A grande Rachel de Queiroz, com toda aquela sua peculiaridade de escrever a coisa certa de uma forma simples, que lhe era tão própria, uma vez escreveu desta forma: “...tento explicar, na medida de possível, que a vida da gente não é uma seqüência , como numa história em quadrinhos, em que um fato acontecido num quadro tem a sua lógica no quadro seguinte; e que a nossa memória também não é , uma lembrança sucedendo a outra uma coisa contínua...”
Isto é uma grande verdade. Daqueles que Raquel sempre contava à sua maneira, como estivesse conversando a tomar um cafezinho com você, segundos antes de experimentar o bolo de fubá recém saído do forno.
Nós não somos um processo de ato contínuo. Nós não seguimos uma linha extremamente reta. Nòs somos sujeitos a mutações e escravos do amadurecimento próprio. Outrossim, somos parte de todo um processo social e que o entorno apenas nos serve como parâmetro fundamental, para traçar nossas diretrizes e metas. E diretrizes e metas é o que não consigo sentir na dona Dilma. Ela sim me parece uma história em quadrinha desenhada por alguém, que quer vender a sua imagem e usá-la como uma espécie de testa de ferro, para que certas coisas sejam implantadas no Brasil. O famoso e j]a ultrapassado socialismo moreno do PT. Sua entrevista no jornal Nacional de ontem a noite, foi tenebrosa. Ela provou não ter o menor jogo de cintura. Jogo este que nosso presidente esbanja. Nem mesmo a sua capacidade de reverter uma situação que o incomoda. Ela não erra nos verbos, mas igualmente não demonstra a velocidade necessária para defender-se em um ataque verbal. Coisa de suma importância, tanto na política, quanto na diplomacia e na advogacia. Talvez, por isto, seja acusada de tratar mau as pessoas, longe das câmeras. Isto se chama alto defesa, bastante comum em feras acuadas.
Tenho que admitir que os apresentadores foram duros. Bonner e Fátima perguntaram como se fossem da oposição e creio que parecem ser. E a dona Dilma, não conseguiu tirar o pé da areia movediça em que se viu presa, durante os penosos 12.30 minutos em que durou sua desastrosa apresentação. Ela tentou dar uma de dona de casa, de mãe, de estadista, de experiente e em momento algum convenceu, sequer ao mais idiota expectador que possa exercer alguma destas funções com o mínimo de desenvoltura. Imaginem em uma situação política de reais proporções? Sua única alternativa será rodar a baiana. Coisa que é acusada a fazer - inclusive por aquele que a inventou - dentro das quatro paredes de seu gabinete de trabalho.
Vou te dizer uma coisa, caro leitor, estamos mau parados, já que esta senhora verdadeiramente lidera as pesquisas e tem o total apoio, daqueles que querem manter o modus vivendi. Daqueles que embora arrotem salmão, vivem das verdadeiras sardinhas de saber que não conseguimos crescer – todo estes 8 anos - mais do que a Rússia, a China a Índia e desculpem, nem dos vizinhos e menos aquinhoados em territórios, Uruguai e Bolívia. Dona Dilma apelou dizendo ser mais fácil dirigir paises pequenos como o Uruguai e a Bolívia. A amnésia lhe atacou se esquecendo o tamanho que Rússia, China e Índia tem, e suas respectivas populações. Talvez tenha faltado a algumas aulas de geografia. Pasmem, para ela a baixada santista fica no rio de Janeiro!!!!! Pena que sua apresentação não tivesse o tempo suficiente para ela demonstrar seu total desconhecimento sobre qualquer coisa que se torne necessária a ser justificada na política de seu mentor.
Somos uma farsa bem montada e perfeitamente urdida por gente que ficou muito tempo a espera e sonhando com o poder que hoje usufruem e não podem perder. Dona Dilma apelou para a nenhuma experiência do PT ao assumir o governo. Falou estar inteiramente sintonizada com a população mais carente, outrossim quem assiste a um pronunciamento dela e da candidata do PV, a Marina, sente a diferença de sintonização que ambas possam ter em relação a nossa camada social mais pobre. Uma sabe do que fala, outra repete aquilo que lhe é imposto. Foi até capaz de afirmar que quando o PT assumiu a inflação era galopante. Mentir parece ser o forte desta senhora, que não sei porque me lembra uma bomba a relógio.
Se o povo brasileiro acreditar em debates, a candidata do PT estará em maus lençóis. E vejam que ela não deu aquelas suas conhecidas gaguejadas e lapsos cerebrais. Mas em 12 minutos, ficava até difícil disto acontecer. Sugiro que, daqui para a frente, os debates sejam de 6 minutos. Ai pode ser que ela se saia bem.