terça-feira, 24 de dezembro de 2013

O VALOR DA MASTURBAÇÃO


Nunca fui afeito a qualquer tipo de comparação entre aqueles que considero grandiosidades. Sejam eles humanos ou equinos. Por isto me recuso a sequer imaginar quem poderia ser o mais importante escritor de meu tempo ou de qualquer tempo. Outrossim, ler para quem escreve como eu, é identificar-se mais com este ou aquele autor. Questão de afinidade. Indentificar-se não quer dizer igualar-se ou sequer comparar-se. É apenas um sinal de respeito, em relação a alguém a quem admira-se. 

Tenho especial interesse em tudo que o peruano Mario Vargas Llosa escreve. Considero-o um dos Premio Nobel mais merecidos de sua história, e outro dia li dele um artigo, que acho de interesse publico, intitulado: O desaparecimento do erotismo.

Versa sobre uma certa medida tomada pela Junta da Extremadura espanhola em 2009, onde em sua maneira pedagógica de ver a educação dos jovens, com idade igual ou superior a 14 anos, estabeleceu uma plano educacional de sexo, no qual uma das matérias básicas e certamente práticas, é a masturbação. E este programa estabelecido pelos socialistas, foi batizado de forma mais do que sugestiva com a sigla: O prazer está em suas mãos. Uma graça. vocês não acham? A justificativa para a adoção de tão exotérico programa foi a tentativa de prevenir a gravidez indesejada.

Sei que numa masturbação, você tem a vantagem de atingir estágios em sua vida, nunca antes sequer imagináveios como ter uma relação sexual com o King Kong, a Julia Roberts ou com o Brad Pitt, ou com os três ao mesmo tempo, independentemente de suas preferência sexuais, mas quem tem um pouco de esperiência neste setor, há de convir, que o ato sexual a dois é bem melhor que praticado individualmente, e principalmente nos casos onde houver além de desejo, amor. E existem até aqueles que preferem a três, a quatro ou em pequenas multidões. Mas isto é uma opinião meramente pessoal. Em cada cabeça certamente haverá uma sentença.

Como tudo novo, houve reações e numa tentativa de abolir com as fábricas de masturbações, o partido Popular entrou com uma ação judicial e à esta sua tentativa, deu outra sugestiva sigla: Mãos limpas. Como pode ser notado, o marketing foi levado até as suas últimas consequências. Esta ação fracassou de forma transcendental. Logo, aquilo que a gente descobria sozinho e era catigado com pragas do nível pecados mortais, pela igreja, passou a ser oficial, no pais que durante a história da humanidade foi o mais rigoroso em termos religiosos. E pelo jeito que as coisa rumam, pode haver uma outra Santa Inquisição, se os jovens estudantes na Espanha, recusarem-se a masturbar-se, não se deliciarem com a experiência ou simplesmente falharem, já que nem todos tem a imaginação suficiente de sonhos acima das expectativas. Penso no lado objetivo da investida.

Haveriam exames práticos? Estariam os professores obrigados a demonstrar, eles próprios, a seus alunos como iniciar e terminar o processo? Como seriam avaliadas as notas? Pelo volume da ejaculação? Pela extenção de tempo em consegui-la? Na forma de expressar o prazer? Teriam as mulheres que provar o estado real de seu êxtase, ou apenas suas palavras seriam aceitas? Haveriam reprovados, com direito a um segundo exame? Como seria este diploma? Valeria ele para algo, quando por exemplo você pedisse ou fosse pedida em casamento?

Como Llosa, não faço nenhum reparo moral a esta iniciativa. Não duvido que podem até haver boas intenções no programa, outrossim imaginar que isto inibirá o número de gravidezes indesejadas, aí eu acredito que já é apelar demais. Temo sim, que da mesma forma que em meu tempo o medo do que que os jesuitas do colégio em que estudei, bramiam, que a masturbação, levaria a criança ao desvairo mental, a impotênsia repentina e até a possibilidade da perda do membro, hoje este excesso de liberdade, faça uma nova geração imaginar que o ato sexual, seja algo apenas mecânico. Sem amor, ou carinho, como no caso dos bovinos, equinos e demais irracionais.

Uma coisa é inibir com os precoceitos. Outra coisa é vulgarizar o ato. Acho que o que a Junta de Extremadura fez, tende mais a seguir a segunda vereda, que a primeira. Mas volto a repetir, isto é penas uma opinião pessoal. Lembro-me de um movimento similar levado a efeito em Paris, no final dos anos 60, quando lá estive. Como nunca mais ouvi falar, creio que foi amputado. Digo o movimento, não os orçãos sexuais daqueles que eram levados a preencher seus curriculum.

Em meu tempo de juventude, como acredito no de Llosa, os mistérios do sexo, fecundaram a imaginação e a criatividade de toda uma geração. E aqui entre nós, mastubar-se é algo que não precisa ser ensinado. Muito pelo contrário. Até os animais aprendem. O que as autoridade politicas espanholas ainda não tomaram conhecimento e que no caso da masturbação, aprende-se mais fácil do que qualquer idioma ou teorema matemático.