terça-feira, 13 de julho de 2010

NÃO HÁ UM PÉSSIMO MEIO QUE POSSA JUSTIFICAR UM BOM FIM



“DE BOAS INTENÇÕES O INFERNO ESTÁ CHEIO!”

O mundo não vive de boas ou más intenções. Ele convive e segue seu destino com boas e más ações. Pois como diria minha querida vó Adelina, “de bem intencionados, o inferno está cheio!”

A ação pode ser proveniente de uma boa ou má intenção. Mas sem a ação, na há intenção por melhor que seja, que faça as coisas mudarem ou irem adiante. Se ninguém escreveu isto antes, a frase passa a ser minha.

Outro dia li, um interessante artigo de alguém – aliás, diga-se de passagem, muito bem escrito - que na tentativa de minimizar a carga exercida contra o passado de dona Dilma – que na verdade muitos condenam - a eximia da culpa, pois, era uma época ditatorial e segundo a opinião de quem o escreveu, esta era a única forma de se mudar as coisas: pelo enfrentamento das armas. E terminava por um frase, que o importante era a intenção, valendo-se daquele velho refrão, que os fins justificam os meios. O mesmo usado por Bin laden, Hitler, George W. Bush, Fidel Castro e mesmo nossos militares da época, para defenderem suas ações, nem sempre aceitas pelos seus opositores.

Discordo. Não há um péssimo meio que possa justificar um bom fim. Se assim pensarmos, estará justificado o que o presidente Truman impetrou contra Hiroshima e Nagasaki. Certamente ele deu final a uma guerra. Mas a que preço?

Posso até aceitar que dona Dilma e aqueles que faziam parte de seu grupo, tivessem as melhores das intenções, pois, o que se passava no Brasil, naquela época, não podia ser defendido, quanto mais aceito. Outrossim, diria que outros, com as mesmas intenções, mas sem aptidões de pegarem nas armas, usaram do discurso e da convicção que poderiam fazer as massas se conscientizarem. E acabaram por serem mais efetivos em trazer o Brasil, a democracia. Pois, querendo ou não, não foram as armas que derrubaram o governo militar aqui no Brasil. Foi a conscientização que o povo teve, que as coisas teriam que ser trazidas de volta à legalidade. Sem o apoio popular – aquele mesmo apoio que levaram os militares ao poder – os militares sentiram a areia movediça sobre seus pés, e assim voltaram aos quartéis.

Quero também deixar claro, que podem ter havido boas intenções dos militares, quando insuflados pela classe média, assumiram o poder em 1964. Logo, não está em jogo, a intenção de quem quer que seja. E sim a ação tomada.

Não tenho nada contra dona Dilma. Se ela não conseguiu ser corinha e ficou apenas na seara de filha de Maria, quando criança, como afiançam as mais ferinas línguas da oposição, e isto a afetou emocionalmente, não é meu problema. Assim como não é meu problema, quantas pessoas ela explodiu ou deixou de explodir em seu tempo de revolucionaria. O que na verdade me deixa assaz desesperançoso em relação a sua pessoa, é a sua indiscutivel incapacidade de convencer-me como administradora. Confesso que seu pouco equilíbrio emocional, também me preocupa. O cargo da presidência requer muito jogo de cintura e comedimento em ações. Pavio curto não tem futuro na política e na diplomacia, e creio que o nosso presidente nestes itens está, pelo menos para mim, diplomado com louvor. Ele sabe como aparar as arestas , se manter sempre em evidência e o principal de tudo, a arte de nunca bater de frente. Quando não tem saída, omite-se se necessário for. Muda de assunto.

Já tive pavio curto. A vida e a idade me ensinaram a ter pelo menos alonga-lo. Logo, sei do que estou falando. Já gerenciei e administrei grandes projetos em minha vida profissional e tenho plena convicção que eles só dão certo, se a turma que está sob seu comando, confiar que existe alguém mantendo o navio em curso. Alguém de pulso forte no leme. E é exatamente isto que não consigo sentir na Dona Dilma. Não é a sua gagueira ou seus lapsos de raciocínio. Eles igualmente me preocupam. Mas, o que me deixa com a pulga atrás da orelha, é que não sinto capacidade de gerenciamento, administração e disciplina nela. Parece dirigida e altamente manipulável. Estarei exagerando? Provavelmente muitos acreditarão que sim. Espero que esteja errado, pois, se ela vencer, teremos 4 anos pela frente para nos arrepender ou não.

Enganam-se aqueles que acham que o critico torce contra. Esquecem-se aqueles, que talvez o senhor Luis Inácio Lula da Silva, foi um dos maiores críticos de nossa história. E agora, não gosta de quem critica. Coisas da vida.