E como sabia, o malandrinho...
Pois é, desculpem o ceticismo, mas eu nunca acreditei naquela história das calmarias, ainda mais que a Índia fica do outro lado do mundo.
Vocês já conferiram no mapa?
É como estar no final do Leblon e decidir ir para Barra da Tijuca optando pelo caminho do centro da cidade. Tinha que ser muito obtuso ou ter um ter um completo desconhecimento das constelações para se chegar ao Brasil, se a ideia verdadeira era ir para as Índias. Cabral não descobriu o Brasil por acaso. Ele sabia exatamente onde estava indo. De bobo ele tinha apenas o lóbulo de sua orelha esquerda.
Desculpem-me a objetividade, mas sempre acreditei em uma coisa chamada corruptibilidade. A corruptibilidade já existentes em nações desenvolvidas dos anos 1500. Eles escreveram a história da forma que melhor lhes convinha. A igreja colaborou muito neste setor também. Poucos eram aqueles, como Henrique VIII, que sabia onde queria chegar. E chegou, a méia dúzia de casamentos,é ao acredito puro sangue inglês, o cavalo de corrida, que muito deve a este monarca. Sim é verdade. Entre um casamento e outro, Henrique VIII consolidou o desenho de um cavalo de corrida. Sim, o cavalo de corrida não nasceu do puro acaso como muitos parecem acreditar. Ele foi estudado, desenhado e testado. Chegou-se a um protótipo, que ao ver dos britânicos mais poderia exercer seu maior poder de aceleração. Determinado os parâmetros físicos, apenas aqueles cavalos que os tinham, poderiam então cruzar e seus filhos fazererem parte de algo que denominaram o Stud Book. os que não eram castrados ou simplesmente eliminados. Intressante o processo, vocês não acham?
De lá para cá, houve apenas seleção de pedigrees. E estes pedigrees erigiram os melhores cavalos e estes deram vazão as suas respectivas dinastias. Eclipse, Matchen e Herod, os três artífices do cavalo de corrida moderno. Todos os cavalos do mundo, zilhões no momento, descendem destes três fundadores da raça. Meus Deus, como Cabral errei o caminho das Índias... Todavia, como se vê turfe também é cultura. Mas voltemos aos trilhos, ou melhor as tradicionais correntes marítimas.
O homem tem um cacoete biológico. O de tentar descobrir algo novo, nem que seja de novo a pólvora. Mas os verdadeiros cientistas, cientes que não existe nenhum outro tipo distinto de pólvora, preferem dar crédito aos chineses e partem para novas descobertas, muitas vezes tateando no escuro. Tatear no escuro, é o inicio de toda e qualquer pesquisa. Mas ter pleno conhecimento de sua meta, é privilégio de alguns poucos.
Muitas vezes vejo em nosso presidente Lula um novo Cabral. Está sempre a caminho de algum lugar, que não seja seu gabinete de despacho. Talvez esteja a procura de algo, ou quem sabe tentando descobrir o que procurar. Nunca sabe porque as coisas acontecem. Nunca estava presente quando as mutretas começam a feder e assim se mantém blindado por todos os lados. Não viu, não ouviu nem falou. E quando algo de anormal acontece, chama o rebelado a seu escritório e o convence de que haverão dias melhores, se ele ficar exatamente onde está. Nosso doce e irrevogável Mercadante que o diga...
Dizem que Cabral era assim também. Como Lula sabia exatamente onde colocar seus pés na hora em que uma calmaria se fazia presente. Tinha também seu Pêro Vaz de Caminha para dizer o que a corte queria ouvir. Ao invés de cestas básicas distribuía espelhinhos e o povo o adorava. A similaridade é gritante. Pois bem, isto tudo me lembrou um texto genial do Joelmir Beting. Vamos acompanhá-lo com atenção:
Se beber não dirija. Nem governe.
Até aqui, em 40 meses de governo, o presidente Lula já cometeu 102 viagens ao mundo. Ou mais de duas por mês, tal como semana sim, semana não. Sem contar, ora pois, as até aqui, 283 viagens pelo Brasil. Hoje, dia 15, ele completa 382 dias fora do país desde a posse. E pelo Brasil, no mesmo período, 602 dias fora de Brasília. Total da itinerância presidencial, caso único no mundo e na História: Exatos 984 dias fora do Palácio, em exatos 1.201 dias de presidência. Equivale a 81,9% do seu mandato fora do seu gabinete. Esta é a defesa da tese de que ele não sabia e nem sabe de nada do que acontece no Palácio do Planalto.
Governar ou despachar, nem pensar. A ordem é circular. A qualquer pretexto.
E sendo aqui deselegante, digo que o presidente não é (nem nunca foi) chegado ao batente, ao despacho, ao expediente. Jamais poderá mourejar no gabinete, dez horas por dia, um simpático mandatário que tem na biografia o nunca ter se sentado à mesa nem para estudar, que dirá para trabalhar.
E, segundo nosso Joelmir, o povão ainda aplaude e vota.
Afinal o povo que erra unido,
permanece unido.
Pelo menos é assim como vejo as coisas.
albatrozusa@yahoo.com