sexta-feira, 23 de julho de 2010

O CASO DO DESCASO


“Vivemos um momento histórico” – frase de Lula. Pergunto: Será???


Vou tentar ser curto, grosso e rasteiro, pois existem coisas que realmente o tiram do sério. E no meu caso, a sucessão de irresponsabilidades é um dos fatores que mais me afeta. E o Rio de Janeiro, me parece conter um menu completo.

Confesso que relutei um pouco em escrever o que ora publico nesta coluna, pois, quero que a mesma sempre seja versada para a realidade. E o assunto  em questão cheira mais a ficção de terror. Dada a perplexidade da sucessão dos fatos.

É ou não para não se ficar perplexo?

Imaginem a sucessão de fatos:  por    alguma razão um túnel é  interditado no Rio de Janeiro. O que isto sugere? Que não possa haver ninguém dentro do mesmo, principalmente a noite. Não seria a forma lógica de se raciocinar?

Exato, mas não existe lógica no Rio de Janeiro durante o dia. Que dirá a noite! Haviam dois carros apostando corridas e três jovem praticando skate.

Como já é de domínio publico, um dos jovens foi atropelado e morto. Ai um carro da policia nota que um outro veículo se encontra parado perto do túnel. Chega até ele e deve ter observado que este veículo não está apenas batido. Está muito mais do que isto. Está semi destruído. E para completar o quadro de terror e ficção, o libera.

Conte isto a um inglês, a um sueco ou a um alemão e observe a sua reação. Não conte a um norte-americano, pois, ele o taxará de louco. Barbaridades como estas existem em outras partes do mundo, mas são coibidas e punidas. Todavia, Brasil e num ano eleitoral...

Esta mesma policia será responsável por manter a segurança de uma Copa do Mundo e de uma Olimpíada. O que poderemos então esperar?  A sorte é que turista vê um sinal de proibição e ao contrario do carioca, obedece. Normalmente não está nas cercanias de salas de aula e habitações sujeitas a balas perdidas. Mas tem que olhar sempre para cima, pois, nunca se sabe quando um helicóptero da policia é abatido.

Estaríamos vivendo o que o nosso presidente prega ou melhor canta em odes e versos, um momento histórico? O de um pais que sai do subdesenvolvimento e aspira ser a quinta economia do mundo? Ou esta é mais uma de suas versões que só ele e seus correligionários conseguem vislumbrar? Ou ele está querendo insinuar que nunca na história deste pais aconteceram as barbaridades que hoje acontecem?

Como o caso aconteceu com o filho de uma pessoa publica, irá feder. E como esta pessoa publica além disto pertence a um órgão de grande divulgação e penetração, pode ser, que uma ou outra cabeça menor seja decapitada. Mas a verdadeira raiz do problema, continuará lá, nos fazendo temer sempre pelo dia de amanhã.

No meu tempo de Rio de Janeiro, a única preocupação que eu tinha ao sair as ruas, era se levava ou não guarda-chuva e se tinha o trocado para o ônibus. Hoje existem outras muito maiores e em qualquer seção da cidade e principalmente nos ônibus, onde você deve usar roupas a prova de fogo.

Não sou e nunca fui a favor do movimento revolucionário militar de 1964, outrossim, creio licito se afirmar que embora houvesse um achatamento político e uma repressão muito grande a quem tenta-se se tornar oposição, vivia-se com muito mais tranqüilidade. Se um túnel era fechado, ninguém entrava. E existe um lado pândego das coisas. Foi a única época em que as prisões brasileiras não eram escritórios de marginais e acabaram por se transformar em centros de reabilitação. Afinal de lá saíram futuros deputados, senadores, um presidente e uma candidata a presidência. Pessoas estas que comentem crimes como os marginais que saem em regime de meia prisão, mas o fazem em outra esfera.