NO DRAMA WITH OBAMA
aos pouquinhos...
A história ensina que toda vez que um governo,
seja ele de país desenvolvido ou não,
tenta decidir algo sem discutir com a sociedade,
geralmente a nação sofre as conseqüências.
E elas nunca são boas.
Os mais antigos devem se lembrar que a tão propalada defesa dos direitos (Bill of Rights), não foi, plenamente, alcançada nos Estados Unidos, de uma forma simples e cordata. Houve luta e principalmente muita pressão popular. Acredito mesmo que ela só tenha sido assimilada, em toda a sua essência, nos anos 70, quando os problemas raciais foram em parte extintos.
Partindo-se do principio que o primeiro intuito de uma discussão sobre liberdades e direitos humanos, não é vencer e sim educar, teríamos que conhecer um pouco do que aconteceu nos Estados unidos para entender a filosofia que Barak Obama está tentando incutir na cabeça de uma país dividido ideologicamente e esfacelado com mais de 2,6 milhões de desempregados no ano de 2008, o maior número, desde a II Guerra Mundial.
Woodrow Wilson relutou bastante em deixar seu pais participar do primeiro conflito mundial. Sua defesa no tocante a imparcialidade tinha uma decisiva defesa sobre a psicologia humana: “Uma vez que comande esta população na Guerra, eles esquecerão que tenha existido uma coisa como tolerância. Para lutar, você tem que ser brutal e rude, e o espírito da rude brutalidade entrará em toda e qualquer fibra de nossa vida nacional, infectando o Congresso, as cortes, os policiais e o homem na rua”. Pois bem, os Estados Unidos entrou na guerra e com ele trouxe o pesado fardo da rude brutalidade que tanto seu presidente temia e acabou adotando.
Ciente que grande parte da população norte-americana se mantinha hostil a idéia da participação do pais, naquele confronto na Europa, a administração Wilson, logo após Abril de 1917, iniciou uma agressiva campanha desenhada para silenciar os críticos e minar a oposição. Dois atos inconcebíveis a um pais que defendia seu Bill of Rightsforam colocados em prática.
Primeiramente foi promulgado o Espionage Act de 1917 e a seguir o Sedition Act de 1918. Neles, seria considerada ofensa criminosa qualquer “desleal, profana ou abusiva linguagem contra o governo dos Estados Unidos, a Constituição dos Estados Unidos, a bandeira dos Estados Unidos ou o uniforme do Exército e da Marinha...”
Parte da população s uniu formando a, American Protetive League (APL), que imediatamente recebeu US$275,000 para financiar suas atividades que consistiam em espionar seus visinhos, ouvir discussões e conversas nos bares, interceptar cartas e telegramas de pessoas que consideravam suspeitas, a seguir abri-los e reportá-los as autoridades tudo sobre a tutela do esforço de guerra. Alemães naturalizados, ou simplesmente descendentes dos mesmos foram presos ou mantidos sob fiscalização. Os livros de autores alemães foram retirados da biblioteca assim como proibido o ensinamento da língua nas escolas. E até o hambuguer teve seu nome proibido de estar apregoado nas lanchonetes. Passou a ser chamado Liberty Sausage.
Após Pearl Harbour passaram a ser os japonesês a sofreram a maior segregação. Confinados a campos de concentração, mesmo depois de finda a guerra, muitos foram proibidos de voltar a seus lares e 31% da população apoiavam a proibição. Seguiu-se a guerra fria e a caça aos comunistas impetrada pelo senador Joseph MacCarthy em sua controvertida cruzada em prol do americanismo. Até o New York Times, na pessoa de Arthur Hays Sulzberger defendeu a punição dos jornalistas que tomavam o quinto mandamento nos comitês do Congresso de investigação às ações comunistas.
As guerras da Coréia e do Vietnam tiveram capítulos assim como a queda do muro de Berlim e o desmembramento da Cortina de Ferro. Agora chegou a vez do terrorismo, que aproveitando-se da vulnerabilidade de uma sociedade aberta, passa a ser o perigo e a desculpa para todos os problemas vividos por uma nação que de há muito vem ruindo com excesso de crédito e falta de dinheiro circulante.
O problema do terrorismo não é de hoje. A tentativa contra o Trade World Center em 1993, os ataques as embaixadas norte-americanas na África em 1998, o bombardeio do USS Cole em 2000 foram os aperitivos de um prato principal que não tardaria a ser servido. Os ataques de 9-11 tiveram o mesmo efeito psicológico que Pearl Harbour, do que se aproveitou o presidente George W. Bush para soltar seus slogans: “Axis of Evil”, “você está conosco ou com os terroristas” e igualmente aproveitar-se para atacar dois territórios do Oriente Médio erigidos sob densos lençóis de óleo, sob as desculpas de aprisionar Osama Bin Lad e eliminar as armas de massa destruição de Saddan Hussein. Nem Osama nem as armas foram até agora encontradas.
albatrozusa@yahoo.com