Há muitas décadas atrás, mais exatamente no dia sete de setembro de 1822, à beira de um riacho na região, hoje reconhecida como paulista, Don Pedro – o príncipe regente - em condições até hoje não muito explicadas, modificou a titularidade do Brasil; de colônia para país. Tendo evidentemente o cuidado de manter a coroa em sua cabeça. Uma barganha política esperta.
Não foi um ato heróico, como em meu tempo nas escolas, tentava-se vender a idéia. E sim uma decisão política coerente de quem não gostaria de perder o assento que estava perigando de ir ao vento. De príncipe regente de uma colônia portuguesa, a imperador do Brasil. Em apenas um grito. Na verdade um upgrade na vida daquele que passou a ser chamado de don Pedro I.
Foram necessários 47 anos para que nesta mesma data fosse fundada em Salvador, a Sociedade Abolicionista e pasmem, mais quinze anos para que os últimos escravos, fossem libertados em Porto Alegre, exatamente no dia 7 de setembro de 1884. Fomos o último pais “civilizado”, a agir civilizadamente, libertando o trabalho escravo do planeta. Outra manobra de cunho político cantado em prosa e verso como heróico e generoso, quando na verdade a nossa beata princesa Isabel, que estava prestes a perder a sua regência para um sobrinho, por total impopularidade somada a um marido mal quisto e uma plena falta de discernimento de como governar, preferiu estratégicamente aliar-se aos abolicionistas, na derradeira tentativa de manter o trono para si e achatar com as pretenções republicanas.
Pois é, este foi o nosso inicio como nação, mas arrisco-me a afirmar que as coisas não mudaram muito por aqui. O PT, uma partido monárquico com adereços de esquerda festiva, pensa em formar sua primeira herdeira. Que por quatro anos esquentará o trono do grande rei, que pensa em voltar como presidente para se fartar em um reinado de Copa e Olimpíadas. E que neste ínterim, por sua total incapacidade política viu a presidência da OEA ir para o brejo e vai se contentar com outra presidência; a da Petrobrás. Que na verdade lhe trará mais lucro. Na acepção da palavra.
O plano está ainda no papel, mas parece que dia 3 de outubro, o dia de meu aniversário, vai cristalizar-se. Durante um período aqueles que apóiam a atual gestão, tiveram e ainda terão as portas da pocilga, abertas. Esfaimados como estavam, saíram comendo tudo que lhes apareceu pela frente, em forma de mensalões, escândalos e enriquecimento ilícito, ou talvez por assim dizer, não muito bem explicados. Para tal as coligações tiveram liberdade total de manipular a massa do bolo, e para que aqueles que poderiam modificar as coisas, não ficassem revoltados, o crédito rolou solto. Como aqui nos Estados Unidos. Apenas com o agravante que nossos juros anuais, possuem um digito a mais, dos que os norte-americanos.
Pois bem, todos sabem o que aconteceu com a maior nação do planeta. Um dia foi mandada a conta e descobriu-se que poucos tinham dinheiro e quase toda a maioria apenas o chamado crédito. No Brasil, será apenas uma questão de tempo, ou será que ainda tentamos nos enganar, achando que a história não se repete?
Em sete de Setembro de 1922 a primeira transmissão radiofônica foi levada a efeito pelo presidente Epitácio Pessoa, que ainda não virara nome de rua. No mesmo dia, no ano de 1961, Jango Goulart assumiu a presidência, depois de uma maracutaia bem tropical em que fez primeiramente o Brasil, instituir o cargo de primeiro ministro e “segundamente” enveredar em um plesbicíto fajuta, que trouxe ao poder, aquele que os militares não queriam aceitar. A gente também sabe onde isto nos levou.
Em 1966, exatamente no dia sete de setembro, um rapaz chamado Edson Arantes do Nascimento, que atendia sob o apelido de Pelé, estreava no Santos. Acredito que esta possa ser considerada a data de nossa independência futebolística. Outrossim em 1972. na data em que se festeja a pretensa independência de nosso pais, os restos mortais de Don Pedro I, foram transladados e sepultados de forma definitiva, no parque do Ipiranga, no estado de São Paulo. O chefe da farsa, voltava ao palco, que por um breve período de tempo, lhe trouxera alguma evidência.
Hoje vivemos uma situação, em que o voto popular pode vir a manter no poder um sistema, com alguém que não dirigiu absolutamente nada e que parece não ser bem quisto pela ordem militar. Mas que em contrapartida poderá agir para a situação reinante, qual um cordeirinho de presépio, fazendo à frente, quando todas as decisões na verdade serão arquitetadas e construídas às suas costas.
Como Pedro I, a princesa Isabel e a revolução militar de 21 anos advinda do fato de termos deixado Jango Goulart assumir, estamos prestes a viver nossa quarta monumental farsa histórica. Com direito a botox, gagueira, ponto de escuta e certamente muito exercício de testa de ferro.
Pensem nisto no dia 03 próximo e me dêem um grande presente de aniversário: um basta!