Sou réu confesso. Fatos históricos mexem comigo. Não só por absorver minha total atenção, como também por canalizar uma fonte interna, de energia superior, que invariavelmente me faz ficar absorto em relação a eles, pois, como sempre aqui digo, a única coisa que você não pode mudar no mundo é o passado. E dentro dos fatos históricos que mais me chamaram a atenção, certamente a Segunda Guerra mundial, é um deles. Tenho inclusive, um longo ensaio de três livros, sobre as duas guerras e uma possível ligação entre elas e a queda das torres gêmeas em Manhattan. Um espécie de ficção histórica. Que um dia espero publicar em forma de uma trilogia.
Mas o que tem a ver esta mudança de 2014-2015 e o poder que ele exerce sobre mim em relação a renovação, e meu total respeito para com os fatos históricos, principalmente os concernentes aos acontecidos durante o transcurso da Segunda Guerra Mundial? E a resposta é apenas uma: Alan Turing e a quebra do código do Enigma, aquela máquina alemã de comunicações, que todos pensavam ter um código impossível de ser decifrado.
Se Albert Einstein, Winston Churchill e Federico Tesio são os meus ídolos, e os grandes exemplos a serem seguidos, por suas respectivas linhas de raciocínio, certamente o gênio matemático Alan Turing, tem lugar cativo naquela casta lista de meus heróis, pelo o que seus cérebros produziram a favor de uma humanidade melhor. Igualmente cientista e "criptólogo", Alan era gay e como tal, mesmo transformando-se talvez no maior herói - clandestino - depois de sir Winston Spencer Churchill, sofreu as consequência de leis britânicas que puniam, na época, o homossexualismo. Em 1952 foi condenado e em 1954 morreu aos 41 anos de idade - para uns um suicídio, para outros vitima dos tratamentos obrigatórios, feitos a base de hormônios Sendo apenas reconhecido em 2009 por um pedido de desculpa oficiais de primeiro Ministro Gordon Brown e quatro anos depois por um reconhecimento publico da Raínha Elizabeth II, sua verdadeira história se tornou conhecida. E justamente no primeiro dia deste ano, lançaram a nível mundial, o filme Imitation Game, contando a fantástica história deste professor inglês e como ele conseguiu quebrar o código mais bem guardado pelos nazistas.
Independentemente de ser um filme que deverá levar Oscars, Imitation Game, trás para mim, a revelação de como as mentes funcionam, dos segredos que foram mantidos da Segunda Guerra Mundial, que foram encobertos pelos britânicos a sete chaves, por mais de 50 anos, a injustiça para com um homem que aliviou a existência de uma guerra de ceifou milhões de vidas e ceifaria mais, se Turing e sua máquina, Christopher, não tivesse o ajudado a descobrir um sistema de comunicação, elaborada por outras mentes privilegiadas. Se os norte-americanos ou a real marinha britânica conseguiram roubar a máquina - existem controvérsias de todos os lados - e a equipe de Turing monitorada pelo MI-6, desvendaram seu mistério nas premissas de Bletchley Park, o que para mim realmente simboliza toda esta conquista, foi a linha de raciocínio de Alan Turing e do serviço secreto britânico. Descobriram e nunca deixaram uma pista que levassem os nazistas a suspeitar que o haviam feito. E assim direcionaram a guerra para o caminho que mais os interessavam e para tal tiveram que pagar em suas consciências o terrível peso de decidir, quem iria sobreviver ou não aos ataque alemães.
Bletchley Park, que funcionou clandestinamente durante a Segunda guerra Mundial, fica a 80 quilômetros de Londres, e lá estive em mais de uma oportunidade. A máquina, Enigma, desenvolvida pelos nazistas, entre a Primeira e segunda Guerra Mundiais, tinha a forma de uma máquina de escrever, mas suas letra, ou a combinação de algumas delas, via um punhado de motores elétricos e mecânicos, criavam uma forma de código, muito mais complexo do que a simples substituição de uma letra em relação as outras. Em fato criavam bilhões de probabilidades de possíveis combinações, que apenas Turing, sua equipe e a máquina que inventou, Christopher, puderam um dia quebrar. E Christopher foi o inicio de uma nova era, que um dia seria rotulada como a dos computadores.
A genética é o Enigma, cujo código nunca será quebrado. Ela, década após década é entendida, pelas mentes mais desenvolvidas, e sendo melhor reconhecidos consequentemente melhor aproveitada. O código genético e a equação que ele trás para cada um de nós, é a essência da vida. Houve uma época que paternidades eram decifradas por tipos sanguíneos. Não era uma decisão precisa. Apenas aproximada do que poderia ser a verdade. Hoje é, via o exame de DNA.