Chegamos longe demais
O brasileiro é extrovertido em toda a sua maneira de ser. Não gesticula tanto como o italiano com as mãos, mas tem ginga, malicia e acima de tudo é rápido em suas tiradas. Principalmente os cariocas. Aqueles que parecem ter inventado o jogo de cintura. Talvez por isto sejamos tão bons em futebol.
O futebol é a nossa expressão máxima de arte e olha que somos muito bons em outras artes, a começar pela arquitetura, passando pela literatura e chegando a musica. Falta-nos verdadeiramente um Premio Nobel que seja. Unzinho só, para provarmos que somos algo, bem acima da média. Vejam que a Argentina, pequenininha já tem uns seis ou sete e até Gabriel Garcia Marquez arrumou um para a Colômbia.
Durante a Copa, existem dois outros eventos que acompanho com muita atenção: o meeting turfístico de Royal Ascot e o torneio de Wimbledon. E afirmo que da mesma forma que é estranho não ter nas oitavas de final da Copa do Mundo tanto a Itália quanto a Inglaterra, me parece altamente surpreendente não ver Roger Federer nas semi-finais de Wimbledon. Ele que nos 8 últimos anos esteve presente.
Pois é, nossa expressão maior de arte, o futebol, está sendo massacrada por aqueles incultos no setor, como o Dunga, que acham que se ganha uma Copa na defesa e não levando jogadores com qualidade técnica. Felipe Melo, Julio Batista, Josué, Michel Bastos e colocando-os em lugares que um dia pertenceram ao Falcão, ao Gerson, ao Didi e ao Newton Santos. Dá para comparar? Não digo que tenhamos hoje estes que acabei de citar, mas o Ronaldinho Gaúcho, o Paulo Henrique Ganso, são por exemplo unanimidade na boca do povo. Infinitamente melhores que os que o Dunga convocou, por serem atletas como ele, que não tem técnica alguma, mas obedecem cegamente o que lhes é pedido.
A CBF tem a grande parcela de culpa. Contratou-o. Da mesma forma que o presidente Lula um dia será culpado por ter inventado a dona Dilma. Desculpem, mas foram 8 anos seguidos de erros conceituais em nossa entidade maior futebolística: Parreira e Dunga. Dois arautos do antijogo. Pobres de espírito que confundem organização com falta de habilidade. E nós torcendo... Mas até os Coreanos do norte torceram e como eles não chegamos a lugar algum.
Enquanto pegamos seleções de quinta categoria como a Coréia do Norte, a Costa do Marfim e o Chile, deu para o gasto. Mas já se sentia que não havia muita gasolina no tanque. Quando pegamos uma seleção de segunda categoria como Portugal, nem ganhar conseguimos. Ai quando veio a primeira com reais chances de aspirar ao titulo, a vaca foi definitivamente para o brejo. Um cara de um metro e meio centra uma bola e a bola vai quase que direto para dentro do gol. Ai não satisfeitos o deixam cabecear sozinho na pequena área. Seria isto a defesa sólida tão enaltecida pelo Dunga? Escapamos de uma goleada. Aliás, fomos até longe demais. Podíamos ir mais longe, pois, o nível da Copa está abaixo da critica. Se pegássemos hoje a laranja mecânica, teríamos perdido de 6 ou 7. Este time da Holanda, é fraquinho. Mas pelo menos é um time. Nós, um amontoado.
Estou triste? Evidentemente que sim. Quem não está? Afinal, perdemos uma Copa em 2006 por empáfia dos jogadores e por não ter ninguém no comando. O problema é que voltamos agora a perder outra Copa, não por empáfia dos jogadores e sim de um técnico, sem experiência alguma e que em campo nem bom jogador conseguiu ser. Uma invenção que a mais de 2 anos vem provando não ter o gabarito para o cargo que ocupa. Ganhou, mais do que perdeu, pois o futebol está em baixa e as disputas foram escolhidas a dedo. Mas na hora que tinha que ganhar, enjoou a ração...
Não vejo muitos clubes brasileiros que possam estar interessados a contratar o Dunga para dirigi-los. Nem em Arapiraca, estuda-se esta possibilidade. E também não creio que a CBF, vá querer segurar esta fria. Ou melhor esta gelada! Como Dunga é inimigo mortal da imprensa, poucas são as suas chances de se manter junto ao esporte, a não ser como torcedor.
A CBF colheu o que plantou. Não deveríamos mudar também esta cúpula, que parece não nos estar levando a lugar algum?
