sábado, 8 de maio de 2010

A GRIPE MODERNA



COMER...BEBER...?. 


Dizem, que a mais antiga das profissões é a prostituição. Não tenho conhecimento para afirmar estar este comentário certo ou errado, mas acredito que Eva, por mais danadinha que fosse, teria apenas a serpente para trair Adão. 


Todavia a gripe me parece ser a coisa mais antiga neste nosso universo. Antiga e resistente. Pois por mais antibióticos que sejam produzidos, ela resiste e volta fortalecida de uma, ou de outra forma. E ai mais antibióticos devem ser criados, para combater a nova bactéria. Sou ainda do tempo que resfriado era tratado com vitamina C e cama. Porém, os resfriados de hoje, não podem ser mais combatidos desta forma, pois, eles vêm revestidos de todo e qualquer tipo de ataque. Eles atacam a garganta, bloqueando-a de um forma, que a simples tentativa de se ingerir água, o faz sofrer de dor e chegar as lágrimas. Seus ouvidos são igualmente afetados. Parecem ter dentro de si dois sinos de alta reverberação. É pior do que ter que ouvir a um discurso da dona Dilma.


 A gente começa a combater a gripe com aquela medicina natural, mas depois de dois dias apela para a medicina instantânea, com antibióticos fortes, É uma luta pela minimização da dor. Como em um tortura, seu corpo passa a dominar a sua mente e a faz ceder. Que se dane os efeitos colaterais, o importante é colocar um ponto final a aquele sofrimento temporário. 


Com quatro dias sem comer, você sente o que alguém está a quarenta dias de jejum. Você inicia um processo de inércia. Sabe o que tem que fazer, mas não consegue fazê-lo. Perde o seu senso de coordenação prático. E o pior é que tem gente que ainda o rotula de bandido. Bandido não é o cara que age no mensalão. Bandido é todo aquele que não coadunando com uma ditadura, faz sua greve de fome. Mas nem bandido eu poderia me sentir, já que a minha greve de fome, na verdade não era uma greve, era um impossibilidade. Paro por aqui, pois, ainda me sinto debilitado. 


Desculpem a aqueles que me seguem todos os dias, mas nestes últimos dias, foi-me impossível sequer concatenar meu raciocínio. Hoje pelo menos água posso tomar. Quem sabe amanhã posso comer... 


Comer... beber... coisas tão simples de nosso cotidiano, que quando você se vê impossibilitado, sofre.