domingo, 23 de agosto de 2009

ENCOSTA SUA CABECINHA NO MEU OMBRO E CHORA...






O DESEQUILIBRIO METAFÍSICO
A gripe é um desequilíbrio metafísico. 
Lhe trás cansaço, insatisfação, dores
e o principal de tudo:
 falta de assunto. 
Mas seria a gripe que origina a falta de assunto, 
ou a falta de assunto lhe trás a gripe? 
Tai, este não deixa de ser um assunto, vocês não acham?

Não sei. A verdade é que a visão macabra de um dia grandioso desaparece a primeira vontade de assoar o nariz. A vontade de construir algo em palavras ou atos dissipa-se ao primeiro ataque de tosse seca que você tem ciência que se tornará cheia de catarro, pois, a gripe é metódica. Tem um ciclo pré determinado. Chega quando você menos espera, mas só o abandona depois de chegar todas as suas possibilidades. São fieis e susceptíveis a ligeiros atrasos, mas anualmente comparecem para chegar sua vitima. Não existe réstia de entendimento. O enfrentamento é inevitável. Tem semelhança a politica brasileira.
Você melhora mas toma conhecimento que ela voltará no ano seguinte com um novo nome e exigirá um distinto tratamento. O que me estranha é que a cada ano elas estão voltando mais ferozes. Como se reunissem por algum tempo, estudassem seu mapa genético e descobrissem onde poderiam atacar e vencer. A tal da suína fez sua história, se esta ainda não terminou. Vou dizer uma coisa. Sou um viciado naquilo que pratico profissionalmente. Ficar sem noticias do que está acontecendo em qualquer lugar deste planeta turfístico me deixa louco. Creiam-me, não sou daqueles que empresta à gripe ou ao anúncio de uma simples acidez estomacal uma dimensão maior qual a de uma síndrome de histeria pré mortem. Mas esta gripe elucubrou dores sísmicas.
Pois bem, políticos como Sarney, Collor, Lula e aquele ex-presidente do senado que não consigo sequer soletrar o nome, são como a gripe. São igualmente desequilíbrios metafísicos que lhe propiciam cansaço, total insatisfação, imensas dores, outrossim não lhe tiram o assunto.
A visão de um dia grandioso desaparece a primeira leitura do noticiário. É pizza rolando para todos os lados. Aliás, nosso senado é a maior casa de pizza do planeta. Fato este aceito publicamente até pelo próprio presidente de nossa republica. E cada vez a aceitação deste senhor é maior, o que prova que uma cesta básica apagam a imagem nojenta de 100 atos secretos.

Vovó Sarney se viva fosse, certamente diría: coisinha pequena, boba, sem importâcia nenhuma. Tão querendo bolir com meu netinho...
Não se fala mais no mensalão. Está off-broadway. Cassados, absolvidos e todos os derivados, continuam numa boa. Aliás, nunca saíram dela, pois vivem de coçar as costas daqueles que coçam suas costas. E nosso presidente viaja, viaja, viaja ... e quando alguém anuncia uma renuncia irrevogável, se reune, se reune, se reune...
Tudo mudou com o aparecimento da Internet e seus derivados, Facebook, Twitter, blogs, etc... E duas coisas parecem estar bombando no ar: Legado e Transparência. Isto parece até intróito de Edir Macedo... Mas na realidade não o é.
O legado de cada um passou a ser a forma transparente como você se apresenta. Ele é a garantia de seu futuro profissional. Sua respeitabilidade. Outrossim, para que isto venha a acontecer você tem que acreditar naquilo que faz. Olhar no espelho e ter certeza que é aquilo que quer fazer e gosta de fazer. O ganho é conseqüência. Assisti outro dia colocado de uma forma bem simples e fácil de entender em um vídeo de um jovem norte-americano.
Para se fazer aquilo que se gosta sempre existirá um investimento pessoal enorme. Perde-se dinheiro, mas mantêm-se conceitos e diretrizes. Este é o preço da coisa. Não creio que nossos atuais presidentes, da republica e do senado, gostem do que fazem. O fazem pela ávida necessidade do poder e de manter o status quo. Têm medo de serem punidos e por isto se mantêm como caciques onde podem arquivar, todo e qualquer perigo, que os possam atingir. Muitos dependem deles, pois, eles são apenas a ponta do iceberg.
Os escândalos multiplicam-se, e o pior de tudo, depois de algum tempo você se acostuma. Não chega a achar normal, porém releva, pois, existem coisas mais importantes a se fazer. Este é o processo da inércia e da estagnação. Você acredita que vai tudo terminar em um nova pizza. E é nisto que o Planalto joga.
Um dia Collor vai ao palanque é urra que é necessário extirpar do Planalto José Sarney, um ladrão, salafrário, corrupto... Os anos passam e o mesmo Collor agora defende com unhas e dentes a permanência daquele homem que um dia ele acusou de ladrão, salafrário, corrupto. Senhores estamos nos reportando a senadores da republica. Não brigas de lavadeiras... Desculpem-me as lavadeiras por tal comparação.
Dá para cantar aquela musiquinha. Encosta a cabecinha no mu ombro e chora ... E sempre no ombro de um igual...
Paremos para pensar. Porque as coisas acontecem? Afinal não existe fato mais deprimente e inconsistente, do que ser obrigado a presenciar um cacique sem tribo, como o Zé do bigode Sarney, tentando manter seu poder e para tal ser apoiado pelo tripé anteriormente citado. Um quarteto patético, quase apocalíptico, mas que infelizmente está se tornando a imagem do Brasil.
albatrozusa@yahoo.com