sábado, 3 de julho de 2010

EU VOU, EU VOU, EU VOU PARA CASA EU VOU...

Chegamos longe demais II

O brasileiro é extrovertido, como anteriormente afirmei. O que dizer dos nossos vizinhos argentinos e uruguaios. Os últimos, senhores de suas deficiências, lutam em bloco. São indivisíveis. Tem um plano de jogo, criado em 1932 e os mantém até o presente momento. Funcionou em 50, em nossa própria casa, e agora os leva as semifinais. Os primeiros cientes de sua superioridade técnica, partem párea cima, para decidir, o mais cedo possível o que disputam. Menos contra o Brasil. Pois é, todos tinham medo do Brasil. E eu diria tinham. E terão, logo, que o Brasil se reencontrar com suas origens, aquelas que sucederam a Copa de 50, deram os seus primeiros passos em 54 e finalmente se solidificaram a partir de 58. O futebol arte. O futebol que encanta e decide.

O primeiro passo tem que ser dado pela CBF. Sua cúpula tentou modificar nossa maneira de ser e deu com os burros n’água. Nomes como Parreira e Dunga, são passado. Um passado pouco recomendável. O passado que quis escravizar nosso individualismo, nossa magia, nossa vontade de dar espetáculo. O passado que se escondeu por atrás de uma pseudo disciplina, mas que ao primeiro gol adversário, desmoronou como uma casa de papelão ao primeiro vento forte. A França já nos dera o aviso. Este ano foi a Holanda. Posso afirmar, que perdemos dando espetáculo em 1974 na Espanha, num dia de grande inspiração de Paulo Rossi, mas saímos de cabeça erguida pela porta da frente. Cientes que éramos os melhores. Ontem, ao contrário, fomos despejados pela de trás. Certos que não estávamos entre os melhores. Em campo um Felipe Melo novamente desequilibrado e um Michael Bastos, não entendendo o que realmente acontecia. Afinal aquele não era o seu lugar. No banco, ninguém. Nenhuma opção, pois, Dunga assim o quis. Não levou virtuosos, apenas carregadores de piano, como ele próprio um dia foi, quando atuante nas quatro linhas.

Seriam agora os repórteres da Globo os culpados? Cadê a empáfia do Dunga? Sua soberba atitude, desapareceu? Para onde foi aquela sua pseudo organização tática? E aquela sua inexpugnável defesa, que cede um gol de cabeça, dentro da pequena área a um cara de um metro e meio de altura? Sabem quem marcava Sneider? Sim ele mesmo, Felipe Melo, que depois de expulso, afirmou que não sabe porque o arbitro tomara aquela medida. Será que este irracional não sabe que existe vídeo tape e que o mundo todo viu ele pisar o adversário de uma forma covarde, digna de um jogador inferior? Coisa que Dunga, muitos anos atrás, era useiro e vezeiro de fazer como atleta. Moral da história: Felipe não sabia o que fez e Michel não fez porque não o sabia fazer. Um defendido pelo cinismo hipócrita, outro encoberto pela incompetência pretensiosa. Mas ambos, destacando-se pela selvageria e pela aridez indiscutível ao trato para com a bola

Meus parcos leitores. Não se ganha uma Copa na marra. Foi-se o tempo da Itália de Mussoline em 34 e 38. Métodos mais sutis foram encontrados para fazê-lo, depois disto, como o da perfídia britânica de 66 na caça a Pelé, da compra de adversários em 78 na Argentina e mesmo das manobras políticas francesas em 1998. Logo, não só o futebol impera. Mas quando há futebol e acima de tudo um compromisso com a vitória, e estes dois fatores sobram em relação aos adversários, acreditem eles imperam em 99% das vezes. Afinal não é todo dia, que é dia do Paulo Rossi.

Este compromisso com a vitória esteve estampado em quatro seleções até o presente momento: a Argentina, a Alemanha, a Espanha e a Holanda. Coincidentemente, todas elas chegaram as oitavas e três delas devem chegar as semifinais. Alemanha e Argentina? Vai ser guerra. Mais cruenta que a das Falklands. Mas uma guerra regada a futebol, assim espero.

Chegou a hora de Maradona provar se tem cacoete para dirigir algo. Até aqui quatro adversários de não tirar sono de quem quer que seja. A Alemanha, que acreditou na juventude tem uma cara nova e aquela velha vontade de sempre. Talvez venha a ser o primeiro grande jogo da Copa, ou quem sabe o seu único.

Alemanha e Espanha, perderam quando podiam perder. Nós não. Perdemos, quando não era a hora. Coisas do Dunga...

E POR ISTO ELE HOJE CANTA: EU VOU, EU VOU, EU VOU PARA A CASA EU VOU...