sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

CONGESTIONAMENTO NOS MOTÉIS

O Brasil é um pais de enumeras facetas. Muitas delas coloridas e próprias de um país tropical e que sempre teve na irreverência seu fator mais forte de desenvolvimento social. Sempre que penso em algumas destas facetas, ponho-me a rir, onde estiver. E como as vezes estou sozinho em um logradouro público, devo passar por louco, para muitos daqui. Mas não dá para segurar.

O norte-americano é careta. Não costuma demonstrar seus sentimentos em publico. Trata tudo com parte de uma possível quebra da liberdade alheia e consequentemente sujeita a processos. No Brasil não. Muito pelo contrário. Não tem a mínima graça se pensar antes, se medir as possibilidades, os prós e os contras, e então fazer. O brasileiro apronta primeiro e vê no que dá depois. Isto o faz crescer em seu jogo de cintura e adquirir a maestria do jeitinho.

Nas grandes áreas de densidade populacional em metropoles não litorâneas, no verão temos, ano a ano, a repetição do fenômeno do congestionamento nos motéis.  Sim aqueles hotéis que funcionam por hora e com intensa rotatividade de usuários de uma mesma suite.  E porque? Imaginem, a patroa e os filhos na casa de praia, o patrão passa a semana sozinho em seu lar. E o que acontece? Aproveita seu passageiro status de solteiro, para deitar e rolar, na acepção da palavra. O problema é que tem que fazer reserva nos motéis, pois, mesmo só, solto na buraqueira, todo o cuidado é pouco.

O horário é restritivo, sujeito a congestionamentos pois, para todos que se aproveitam desta mesma situação, tem em mente que a utilização das horas da noite é perigosa, pois, a patroa pode telefonar e a empregada entregar o ouro. Por sua vez a perda da tarde, o deixa nas mãos de sua secretária que um dia pode utilizar este trunfo a seu favor, na discussão de um possível aumento salarial. Jantares constantes com clientes acaba dando na vista. E ir ao cinema sozinho, fere com a inteligência de seu par oficial.  E, aqui entre nós, ter que ficar em seu carro na fila do motel, não parece ser uma das situações mais seguras. Principalmente quando o "casal casual", vem cada um em sua viatura. E ademais, muitos já flagraram nestas filas seus esposos, suas esposas e filhas. Chegada a motel tem que ser coisa muito rápida. Pegou a chave, entrou na garagem e fechou a porta. Tudo numa questão de segundos.

Confesso que divirto-me com as histórias que ouvi de amigos, e agora entendo por que muitos deles, optaram em não morar em zonas litorâneas, e quando compram casas de praia, não o fazem naquela que é a mais perto de sua cidade e sim, naquela que exige no mínimo a utilização de um meio de transporte aéreo. A melhoria das estradas complicou o negócio.  A independência da esposa na utilização de um carro próprio também. Logo, não dá para arriscar.

Esta certo que com o advento celular, você pode se dar ao luxo de receber um telefonema da esposa e inventar o que vier em sua cabeça, mesmo tendo a "outra" deitada a seu lado, ou compartilhando da whirlpool. O problema é o controle de sua voz e a bateria. O homem prevenido tem que manter a sua bateria carregada, pois, se não atende o telefone, sua mulher deduz imediatamente, que das duas uma: ou tá num motel ou foi sequestrado. E a cara de pau, leva tempo para ser assumida

Foi-se o tempo da boêmia, da Amélia que era a mulher de verdade, das bebidas com os amigos, da roda de samba... Hoje, se você mija fora do pinico, no dia seguinte recebe um telefonema do advogado de sua esposa, que normalmente será aquele que irá limpar a sua conta bancária e possivelmente ocupar o lugar vago, na cama da defunta.

Se você tem uma secretária bonita, pode apostar que sua esposa elegerá para si, um advogado jovem.