segunda-feira, 31 de agosto de 2009

O VIRUS DA GRIPE NA INTERNET


O VIRUS DA GRIPE NA INTERNET
Cada dia as gripes estão vindo mais atrozes.
Antes a gente as curava com vitamina C e cama.
Hoje você tem se submeter a uma bateria de antibióticos,
que para mim não são mais do que fortificantes
do próximo vírus a surgir no pedaço.

O medo era da AIDS parecia ser a assombração do momento. Hoje qualquer gripe ceifa a vida de centenas de indivíduos em menos de uma semana. Elas podem ser suínas, bovinas o nome que inventarem. Ela pode vir do México, do Japão ou mesmo da Escandinávia. Teme-se que com a sempre melhora da tecnologia, elas possam vir via internet. Você abre o seu face book e depara com o vírus sorrindo para você e dizendo: te peguei!

Lembro-me com saudosismo de minhas gripes de criança, que me livravam de ter que ir as aulas. A gente ficava em casa, no bem bom, deitado a ver os desenhos animados no Mickey, do Pateta e do Tom e Jerry. Não haviam jogos eletrônicos para destruir cidades, planetas e todos os seres humanos. Destruir apenas nossos brinquedos e quando algum tio depravado o presenteava no natal com o Pequeno Químico.

Pensando nisto lembro-me de Fernando Sabino que afirmava: Porque o sinto teimosamente presente, integrado em meu escasso mundo de lembranças. Porque continua a minha sombra em outra parte ou sou a sombra de um teimoso ausente.

Porque a gripe, dentro daquele quadro antigo de doenças juvenis, é a que nos acompanha por toda a vida. Sarampo, catapora, caxumba, enxame de piolhos são hoje apenas lembranças. Gripe não. Ela é a companheira de sempre. Aquela que quando menos se espera, volta e instala-se em seu corpo, como um parente que você não gostaria mais de ter recebido.

Resumindo, ficar doente é uma mala sem alça. Mas não é só ai no Brasil não. Ficar doente nos Estados Unidos está se tornando um problema. Principalmente para os chamados ilegais. Não que aqui existam aqueles problemas tão bem conhecidos por nós no Brasil, onde as pessoas morrem nos corredores hospitalares sem serem atendidas. Aqui nos Estados Unidos o problema é outro. Aqui você não passa nem do hall da emergência. Morre na rua, se não tiver o cartão de seu seguro médico. Atentem para os números que vos passo a seguir.

O St. Joseph's Hospital de Phoenix mandou 96 estrangeiros ilegais de volta a seus respectivos países. Em Fort Lauderdale, o Broward General medical Center repatria de 6 a 8 pacientes a cada ano. De Chicago, 10 retornaram para Honduras. Mais de 300 mexicanos dos hospitais de San Diego foram obrigados a seguir para o sul do continente. E isto são os números que nós tomamos conhecimento. O cerco está cada vez maior. Nas estradas, nas fronteiras e agora nos hospitais. Adoecimento é sinônimo de expatriamento”.

Pelo menos, quando não terminais, os pacientes são mandados a seus países de origem. Com passagens pagas pelo governo norte-americano. O que não deixa de ser um conforto. No Brasil eles são diretamente mandados para o céu...

A desculpa dos hospitais dos EUA é a de sempre. Um leito ocupado por um ilegal pode estar sendo retirado de um cidadão norte-americano que paga seus impostos. Pagar impostos. Esta é a lei básica por aqui. Al Capone matou centenas de pessoas, mas só foi para cadeia por ter sonegado seus impostos. Lembrem-se disto!

Mas este país não cessa de trazer surpresas. Novidade proposta para as linhas aéreas dos Estados Unidos. Agora, nas viagens aéreas nacionais, o copo de água custará US$ 2,00. Qualquer dia vão cobrar o ar que respiramos...que diga-se de passagem não é reciclado como antigamente, por medida de economia. Alguém entra resfriado em New York e todos saem da aeronave tossindo em Los Angeles.

Não estou defendendo o sistema norte-americano de saúde. Ele é muito inferior ao britânico e infinitamente em relação ao sueco. Mas guardadas as devidas proporções, ainda superior ao nosso. E custa igualmente caro aos bolsos do governo. Aqui de seis habitantes, um não tem cobertura médica, o que coloca em risco todo o sistema. A iniciativa do presidente Obama é mais do que válida, embora nenhum americano goste de qualquer tipo de imposição. Teria que ser obrigatório a adesão de todos ao sistema. Desta forma, o custo do mesmo baratearia. Com mais jovens no sistema, viabilizar-se-ia assim a manutenção de mais velhos dentro do mesmo. E não seriam, como agora, rejeitados e abandonados à sua própria sorte.

Aliás, sorte é a única coisa que podemos contar no sistema de saúde brasileiro...
albatrozusa@yahoo.com