segunda-feira, 16 de abril de 2012

O POLPUDO CHEQUE SUECO

Existe alguma rejeição em relação a um premiação que de há muito se tornou um símbolo: o Nobel Prize. O prêmio anualmente distribuído pela Academia Sueca, foi idealizado ante um testamento deixado por Alfred Nobel - o homem que enriqueceu com a pólvora e suas distintas formas de uso - tinha com idéia básica premiar o que melhor a humanidade poderia produzir, inicialmente mas áreas da química, da física, da literatura, da paz, da psicologia e da medicina.


Cinco membros da citada academia, são os responsáveis, pela placa comemorativa e por aquele celebre cheque, que Nelson Rodrigues eternizou como o polpudo cheque sueco, que são o que os ganhadores levam.


Esta critica hora reinante, versa principalmente em relação a seara da literatura, onde fatores políticos e diplomáticos não deveriam pesar em favor deste ou candidato e sim a idéia original daquele que o criou com seu testamento em 1895 1901: "Que no campo da literatura, tenha produzido o melhor trabalho na direção certa". O problema passa a ser a interpretação dada a aquilo que chamou de direção certa.


De 2001, quando pela primeira vez foi anunciado até 2011, 108 escritores foram premiados, sendo que em quatro oportunidades a dois. Em sete anos não foram aferidos, 1914 e 1918 por causa da primeira guerra mundial, 1935 e de 1940 a 1943 por causa da segunda guerra.


O guatemalteco Miguel Angel Astúrias foi o primeiro escritor a ser premiado fora do circuito das grandes nações europeia, do Japão e dos Estados Unidos. A América do Sul foi descoberta pela Academia somente em 1945, com a nomeação da Chilena Gabriela Mistral. A Austrália em 1973 com Patrick White. E ai em 1971,1982 e 2010, três de meus mais diletos escritores tiveram, diga-se de passagem merecidamente, suas respectivas vezes:, o chileno Pablo Neruda, o colombiano Gabriel Garcia Marquez e o peruano Mario Vargas Llosa.


Li as obras completas de Garcia Marque e Vargas Llosa. E me pergunto como ainda não foi ortougado a um brasileiro, a um argentino ou mesmo a um uruguaio, este galardão? porque Jorge Amado e Machado de Assis nunca fizeram parte deste baile? Autores sul-africanos já foram premiados em duas oportunidades, o México, a longinqua Iceland, o Egito, a pequena Santa Lúcia e até a esquecida Nigéria em uma. E o Brasil a ver navios. Volto a perguntar, será que Machado de Assis e Jorge Amado não o fizeram por merecer? ou será o fato da língua portuguesa ser um impencílio? Não acredito. Concordo que falamos e escrevemos uma linha estranha. Quase um código. Outrossim, não muito distinta da de José Saramago, que já embolsou o polpudo em 98. Eu precisava ganhar o meu, para quitar meu apartamento...


Existem em outras áreas aberrações, concordo. Por exemplo Henry Kissinger ter ganho o prêmio Nobel da Paz e Mahatma Ghandi não, para mim é um tremendo erro de avaliação.  Kissingier era um obreiro em criar guerras. Não em terminá-las. Ghandi não as queria de forma alguma.


James Joyce, Marcel Proust e o argentino Jorge Luís Borges não terem ganho os de literatura, outros erros crassos. E o de Barack Obama em 2009? Não lhes parece uma tremenda puxada de saco? O problema passa a ser a interpretação dada a aquilo que chamou de direção certa. Valeria no caso do presidente norte-americano? Duvido. Há, porém, de se convir que presidente é presidente em qualquer lugar. O Sarney ganhou a sua cadeira na Academia Brasileira de Letras. O Lula só não ganhou, pois, teria que provar saber assinar seu nome... Portanto, estes deslizes podem ser fruto da fractuosidade do terreno em que se pisa...