito que não. O único vice famoso no Brasil, foi o Jango, que para assumir passou por um perrengue e depois que o conseguiu – Deus e o Tancredo Neves, sabem como - foi destituído de seu cargo sem direito a fundo de garantia. Hoje mesmo temos um vice, até bem humorado, que só é lembrado, pois, mensalmente entra em cirurgia. Para ser vice, é melhor não ser nada.

No mundo, três vices foram famosos. Todos nos Estados Unidos. O Truman, que explodiu com Hiroshima e Nagaski. O Lindon Johnson que substituiu ao assassinado Kennedy e deu fim a guerra do Vietnam e o Al Gore, que não conseguiu se eleger, mas ganhou o Prêmio Nobel e agora um divórcio sem litígio.

Mas ficam alguns ensinamentos em termos de presidência: quando um vice é novo, é porque está de olho no cargo principal e apenas espera por sua hora. Quando velho, apenas garante credibilidade, como nos casos, tanto de presidente Obama, quanto do presidente Luis Inácio Lula da Silva. Mas decidir? Nunca. No Brasil, tanto o Itamar quanto o Sarney assumiram e sumiram.

Confesso que tenho uma certa aversão a ser vice, de qualquer coisa que seja. Sou ainda daqueles que acreditam que as coisas são ou não são. Fujo do cinza e me mantenho no preto no branco.

O único vice, que parece que funciona, é o vice almirante. Na verdade não sei qual é a diferença dele para o simplesmente almirante. Deve haver. Apenas não me contaram ainda.

Quando se é criança, criam-se traumas a volta de si com associações que lhe possam vir a cabeça. Exemplo, as sombras das árvores projetadas no teto, quando em noite de tempestade. Deixa qualquer criança apavorada. Me lembro que quando tomei conhecimento o que eram vísceras quase vomitei e não sei porque associei esta palavra com vice. Toda vez que alguém dizia vice, imediatamente em minha mente esperava pelo complemento da palavra com o ras, e mesmo que a pessoa não o pronunciasse, a imagem do que aquilo significava, me deixava atordoado. Coisa de menino. Por isto talvez, empaco como o vice.

Mas não é isto não. Freud, - o cão não o pensador alemão – explica. Vice é prêmio de consolação. E como se fosse o outro. Aquele que está no banco. O rufiador. Trata-se de um prazo ilimitado, se bem que em se tratando de miséria, não deixa de ser uma concessão a não ser desprezada e muito menos recusada...

Nos Estados Unidos, você entra em um banco ou numa grande empresa e existem zilhões de vices, na verdade diretores com o pomposo cargo de vice-presidente. O que decidem? Nada. Mas tem sala, secretária, maquina de xeróx e cartão com o titulo. Se não produzem o que dele s é desejado, passam a ser vice, em outras paragens. Uma sina de vice.

Resumindo, ser vice é uma merda...