quarta-feira, 19 de maio de 2010

CIRCO OU REALIDADE




Outro dia escrevi que “a controvérsia acaba se transformando numa doença epidêmica e em muitas oportunidades, o leva a asserções absurdas. E ela é gerada pela disparidade de culturas ainda existentes, que justapostas e nada assimiláveis, nos conduzem ao choque”.

De alguns anos para cá, delineou-se uma evolução com a internacionalização do intercâmbio de comunicações. A rapidez, a facilidade, a clareza destas comunicações de um lado ao outro do planeta, cria uma interdependência entre todas as partes, mas também difunde suas imensas diferenças e gera a polêmica, que nem sempre é válida, quando recai num nível de acusações e ofensas. Deveríamos macerar o fanatismo, condenando-o a si mesmo, pois a universalidade faz da tolerância, um dever, não apenas uma conseqüência.

Nunca fui nem nunca serei um advogado do diabo, mas existem fatos que me deixam curioso. Como esta viagem de nosso presidente ao Iran. A assinatura do tratado que se seguiu me parece ainda mais circense, para não taxá-la de surealista. A própria apresentação das imagens mostra o homem forte do Iran sorrindo, como estivesse fazendo parte de uma pantomina montada para fazer os outros de trouxa. De um lado, nosso presidente tentando conseguir o Premio Nobel da Paz e consequentemente o cheque sueco e de outro o presidente do Iran imaginando que empurrando os outros com a barriga, terá o tempo necessário para levar adiante suas reais ambições.

Os analistas do recém assinado tratado afirmam que ele não é um documento claro, definitivo, e muito menos conclusivo. Aliás, características estas que  ambos presidentes em questão costumam demonstrar em seus intuitos e atitudes. Não sou expert no assunto para discutir e ter uma opinião formada. Deixo para aquele que assim o entendem, fazê-lo. Mas dá para sentir que a coisa não parece uma situação séria. Vamos ver o que as grandes nações acham do assunto, já que um tratado de tanta magnitude orquestrado por Iran, Brasil e Turquia, soa a principio, como algo não muito sério.

Não vejo muita seriedade em nações como a Coréia do Norte, Cuba, Venezuela, Bolívia e Iran. Pode ser uma questão de opinião, mas creio que uma significante massa percentual da civilização concorda comigo. Mas tem gente que nem nosso presidente, que os idolatra. Questão de gosto e gosto não se discute. O que me apavora é a encenação e se esta existir o fato de achar que o resto da humanidade é trouxa. Pois ai, a prepotência e a irresponsabilidade passam a ditar as regras do novo jogo.

Não sei quão sério está sendo nosso presidente nesta ajuda a humanidade. Principalmente em se tratando de um ano eleitoral e onde qualquer desvio de atenção para com sua candidata é um ponto positivo a seu favor. Deixo, ao critério de cada um, julgá-lo. Outrossim é notório, e não estarei aqui levantando falso testemunho, que o senhor Luiz Inácio lula da Silva gosta de aparecer, resplandecer e se possível faturar os dividendos de uma boa e esperançosa noticia. Um direito que lhe assiste como político e figura pública. Mais aí eu me pergunto. Não seria mais alvissareiro para nós brasileiros, que nosso presidente visitasse nossos morros, entrasse em contato direto com as nossas comunidades mais carentes, ouvisse estudantes e trabalhadores (que numa época bastante remota ele também o foi) e tomasse conhecimento em que contas andam nossa saúde, educação, saneamento básico e segurança?

Mahmoud Ahmadinejad, Evo Soares, Hugo Chavez, Kim Jong,  Raul e Fidel Castro, não parecem a mim e acrescentaria, que a um grande percentual da humanidade, pessoas que devam ser levadas a sério. Big Mistake! Refrasiando, não parecem sérios e por isto devem ser levados muito a sério, pois, de suas desbussoladas cabecinhas podem sair soluções que afetam sobremaneira o futuro de outras nações.

Espero que a coisa que ontem aconteceu no Iran seja realmente séria, pois, querendo ou não o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, imbuído nas responsabilidades a ele aferidas, é o Brasil. Não apenas o representa-o. Quando assina uma coisa desta magnitude se despersonaliza. É na verdade o Brasil que está assinando. É o Brasil que está avaliando o que no documento está escrito. E creio que a nossa nação já está bastante grandinha, para fazer papel de palhaço.