quarta-feira, 11 de agosto de 2010

O FIM DA TRÁGICA ERA DUNGA


Alguém ainda com saudades do Dunga? Alguém triste por não ver aquelas suas camisas de pouco gosto e aquele seu humor azedo de sargento com unha encravada? De seus socos no banco de reservas e de suas entrevistas de dobermann que acaba de levar uma surra?


Acho que não.

Dunga, como o Sebatião Lazaroni, são pseudo técnicos que ainda conseguem desvirtuar o jogador brasileiro. Em suas mediocridades que o foram em campo, fazem com que nossos atletas percam sua alegria, sua ginga e até aquela sua forma debochada de jogar.  Tentam minimizar aquilo que nunca foram, podando dos mais virtuosos sua capacidade de improvisação. São suas alta defesa! E quando um tem a felicidade de ganhar uma Copa, como Dunga, nos penaltys e com o mais fraco time que montamos em nossa história, imediatamente monta-se em sua mente um quadro desvirtuado e amorfo, do que possa ser o futebol.  Criam esquemas defensivos e como diria Paulo Autuori, nos tiram o papel principal dentro de uma peça, no qual deveríamos, como sempre fomos, os atores principais. Ficamos relegados a situação de coadjuvantes. Quando não levamos e fazemos um, comemoramos, como um time Suíço.

Isto está errado. Tire do jogador de futebol sua irreverência, sua espontaneidade, sua fina afinidade com a bola e imediatamente o privará de sua vontade de vencer. De seu prazer de jogar. Somos os melhores do mundo, pois, gostamos do que fazemos. Chegamos a bola por prazer, nunca por obrigação. Tente dizer a pelé, ou a Garrincha o que fazer é a casa ruirá.

Imediatamente os detratores do óbvio, uivaram: Não somos mais capazes de fazer outros Peles e Garrinchas. Pode ser que tenham até razão, mas estou certo que podemos tranquilamente produzir centenas de Zicos, Rivelinos, Gersons, Romários e outros, que aqui para nós, são mais do que o suficiente para ganhar quantas Copas forem colocadas à nossa frente.

Ontem a noite tivemos a prova disto. Neimar, fez o seu primeiro gol com a camisa da seleção brasileira e depois disto e mostrava para o jogo e pedia a bola incessantemente. Robinho tendo a sua volta ele e o Ganso, parece outro. Joga com muito maior vibração. O pato, nada tem de pato assim como o ganso, nada tem tem Ganso. São dois jogadores de primeiro nível e que estariam em qualquer seleção do mundo. Mas não foram a Copa. Porque ? por que o seu Dunga não gosta de virtuosos. Lhe dá urticárias.

Nós brasileiros não temos muitos compromissos em nossa vida. Mas se existe um que temos, e dele nunca abrimos mão, este é com a bola. Coisa que vem conosco, desde pequeninos. Não existe um menino sequer que quando ainda guri, não sonhe em jogar uma Copa do Mundo pela seleção brasileira. E tudo isto porque? Porque amamos o futebol.

O futebol nos faz nos sentirmos brasileiros, quando nosso hino é tocado. Chegamos até a respeitar minuto de silêncio. Nas arquibancadas agimos em conjunto. Uma grande massa com um só objetivo. Bem diferente de nossa vida normal. E o jogador em campo adora o drible, a firula, o gol de placa a comemoração junto a torcida. Somos diferentes de todo e qualquer outro jogador de futebol. Mesmo até dos argentinos.

Vocês sabem o que o jogador alemão opta quando chegam as suas de férias? Ele vai esquiar nos alpes. O francês, engorda com vinho e queijo. O italiano deriva para as artes e viaja com a família pelo mundo. E o brasileiro? Ele entra na primeira pelada organizada pelos amigos. Seja na praia, no quintal de um socialite, ou mesmo no campinho de alguma várzea. Ele tem fome de bola. Ai reside a nossa grande diferença. Não ganhamos cinco Copas, e quatro delas com ampla superioridade, por obra do Espírito Santo

No Brasil você joga basquetebol ou vollei, por ter altura. Futebol, por puro prazer.

Espero apenas que a CBF tenha aprendido a sua lição.  Espero que os Dungas, os Lazaronis e os Parreiras, tenham sido definitivamente arrancados da mente de nossos dirigentes. Que os Zagallos sejam aposentados na hora certa. E que sempre possamos olhar com orgulho a seleção que nos representa.

Mano Meneses, escalou uma seleção que se não é a ideal, pelo menos está muito mais perto do que o povo brasilelro anseia do que a do Dunga de um mês atrás.  Jogamos ontem como uma boa escola de samba na Avenida. A um mês atrás como uma tropa militar em dia de sete de Setembro. Está é a grande diferença. Um Kaká aqui, um Macon ali e um Lucio acolá, quem sabe então não estaremos completos. Se dermos tempo para este garotos, a Copa aqui no Brasil será favas contadas.