O REINO DO FAZ DE CONTA
Acaba de passar no Congresso a lei de nosso novo código florestal. Uma vergonha. Um acinte a todo aquele que acredita que o mundo é mais do que as fronteiras de uma nação. Mas não era de se esperar outra coisa, vindo da atual gestão. Afinal em ano eleitoral, a necessidade de reflorestar e do pagamento das multas a aqueles que sangraram nossas matas para proveito próprio, tem que ser perdoado. São votos a se angariar. E o PT, e a patuléia que os apóiam, necessitam se manter no poder a qualquer custo. O mundo é que pague a conta.
Nunca estivemos tão sujeitos a ação da natureza. Terremotos, tsunamis, furações, tempestades, enfim, todos os indícios que existe algo errado no ar e o Brasil, que gosta de pegar no pé das nações que se recusam a diminuir seu índice de desenvolvimento e com isto aumentam as chances da destruição de nossa calota atmosférica, simplesmente faz o mesmo. Escondidinho, para não pegar mal.
Temos um presidente que já provou não ser muito chegado a calamidades. Se existe uma, seja onde for, ele se afasta, nem que a cidade lhe traga grandes recordações daquilo que gosta de saborear. Seu negócio é festa e microfone, nunca velório e reflexão. E sua substituta, ou melhor herdeira, parece curtir esta mesma forma de ser. Mas é compreensível. Não dá para ir a floresta amazônica, ou mesmo a Branquinha, com seus saltos e sua Louis Vitton. Mas a Paris, sim. E afinal de contas é lá onde as coisas são resolvidas. Lá em Londres, Nova York e Angra dos Reis.
Nosso presidente armou uma visita – de cunho comercial – a África, para poder comparecer a final da Copa do Mundo, onde supostamente o Brasil estaria, não fosse a incompetência lascinante daquele que ele acaba de defender e demonstrar total admiração e submeter apoio incondicional, o graças a Deus já sem emprego, Dunga. Na verdade sua imagem e semelhança. Pois é, pé frio nosso presidente já provou ser. Depois que assumiu, nunca mais ganhamos uma Copa do Mundo. Não conseguimos montar um time descente durante a sua gestão. Como minha vó Adelina sempre disse: “o exemplo vem de cima”.
Desde que me conheço como gente acredito que existem duas ações primordiais para se chegar a lugar algum: organização e planejamento. Coisas que não parecem constar no dicionário do Dunga e muito menos da atual gestão, que demonstram dia após dias estarem mais afeitos a: composição e aliciamento. Pessoas, sejam elas ministros ou diretivos ocupam os cargos, mas não suas verdadeiras funções. O cabide de empregos assim o exige, afinal esta é a base de apoio e a única chance vista para a governabilidade. Evidente que vista sobre o prisma daqueles que não tem capacidade. Que necessitam compor e aliciar para sobreviver. O verdadeiro conflito do direito pessoal em relação ao direito do Estado. Nem Sófocles poderia melhor se expressar em Antígona, sobre este fato.
E assim passamos nestes últimos oito anos sustados pela ignorância e repressão, sendo obrigados a ouvir sandices e incoerências – de nosso governo e da direção de nossa seleção - que tentam provar, a aqueles que necessitam de uma cesta básica ou a posse de algo que não lhes pertence, para não ter que lavrar a terra ou pegar no batente, que os fins justificam os meios. Conheço bem esta ladainha, pois, estudei em colégio de jesuítas, os verdadeiros inventores desta máxima.
A subnutrição, a miséria, a violência, o eterno estado de ignorância – como os cogumelos, no escuro e embaixo da merda - a suceptibilidade as doenças, o isolamento político, social e cultural, são bestializados pelo clima, implantado pela atual gestão dos PTralhas e segundo o nosso Congresso, agora também vai chegar a jurisdição da natureza. Reconheço que somos vitimas do acinte secular de massas dominantes. E quando uma que parecia ter sido vinda do povo assume, a coisa simplesmente piora. De seu total desprendimento e nojo, para com qualquer melhoria do bem estar do que precisa. Impera a lei do Macunaíma: Fui povo e não quero mais ser.
A crueldade desta forma de conduta, não conhece outros paralelos - Mantêm-se escondida, encoberta, em falso patriotismo e na lei do toma aqui a tua sardinha, fica em casa, assistindo televisão – adquirida a um juros de mais de 70% ao ano - e vota em mim. Pois, o que vem, pode lhe tirar o sustento e exigir de ti, trabalho.
A imaginação cênica de nosso dirigente maior é incomensurável. Sua ressonância é imediata e envolvente, nas camadas menos esclarecidas, ou naquelas esclarecidas, mas que estão faturando uma barbaridade. Aliás, nunca os bancos ganharam tanta grana como agora. E internacionalmente, em uma política diplomática capenga, nosso presidente tenta vender uma presença ostentatória, que não está sendo comprada por ninguém. A não ser o Irã, a Bolívia, Cuba e a Venezuela, que aqui entre nós, não possuem outras opções.
A tendência dominante de conciliação funciona, quando há organização e planejamento. É a vitória do bom senso. Mas quando a coisa prima pela composição e aliciamento, o espectro social é o do fugir do assunto, quando este não lhe convém e na verdade sugerida de uma mistura de Marxismo e Candomblé, em um reino de faz de conta, como o de Astérix e Obelix, a vida se torna curta. Passageira. Transitória. Insana. E geralmente estoura no governo seguinte. A não ser que venha um lacaio, subserviente, com a intenção básica de encobrir as chagas, que sangram e clamam por uma medicação...