quinta-feira, 4 de novembro de 2010

VERAS QUE UM FILHO TEU NA FOGE A LUTA - SEGUNDA PARTE



Os quase 22% que se abstiveram de votar, simplesmente encarquilham e mumificam nosso maior poder: o de mudar as coisas ou mantê-las em seus devidos lugares. É o que chamo de resignação ao quietismo. A fuga da realidade.

O Brasil regrediu nestes últimos 8 anos, aos tempos de Don João VI, onde os interesses inconfessáveis mas plenamente reconhecidos como dinásticos, dominaram o período em questão. Voltamos a viver do sistema de troca. A nova corte, agora montada pelo PT. Olhem o que o Laurentino Gomes publicou em seu livro 1808:

“...Don João precisava do apoio financeiro e político dessa elite rica em dinheiro porém destituída de prestigio e refinamento. Para cativá-la, iniciou uma pródiga distribuição de honrarias e títulos de nobreza que se prolongaria até seu retorno a Portugal em 1821... distribuiu 4048 insígnias de cavalheiros, comendadores e grã-cruzes da Ordem de Cristo, 1422 comendas da ordem de São Bento de Avis e 590 comendas da Ordem de São Tiago...

Ninguém foi mais pródigo que o Presidente Lula em distribuir cargos, dinheiro e programas de cunho eleitoreiros. Nunca na história do Brasil, deu-se tanto em benifício de um lucro próprio. Nosso super avit foi para o beleleu!

Pedro Calmon escreveu em sua, obra O Rei do Brasil: “Em Portugal, para fazer-se um conde se pediam quinhentos anos; no Brasil, quinhentos contos”.

Quanto vale um ministério no Brasil?

Foram dez os partidos a apoiarem a eleição da herdeira do presidente Lula. Quantos ministérios e cargos públicos terão que ser criados para o pagamento  a este apoio? Que custo social, político e financeiro isto nos acarretará? Afinal ter que apoiar e ficar ao lado de dona Dilma têm um preço que não é baixo.

De vez em quando me sinto atacado de exanguidez melancólica, como grassado em beribéri ou tomado pela febre da cólera. tenho que aceitar um fato: os secretos desejos de uma política cabotina são inabordáveis. O determinismo pleno da turma do PT em se manter no poder é de uma atonia estonteante. Sem nenhum pudor ou melindre. Deixa cair a cepa que o povo nada fará. os PTralhas defendem seus interesse pessoais que são intransferíveis e inalienáveis! Quase divinos! Um solapamento de nossas instituições.

Hoje, muitos daqueles que se opõem a status-quo agem qual os pedristas da época – aqueles que apoiavam Don Pedro II e sua eterna apatia: acreditam que as mudanças irão ser sustentadas por forças invisíveis e serão feitas de repente, como por milagre, sem a necessidade de seu voto.

E assim, quase 22% de nossa população, aqueles brasileiros que por esta ou por aquela razão não se enquadram nos versos de Osório Duque Estrada – Verás que um filho teu não foge a luta...- simplesmente contribuem sem sentir, para que tudo fique como dantes no quartel d’Abrantes. Não se atém ao necessário exercício da impertinência, que é a obrigação basica daqueles que não concordam.

Dona Dilma é uma maneira nova e sutil, criada pelo PT, de uma real continuidade, em um invólucro de mudança.

Lembrem-se da fórmula fatal: Governo Mudo + imprensa silenciosa + justiça conivente = povo apático.

Isto é o inicio do fim. Cuja senilidade cheira a decomposição cadavérica, antes mesmo do defunto descer os sete palmos.